Apascentar com o Coração - Estudos Bíblicos

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur ad elit.
Morbi tincidunt libero ac ante accumsan.
Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
Ir para o conteúdo

Apascentar com o Coração

TEOLOGIA DO OBREIRO > Estudos Bíblicos
APASCENTAR COM O CORAÇÃO

Provérbios 27:23 - Ezequiel 34:11-26 

"Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre o gado"  

INTRODUÇÃO 

Apascentar é um ato de desprendimento, de abnegação e de desapego por dinheiro ou por quaisquer outros bens materias em detrimento do rebanho do Senhor. Apascentar é um ato do mais puro amor a Deus. O Senhor Jesus requer daqueles que apascentam Seu rebanho; que ministram aos Seus santos, que o façam com o coração, com dedicação e com o desvelo que merece este que é um dos mais importantes assuntos tratados nas Sagradas Escrituras. Provérbios 27:23, Este versículo alude a um curto tratado sobre a vida pastoril e seu propósito; sem dúvida, esta alusão era para encorajar e incentivar essa indústria, por ser a mais recomendável, ou seja, a verdadeira da prosperidade de Israel, bem como desencorajar as corruptoras influências de outros meios de vida, que superficialmente eram mais atrativos, apesar de escusos. Os israelitas não podiam em detrimento do rebanho priorizar outro meio de vida. 

AS CARACTERÍSTICAS DA OVELHA

São muitas as referências bíblicas e principalmente no Novo Testamento em que o Senhor Jesus compara o Seu povo como ovelhas, por suas características, que além de ser um animal limpo e domesticável, as ovelhas são mansas, delicadas, dóceis, inofensivas. Além disto, produz lã, couro, leite e gordura. Desde o oitavo dia de  vida já era apropriada para diversas espécies de sacrifícios, bem como de alimento (Lv 22:19, 27; Dt 14:4). Sem o auxilio do pastor a ovelha é uma criatura impotente (Nm 27:17; Mt 9:36; Is 13:14; Zc 13:7). Os profetas falsos, são descritos na Bíblia como lobos que se vestem de peles de ovelhas, pelo motivo de serem essas o símbolo da inocência (Mt 7:15). O carneiro, já é um pouco mais agressivo do que a sua companheira, e é facilmente distinguível delas por seus longos chifres recurvos, que os sacerdotes usavam como trombetas (Js 6:4), bem como, para servir de recipiente de azeite (1Sm 16:1). Peles de carneiros tingidas de vermelho, foram usadas na construção do tabernáculo (Êx 36:19).  Eram eles os mais usados para o sacrifício, embora, as ovelhas não ficassem inteiramente excluídas. O que tem muito a ver com nossas vidas, visto que, o Senhor requer que ofereçamos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o nosso culto racional (Rm 12:1). 

PROCURA CONHECER 

Cada ovelha é uma ovelha; e nem sempre se pode usar o mesmo tratamento para todas (longe de sugerir a usar dois pesos e duas medidas) não se dá uma alimentação forte para uma ovelha fraca. A recomendação da Palavra de Deus é para procurar conhecer o estado de cada uma, e pôr o "coração" sobre o elas. Não a vara, nem qualquer outro instrumento de açoite, nem os pés, nem a truculência, nem o ponto de vista radical, mas o coração, isto quer dizer: o amor, a atenção, o carinho, o apreço, a dedicação, não como tendo domínio sobre a herança do Senhor. 

UM PERIGO IMINETE
 
Assim é o rebanho de Cristo, que por Ele mesmo é confiado a pastores para apascentá-lo (Ef 4:11; At 20:28). Cada ovelha do rebanho tem uma necessidade diferente, enquanto uma pode estar gorda demais, a outra pode estar magra; enquanto uma pode estar doente, a outra pode estar sadia, enquanto uma está forte, a outra pode estar fraca. Diante disto, está a necessidade que tem o pastor de conhecer o estado do rebanho que apascenta. O pastor tem o dever de suprir as necessidades de uma ovelha sem maltratar a outra. Vemos nos hospitais, para cada paciente uma refeição adequada ao seu estado. Para um, com pouco sal; para outro, sem sal; para outro se dá açúcares; a outro nem um pouquinho; a outro, somente soro adequado; a outro, uma refeição com carne de bovinos, e assim, cada um com sua alimentação. Da mesma forma são administrados os medicamentos. Para isto é necessário que o médico tenha conhecimento do estado em que se encontra cada paciente. Assim, ele passa para o setor de enfermagem, e para a cozinha. 

Uma jovem de quinze anos de vida, portadora de diabetes,  pode passar mal em uma festa de aniversário, depois de comer bolo doce, suco com açucares e refrigerantes comuns. Imediatamente seus colegas desinformados podem levá-la a um pronto socorro; na emergência, esses colegas podem informar para os atendentes que ela não tem problemas de diabetes. Não havendo um exame de sangue prévio e se aplicarem nela, soro glicosado, ela pode ir direto para a UTI e em seguida para o cemitério quando se trata de uma situação aguda, não há tempo para muita coisa; daí a necessidade da presença da mãe, porque essa sim, conhece o estado de sua filha. Este fato eu presenciei, enquanto visitava enfermos membros da Igreja da qual eu era pastor. Muito embora, hoje, as coisas mudaram muito - e neste aspecto, para melhor. Mesmo assim, uma pessoa neste estado de saúde, nunca deve estar sem acompanhante a dar entrada em uma emergência hospitalar. Todavia, a melhor coisa que a pessoa deve fazer, é portar consigo, todos os dados do seu sangue e inclusive, os medicamentos dos quais esteja fazendo uso contínuo.

NÃO MEDIR ESFORÇO PARA ATENDER AS OVELHAS, DIA E NOITE
 
"E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada, despede a multidão, para que vão pelas aldeias e comprem comida para si." (Mt 14:15). A pressa dos discípulos em despedir o povo, sedento de água, faminto de pão, e faminto de Deus, foi porque eles só viam problemas, eles só viam a noite que vinha, eles contavam com uma grande dificuldade. Mesmo estando com Jesus, eles não viam uma solução para o problema. E a grande massa que estava ali em volta do Mestre, e não ousava sair; por livre vontade. Eles não iam embora, mesmo estando no deserto, eles preferiam estar no deserto com Jesus, a estar na cidade sem Ele! Eles bem sabiam que o Mestre os apascentava com o "coração." 

Os discípulos mediram esforços e consequentemente se acharam incapazes para orientar, prover meios, procurar facilitar as coisas, não mostrar dificuldades, afinal de contas, eles eram discípulos de Jesus, o qual também estava presente. Diante da preocupação deles, Jesus os exorta: "Jesus, porém, lhes disse: Não é mister (não tenham urgência em mandá-los ir) que vão; dai-lhes vós de comer." (Mt 15:16). 

É importante notar que, partindo daí, logo os discípulos descobrem alguém que tinha algo, pouquinha coisa, mas, que seria o suficiente para suprir a necessidade do povo, porque o Mestre se fazia presente e uma vez Jesus estando presente, basta que apresentemos a Ele o que temos. 

Quando a gente não dispõe de nada no sentido quantitativo, pelo menos falta e problema temos em abundância. Mas, nesse episódio eles tinha alguma coisa: "Então, eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: Trazei-mos aqui." Pode ser pouco o que temos, mas, nas mãos do divino Mestre se torna muito. Diferente do que muitos pensam, o quantitativo em nada nada sobrepõe o qualitativo.

OLHAI PARA O REBANHO

"Olhai pois por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que Ele resgatou com o Seu próprio sangue. Porque eu sei que depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho". (At. 20:28). Não se põe o coração, sem antes olhar com carinho. Primeiro um olhar introspectivo, para ver como é que está o coração, depois, sobre todo o rebanho, rebanho este, que é do Senhor, que só se apascenta pela permissão do Espírito Santo, rebanho que foi adquirido no Calvário, com derramamento do sangue do Cordeiro de Deus. Paulo temia pelo discernimento que ele tinha, que após sua partida, apareceriam muitos que não apascentaria com o coração e Paulo os chama de lobos cruéis, porque seriam exploradores do rebanho, que colocariam sobre o rebanho fardos pesados, cobrariam do rebanho o que eles mesmos nunca haviam pagado. Olhar para o rebanho significa ter abnegação; ser como o sal, que se gasta pelo rebanho desinteressadamente. 

A DECLARAÇÃO DO CANDIDATO PARA APASCENTAR

O Apóstolo Pedro não foi pego a laço para apascentar o rebanho do Senhor, não foi por oferta de uma grande remuneração, como quem assume a gerência de uma organização comum, onde se comprova aptidão com a apresentação de diplomas de cursos de capacitação, currículo e outros documentos, mas, ele teve que declarar diante de Jesus três vezes: Eu Te amo Senhor, eu Te amo Senhor, eu Te amo Senhor, ele teve que primeiro amar ao Senhor Jesus, para depois, estar apto para apascentar o Seu rebanho com o coração. (João 21:15-17). 

PEDRO, UM OBREIRO APROVADO 

E na sua primeira carta, Pedro mostra que realmente aprendeu com o Mestre, tanto que ele recomenda veementemente: "Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho". (1Pd. 5:1-4). Pedro sabia como lidar com o rebanho do Senhor, ele havia passado pela escola da oração, do jejum, da Palavra, do amor, da comunhão e da defesa, porque mesmo agindo de forma incorreta, ele defendeu o Senhor: João 18:10 "Então, Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco". Passou também pela experiência de ouvir o galo cantar confirmando o que lhe dissera o Senhor, ao afirmar que O negaria. (João 13:38) Outra experiência inusitada e ousada foi a que Pedro adquiriu ao andar por sobre as águas, e quem anda sobre as águas reconhece a presença de Deus e quando se afunda, a dependência dele. (Mt 14:22-33). 

ELE MESMO DEU!

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo". (Ef 4:11). Cada obreiro é provisão divina para a Igreja, e sua chamada não se dá meramente por uma boa amizade com o seu pastor, com a Convenção em que a Igreja está filiada, ou com a Igreja onde congrega, tudo isto é necessário, mas não é tudo, para a ordenação ao santo ministério o elemento deve  ter antes de tudo, vocação.  Chamada da parte de Deus. É bom saber que estes requisitos são para os que vão apascentar com o "coração". Não pode faltar na vida do obreiro que apascenta com o coração: abnegação, simplicidade, humildade, oração, jejum, temperança, bom senso, equilíbrio, mansidão, amor, justiça, renúncia, cooperação, capacidade para ser incompreendido, capacidade para perdoar sem restrições, que ama sua esposa e por ela é amado, que seja respeitado pelos filhos, que tenha fé para ser dizimista, que possa fazer suas as palavras de Paulo exaradas em Primeira aos Coríntios 11:1, onde diz: "sede meus imitadores assim com eu sou de Cristo". 

JUDAS RECOMENDA SOBRE OS QUE APASCENTAM A SI MESMOS 

"Estes são manchas em vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas." 
 
(Jd 12)." Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto.” (Ez 34:10) Os que apascentam a si mesmos, são os que não apascentam com o coração, são aqueles que dizem: tem que ser assim, e vai ser desta forma; chegando a ponto de dizer: vá para o inferno quem quiser, mas eu não vou carregar ninguém nas costas; todos já sabem que eu gosto das coisas "certas"; chega de pelejar com desobedientes. Costumam ter uma boa formação acadêmica secular e teológica, uma boa parte deles até já leram a Bíblia toda, uma, duas, três, ou mais vezes, mas não sabem o que é unção de Deus. 
 
Leem muito para serem ainda mais durões.   São os que,  se as coisas correm bem para eles, está bem para todo o rebanho.   Sempre houve aqueles que tentaram  desviar o povo de  Deus de seu principal objetivo. Sejam anjos ou homens,   Deus sabe  como lidar  com os rebeldes,  mas os  crentes  são  advertidos  a não  se  envolver  com tais pessoas,  os perversos  apelam aos  desejos dos  olhos,  desejo da  carne e do orgulho desordenados, eles fingirão amar a Deus, parecerão fazer as boas obras, mas se for feito um exame minucioso, eles são tão infrutíferos quanto a figueira que  Jesus  amaldiçoou. Os sábios saberão identificar  aqueles  cujo  objetivo  é ser deus, e não servir a Deus.  Eles ensinam coisas que não se pode aplicar;   tem comportamento libertino; falam com desrespeito sobre a autoridade eclesiástica;  estão mais preocupados com o dinheiro e em satisfazer os seus raciocínios radicais do que promover o bem-estar para aqueles para quem ministram. Agradam os outros, quando é de seus interesses. 

O PERIGO DE QUEM DEIXA DE LADO O APRISCO

"E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos." (Lc 15:15). Como é triste a pessoa não primar por administrar com desvelo o que Deus lhe confia, seu fim pode ser trágico, pode com sua vara, apascentar porcos, e às vezes até compartilhar a mesma ração. Cuidemos pois, com o coração do que Deus nos confia, como mordomos fiéis. Em Romanos 15:1-7, Paulo recomenda que "nós que somos fortes, devemos suportar os fracos." Sempre menciono sobre este assunto, discorrendo sobre a mordomia dos irmãos fracos. Mas, na maioria das vezes, entre estes fracos é que tenho encontrado os irmãos fortes em Cristo. Os "fracos" não subestimam a fé dos outros, são dependentes, aceitam conselhos, (ainda que voltem a caírem) são flexíveis, sofrem com os durões que não os apascentam com o coração. 

O CONFESSIONÁRIO E O ACONSELHAMENTO PASTORAL

Normalmente o Confessionário está sempre ligado ao Aconselhamento Pastoral. Dois aspectos devem ser cuidadosamente observados no desempenho destas funções, a saber: O Espiritual e o Jurídico. Do lado espiritual, o ministro deve aconselhar a ovelha, direcionando-a ao que ela mais  necessita, ao melhor caminho a seguir, como:  Estudar a Palavra de Deus, vigiar em oração, aguardando atentamente a volta de Jesus. Quando a pessoa que está confessando e de igual modo, sendo aconselhada, for do sexo oposto, o ministro não deve em nenhuma hipótese dispensar a presença da sua esposa. Desde que esta esteja realmente preparada para ouvir das pessoas essas confições sem causar vilipêndio à vida de quem errou, mas, que está tentando se consertar, perante Deus.

Não é da competencia do ministro aconselhar a pessoa a suspender tratamento médico, mas, orientá-la a procurar o profissional de saúde quando achar necessário.  

Quanto ao Confessionário, quando qualquer pessoa, membro da Igreja ou não,  confiar ao ministro da Igreja a confissão de quaisquer atos praticados, o ministro deve guardar somente para sí. Nunca informar à Igreja ou ao ministério da mesma, o que ouviu no confessionário, mesmo sendo prática criminosa - algum crime que cometera, mas, aconselhá-la a desistir do caminho do erro. A revelação do segredo do confessionário constitui crime previsto em lei. O pastor pode muito ajudar o transgressor a se reabilitar, bem como demovê-lo da ideia de praticar outros atos criminosos. Equivocadamente, muitos pastores desinformados, entendem que, o que ouvem em seu gabinete tem que ser anunciado em público, nas reuniões de ministério e até mesmo à Igreja, em reuniões administrativas. Este, além de subestimar a autoridade que Jesus lhe delegou, conforme consta em João 20:23: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e, àqueles a quem os retiverdes, lhes são retidos,”  ainda peca  por violar o segredo do confessionário, não respeitando a dignidade da pessoa  mediante os preceitos estatuídos na Constituição Federal de 1988 em seu art. 1º, inciso III, no Código de Processo Penal em seu artigo 207; e ainda o art. 154 do Código Penal. É bom saber que toda transgressão à Lei constitui-se crime e consequentemente, pecado perante Deus. Paulo por sua vez afirma: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. (2Tm 3:16). O ministro conselheiro precisa antes do exercício deste ministério, saber que o faltoso que lhe confia a confissão, o faz, na esperança de que, está confessando a quem realmente pode lhe ajudar. Inclusive, a confissão, não é feita a um ministro simplesmente por ele ser pastor, mas por ele ser um representante de Deus na terra.

PAULO, O FRACO, MAS QUE EM CRISTO ERA FORTE
 
"Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte." (2Co 12:10). Em Mt 10:6, Jesus recomenda: "Ide antes às perdidas" - no plano de salvação do nosso Deus, os perdidos tem prioridade! Eles precisam ser apascentados com o coração de alguém que lhes demonstrem amor, eles carecem ser ajudados por alguém que os insira no rebanho. O Texto de Ez 34:16, nos mostra os tipos de ovelhas que encontramos. 

1. A PERDIDA 
São os inconversos, os descrentes, sem Deus, nunca pertenceram o rebanho do Senhor, a estes: Buscarei! 

2. A DESGARRADA 
São as afastadas, que já pertenceram o rebanho, e as vezes até por falta de quem as apascentassem com o coração, hoje, se encontram desviadas, a estas: Tornarei a trazer!

3. AS QUEBRADAS
São as mutiladas espiritualmente, são as que sofreram açoites, foram apascentadas com truculência, com brutalidade, agora se encontram com grandes rupturas internas, grandes lesões, a esta: Ligarei! 

4. A ENFERMA
São as doentes na fé, o Senhor Jesus disse: "os sãos não precisam de médico, mas, sim os doentes" Mt 9:12. Estas são as que se encontram enfraquecidas, são as que precisam de uma alimentação balanceada com pouco sal e pouca gordura, precisam de alimentação leve, precisam ser reidratadas com a água cristalina que é a Palavra de Deus; precisam de ajuda, a estas: Fortalecerei! 

5. A GORDA

São as exaltadas e soberbas, são as que ao debruçarem sobre sua razão, morra quem quiser, são desproporcionais, pesadas de difícil locomoção, não se mexem facilmente, e são encontradas sempre entre os falsos profetas e também entre os obreiros, é normal serem santarronas, a estas: Destruirei e Apascentá-la-ei com Juízo. 

6. AS FORTES

São as rebeldes - truculentas - contenciosas, quando obreiros, coitado do rebanho! São durões, radicais, irredutíveis, egoístas, não perdoam e quando o fazem, fazem com restrições, julgam-se donos da verdade, como a gorda, é comum encontrar este tipo de ovelha no meio dos obreiros, e no meio dos falsos profetas, a estes: Destruirei e a apascentarei com Juízo. 

"E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura, dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer." (Lc 17:7-10). 

Um líder que apascenta com o coração e que obedece aos mandamentos de Deus não pode fazer pedidos especiais a Deus pelo mero cumprimento de seu dever. As recompensas de Deus são concedidas por Sua imensurável Graça. Seremos servos inúteis se fizermos somente o que deveríamos fazer. Ou na expectativa de sermos recompensado com dinheiro e outros bens materiais.

PROFECIAS CONTRA OS PASTORES INFIÉIS EM ISRAEL
 
Ez 34:1-10 - Jr 25:32 

O rei, profeta e o sacerdote como o pastor foram uma imagem antiga que data mais de 1000 anos antes de Ezequiel. O rei tinha a responsabilidade de fornecer alimento e água para o seu rebanho, destruir aqueles que fizessem mal a eles e defender o direito dos mais fracos - da viúva, do órfão e do estrangeiro. Mas os reis de Israel haviam falhado. Ao invés de alimentar o rebanho, "eles apascentavam a si mesmos" (Ez 34:2) e vestem-se de lã (Ez 34:3). Como resultado da negligência, as ovelhas são espalhadas (Ez 34:5-6). Deus irá intervir e juntar as ovelhas espalhadas como o Bom Pastor (Ez 34:11-16); Is 40:16; Jr 31:10). Ele irá julgar a ovelha que fizer algo errado (Ez 34:17-22) e irá colocar seu servo Davi sobre elas como um pastor (Ez 34:23-24). Finalmente Ele fará um concerto de paz com eles; eles serão Seu povo e Ele será seu Deus (Ez 34:25-31). Os profetas e os sacerdotes também haviam falhado (V 4). Lá no campo, as ovelhas podiam se separar do rebanho por uma tempestade ou escuridão ou vagando para longe. A falta de um pastor deixaria que as feras, forças estrangeiras hostis, as espalhassem para o exílio - Eis que estou contra os pastores (V 5-8). Na verdade esta profecia é melhor entendida de maneira escatológica, visto que o pastor é claramente messiânico, descrito no v. 23, como um descendente de Davi, Jesus Cristo é o Sumo Pastor. 


OBREIROS COMO PROVISÃO DIVINA 

Ef 4:11 - Ele mesmo deu, uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores"
At 6:3 - e outros para diáconos;
1Tm 3:1-2 - Outros para bispos - presbíteros - anciãos;
Tt 1:5-7 - outros para presbíteros;
1Tm 3:11 - "outras para diaconisas" - embora não haver a palavra diaconisa no "grego" e até ao III século não haver nenhuma referência - Diácono é servente: Febe era servente, Rm 16:1;
Rm 16:3 - outros para cooperadores e cooperadoras;
Outros para missionários, aqueles que proclamam as boas novas em terra distante, representando sua Igreja e o Reino de Deus onde os membros não podem ir.

"Pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos, diaconisas, missionários, missionárias, bispos, anciãos, cooperadores, cooperadoras, auxiliares" Todos com a finalidade única e exclusiva de proclamar o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, ensinar, exortar, promover a paz, enfim apascentar com o coração o rebanho sobre o qual o Espírito Santo nos constituiu bispos, para apascentarmos os, redimidos pelo precioso sangue do Filho de Deus.

CONCLUSÃO

Os líderes precisam corresponder aos indivíduos com base em suas necessidades e não em suas falhas. O contexto de Provérbios 25:21-22 incentiva-nos a ver aquilo de que os outros, até mesmo nossos inimigos precisam e devem responder de acordo com suas necessidades. Os que apascentam com o coração fazem isso muito bem. Por que eles não apascentam segundo predeterminação de conceitos estabelecidos, (a não ser os estatuídos nas Sagradas Escrituras) mas, avaliam cada situação e discernem pelo Espírito de Deus o que é preciso acontecer para se alcançar o objetivo desejado. Bons líderes permanecem flexíveis e podem mudar sua resposta, não com base no que as pessoas merecem, mas, no que elas precisam para terem sucesso.

GLOSÁRIO

APASCENTAR
Levar as ovelhas ao pasto, cuidar delas e protegê-las (Ez 34:8; Jo 21.15). Esta é uma atribuição de competencia do pastor.

CORAÇÃO
1) - Órgão que bombeia o sangue (Êx 28:29). 2) - Em sentido figurado, o coração é a sede do intelecto (Gn 6.5), dos sentimentos (1Sm 1.8) e da vontade (Sl 119:2)

GADO 
Quadrúpedes domesticados e usados para alimentação, tração, montaria, etc. (Jr 49:32). Na Bíblia há referências ao gado bovino (bois, touros, vacas, novilhos), ao equino (cavalos, mulas, jumentos), ao caprino ou cabrum (bodes e cabras), ao ovino ou ovelhum (ovelhas, carneiros e cordeiros) e ao suíno (porco).

PASTOR
1) - Guardador de gado (Gn 13:7). 2) - Governante (Jr 3:15). 3) - Deus (Sl 23:1) e Jesus (Jo 10:11). 4) - Ministro da igreja (RC Hb 13:17; 1Pe 5:2).

OVELHA
Fêmea do carneiro (Is 53:6-7).

CARNEIRO
1) - Animal de porte médio que fornece carne e lã. 2) - Era morto nos sacrifícios (Êx 29:1). 3) - Sua pele era usada como cobertura (Êx 26.14). 4) - Sua fêmea é a ovelha.

EXORTAR SEGUNDO O DICIONÁRIO AURÉLIO
1) - Verbo transitivo direto 2) - Animar, incitar, encorajar, estimular; Verbo transitivo direto e indireto. 3) -  Aconselhar, induzir, persuadir.

EXORTAR SEGUNDO O DICIONÁRIO DA BÍBLIA 3.0 - SBB
Aconselhar; animar; encorajar (Rm 12:8; Tt 2.15). O verbo "exortar", que corresponde a parakaleo (no grego), não tem o sentido de "repreender"

ESTATUIR (ESTATUIDO)
1) - Verbo transitivo direto 2) - Determinar em estatuto; resolver; estabelecer, decretar, deliberar. (3 - Estabelecer como preceito; expor como regra.


Jorge Albertacci
Assembleia de Deus do Retiro
Volta Redonda - RJ
Voltar para o conteúdo