O pior desafio que a Igreja enfrenta - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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O pior desafio que a Igreja enfrenta

TEOLOGIA DO OBREIRO > Teologia do Obreiro II
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O PIOR DESAFIO QUE A IGREJA ENFRENTA NESTE INÍCIO DO XXI SÉCULO

Lucas 10:1-2 - 2Timóteo 4:1-5
 
"E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir.  E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara.  Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.  Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.
 
INTRODUÇÃO
 
Um dos piores desafios que Igreja enfrenta neste início de século é a falta de ceifeiros interessados e preparados para a ceifa. A busca dos necessitados de Deus, lá fora, onde eles estão, dificilmente faz parte da prioridade dos obreiros destes tempos pós-modernos. Continuemos empenhados na oração recomendada por Jesus para que não falte obreiros santos neste tempo do fim.

INVERSÃO

Pastores existem muitos e muitos; milhares e milhares. Pregadores, preletores, professores e obreiros graduados, teólogos, Drs. em divindade abarrotam as tribunas das Igrejas, mas, os ceifeiros são poucos. Poucos em alguns lugares, porque existem muitos destes que não contam com nenhum emprenhado na ceifa. Muito preparo teórico, e nenhum na prática.
 
Atualmente muitos assuntos fazem parte da pauta das reuniões das Igrejas, mas, não a de um evangelismo dinâmico, lá fora, além do templo. Sempre há muitos obreiros sedentos para pregar, mas, lá dentro do templo, e nunca lá fora.  Alguns formulam seus sermões, cheios de arranjos em detrimento da exegese e da hermenêutica bíblica que só servem para confundir a cabeça das pessoas. Como alimento, essas pregações veem altamente contaminadas com a doença de Daniel Elmer Salmon, conhecida vulgarmente por Salmonella. A Salmonella é capaz de mandar todos os participantes de uma festa para o hospital após ter comido alguma coisa por ela contaminada.
 
ASSIDUIDADE ÀS REUNIÕES
 
Frequentam ansiosamente às reuniões da Igreja: AGA, AGO e AGE, mas, pouquíssimas vezes por motivo que a interessa. Dificilmente para traçarem projetos evangelísticos, ou de assistência social, lá fora onde os necessitados estão, com fome de pão e fome de Deus. Espiritualmente desidratados por falta da Água Cristalina que emana da fonte do Espírito de Deus.
 
Estribados em seus raciocínios, inconsequentementes,  brigam por suas razões, mas, desprezam os seus deveres no que diz respeito ao ministério. Questionam por tudo, mas, não resolvem nada para o bem da obra de Deus. Formam questiúnculas e se enroscam entre si, sob à ausência do Espírito Santo em suas vidas. 

Por incapacidade para serem servos. Por insubmissão, falta de temor a Deus e respito aos seus companheiros, não resolvem os problemas no seu colegiado e inescrupulosamente levam a Noiva do Cordeiro a Juízo, desprezando as recomendações da Palavra de Deus em (Mateus 18:15): - “Se teu irmão pecar contra ti, vai e, em particular com ele, conversem sobre a falta que cometeu. Se ele te der ouvidos, ganhaste a teu irmão. Porém, se ele não te der atenção, leva contigo mais uma ou duas pessoas, para que pelo depoimento de duas ou três testemunhas, qualquer acusação seja confirmada. 

Mateus 5:38-48: -­ “Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.  Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;  e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,  para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.  Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?  E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?  Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.”  ­ 

Mateus 16:24-26: - “Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;   porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.  Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” 

1Coríntios 6:5-7: -É para vossa vergonha que me expresso dessa forma. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar uma contenda entre irmãos? Contudo, ao invés disso, um irmão recorre ao tribunal contra outro irmão e apresenta tudo isso diante de incrédulos? Só o fato de haver entre vós processos judiciais uns contra os outros revela que já estais derrotados. Em vez disso, por que não deis preferência a sofrer a injustiça? Por que não arqueis com o prejuízo?
 
A Igreja sofre com muitos pregadores, mas, por qualquer evento que foge da sua rotina, ela tem que gastar além das suas possibilidades para pagar estes profissionais que não têm o menor compromisso com o rebanho de Cristo, com a Igreja Local.  Pior, é que esses obreiros, no afã de levar à Igreja ao delírio inconsequente, extrapolam todos os limites da ortodoxia cristã. Nunca têm o pecador como alvo de sua pregação, mas, sim os crentes incautos para vê-los pulando, caindo ou fazendo outras coisas que faz vergonha às pessoas de bom juízo. Sobre estes, não generalizo e seria por demais incosequente generalizar, porque existem muitos que têm suas Igrejas para congrregarem, suas famílias, e desenvolvem um valioso ministério itinerante. Homens e mulheres que compensa manter contato com eles, porque são servos que pregam, cantam e com suas vidas sob sujeição ao Espírito Santo de Deus alegram a Igreja, e sinais acontecem.

UM DESTAQUE ESPECIAL DO MENSAGEIRO DA PAZ

Assim destacou o Pastor Silas Queiroz em seu artigo "A Judicialização da Igreja" conforme consta na página 21 do Jornal Mensageiro da Paz - 1584 do mês de Maio de 2017 - Órgão Oficial das Assembleias de Deus no Brasil: Um dos problemas da igreja de Corinto, combatidos pelo apóstolo Paulo, era a prática de alguns irmãos de levar suas causas uns contra os outros para apreciação dos julgadores seculares daquele tempo. Isso está bem claro no texto de 1Coríntios 6.1-8. O apóstolo já censurava o fato de os irmãos terem demandas, quanto o mais levarem tais cau­sas perante os infiéis. 

O quadro era ainda mais crítico! Os ser­vos de Deus estavam dando um atestado de profundo orgulho e dureza de coração. Não tinham humildade e nem espírito de submissão. Preferiam viver montados no cavalo da razão, cavalgando neles até os pretores da época não impor­tando o quanto dilacera­vam o coração dos irmãos, impunham cisão na igreja e causavam es­cândalo perante os de fora. O que mais chama a atenção é que Paulo estava repreendendo aos irmãos por levarem à Justiça seus assuntos particulares: "coi­sas desta vida" (6.3). 

Isso para o apóstolo já pareceu um grande escândalo. O que diria hoje diante da judicialização dos assuntos eclesiásticos? É o caos do caos. Às vezes criticamos o Estado por suas investidas contra assun­tos da religião, sobre questões de fé. Por que, então, estamos nos acostumando a levar, nós mes­mos, os assuntos sagrados para exame das autoridades pagãs? Paulo faz uma lembrança: "Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus?" (6.9).  

Ocorre que sutilmente es­tamos nos convencendo de  que é legítimo apresentar à justiça dos homens as causas que são próprias da Casa de Deus. Já não é inconveniente levar ao Judiciário nossos negócios par­ticulares contra irmãos, apesar de podermos (1) apresentar tudo a Deus com disposição de sofrer o dano ou (2) levar perante as autoridades espirituais que te­mos em comum, as quais podem julgar ou, no mínimo, nos orien­tar quanto à melhor conduta a adotar à luz da Palavra de Deus. Mas julgamos que houvesse uma permissão levadas a julgamento perante os infiéis! Será que o Senhor da Igreja está de acordo que assuntos de Sua Casa sejam decididos perante os juízes e tribunais pagãos? 

Haverá legitimidade nas decisões relativas aos assuntos eclesiásticos tomadas confor­me as balizas pos­tas pelos infiéis? Haverá legitimidade em se alcançar o poder eclesiástico com a força do poder temporal? Igrejas po­dem ser abertas ou fechadas por força de liminares judiciais? Está o Senhor Jesus admitindo que juízes deste mundo sentenciem sobre os assuntos internos de Sua Igreja? Se dúvida ainda houver, é conveniente perguntar ao Dono da Igreja e não nos estribar em nossos próprios entendimentos. Não é difícil obter argumentos para justificar a ida ao Judiciário para dirimir os litígios eclesiás­ticos. Mas esses argumentos - todos eles - são humanos, sem qualquer lastro nas Escrituras Sagradas. Seria mais ou menos o mesmo que tentar dirigir as coisas do reino de Deus a partir dos princípios de Maquiavel! Ou será que já concordamos que os fins justificam os meios?   

O surgimento entre nós de irmãos com formação jurídica é uma bênção, sem dúvida. Há muito que fazer, desde que não se extrapole os limites. Nossas vaidades não podem sobrepujar o espírito de humildade e sujeição que Cristo Jesus nos ensinou (Fl 2.3-5), se é que realmente já mansos e humildes de coração (Mt 11.29). Conhecer os meandros da lei não significa, necessariamente, poder fazer uso dela, principal­mente se essa conduta nos levar a ferir princípios inegociáveis da Palavra de Deus. Em situações nas quais qualquer operador do Direito diria: "vamos à Justiça!", o servo de Deus será pon­derado a ponto de dizer: "Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?" (1C0 6.7). As feridas serão menos e menores. Cicatrizarão mais ra­pidamente. Não haverá escân­dalo e tropeço à fé dos irmãos e muito menos dos incrédulos. E o melhor de tudo: no tempo certo, Deus exercerá Seu justo juízo, e recompensará a cada um segundo as suas obras. 

Não somos donos da igreja. Não temos o direito de expor suas questões fora do âmbito das autoridades espirituais que o Senhor constituiu sobre Sua Casa. As questões relativas ao governo da Igreja são espiri­tuais e não carnais. Jesus não constituiu autoridades seculares para julgar assuntos da Igreja, mas deu "uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo" (Ef 4.11,12). E não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada" (Tg 1.5). 

É evidente que não se está censurando a prática da defesa em juízo quando a demanda é proposta pela outra parte. Ou seja: em muitos casos, podemos nos ver premidos a comparecer em juízo, mas não porque o provocamos. De qualquer sor­te, nossa conduta deve sempre ser pautada por um espírito de conciliação. Mesmo provocados precisamos manter uma atitude serena, um coração pacificador, para não corrermos o risco de sermos indignos de ser chamados filhos de Deus (Mt 5.9). 

Quem insiste em submeter suas ambições ministeriais e os negócios do Reino de Deus à intervenção do Poder Judici­ário - é triste dizer! - pode até conquistar posições e poder, mas, mais cedo ou mais tarde sentirá o vazio de estar onde Deus não o colocou. Quem Deus realmente chama, no tempo certo alcança a posição que lhe está reservada. Não precisa sequer se fazer visto para ser lembrado. Pode estar lá no campo, entre as ovelhas, que ninguém se assentará à mesa antes dele chegar. 

Deus ainda é Deus e continu­ará sendo por toda a eternidade. 0 controle ainda é dEle. Ele ainda tem todo o poder. É Ele quem tem o coração do rei na sua mão, e "como ribeiros de águas (...) a tudo quanto quer o inclina" (Pv 21.1). É Ele que quando quer ainda faz o rei perder o sono, ler as crónicas e en­contrar o nome de quem Ele quer honrar (Et 6.1-11). 

É Ele que através do Seu Espírito ainda quer bradar no meio da Igreja e pronunciar o nome de quem quer comissionar para o Seu trabalho (At 13.2) Ele não mudou. Seus princípios não mudaram. Nós é que mudamos.  "O verdadeiro ministério é ungido por Deus, capacitado por Deus e formado por Deus" (E. M.  Bounds); "A autoridade que procede de Deus não teme desafios, não se defende, nem se importa se tiver de perder o trono" (Gene Edwards);"... não estamos confiando demais no braço de carne?" (James Gilmour). Silas Queiroz é pastor auxiliar na AD em ]i-Paraná (RO), Assessor Jurídico da Convenção Estadual, membro do Conselho de Comunicação e Im­prensa da CGADB.
 
CONCLUSÃO


Jesus salva, cura, liberta e batiza muitas pessoas com o Espírito Santo, mas, na simplicidade da palavra. Entre lágrimas e sussurros de suas almas ao Espírito Santo. Quando se ouve um glorificando a Deus aqui, outro ali – sem empurrão, sem loucura. Neste caso, sim, neste caso, sob a unção do Espírito do Senhor, dá para dizer: alí tem uma Casa de Deus! Deus abençoa um povo temente e quebrantado de espírito; um povo que ora.  E normal as bênçãos acontecerem quando se vê do púlpito à porta, todos de joelhos dobrados no momento de oração. Todos clamando a Deus - desde o mais idoso até as criancinhas da mais tenra idade - todos de joelhos dobrados, mas, por livre vontade, não obrigado por quem quer que seja. O temor ao Senhor faz isto: convence aos santos da necessidade de manter a boa ordem na Casa de Deus. A presença do Espírito Santo faz com os santos se curvem diante de Deus!

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Jorge Albertacci
Jubilado da Assembleia de Deus do Retiro
Volta Redonda - Rio de Janeiro
Filiado às Convenções CGADB e CONFRADERJ

 
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