O Ministério do Aconselhamento
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O Ministério do Aconselhamento
O Pastor como Conselheiro:
Dom, Função ou Obrigação?
INTRODUÇÃO
A Seara do grande Mestre, nosso Senhor Jesus Cristo, precisa de pastores motivados pelo amor incondicional. (Mt 10:37). Esta deve ser a preocupação daqueles que querem ser pastores aprovados: encarar o amor como sendo a razão do serviço. Esta é a diferença: trabalhar não por obrigação moral ou ministerial.
MINISTÉRIO QUE SOMENTE SE EXERCE COM AMOR
Na Igreja de Éfeso existia conduta moral, labor, boas obras, perseverança, mas, o amor estava abandonado (Ap 21:2:2-4). A falta de amor representa a inexistência do ser. (1Co 13:1-3); amor é o requisito preeminente do trabalho pastoral. (Jo 21:15-17).
Três vezes Jesus insistiu com Pedro, requerendo dele uma só virtude para o cumprimento da tarefa: “Tu me amas?” Toda motivação do nosso ministério deve ser fruto do amor. O amor faz ver a realidade (Mc 6:34). E como bom conselheiro, o ministro de Deus nunca deve atentar para as faltas das pessoas, mas, cuidar com carinho das suas necessidades.
DO PONTO DE VISTA DE JESUS
O Senhor Jesus não via as pessoas apenas do ponto de vista cultural, étnico, sociológico, etc., mas como ovelhas sem pastor, como pessoas desgarradas e sem ter a quem recorrer. Ele procura pastores que vejam; e que ajam motivados pelo amor. (2Co 5:14; Fp 1:8). Logo, o gabinete pastoral deve ser um lugar de restauração, visto que, o pastor recebeu a missão de presidir e admoestar o rebanho de Jesus, o Sumo-Pastor, como aquele que há de dar contas dele. (1Ts 5:12, 17; Hb 13:7, 17), e ajudar as ovelhas machucadas, desviadas ou até as rebeldes a se reabilitarem. E isto ele pode fazer através do aconselhamento. Mas, para isso é bom que o ministro seja cuidadoso e tenha além da chamada da parte de Deus, uma preparação acadêmica em teologia e secular, uma coisa está intrinsecamente ligada à outra. Como disse Paulo ele não pode ser neófito. (1 Timóteo 3:6).
DA QUALIFICAÇÃO PARA O EXERCÍCIO
Destarte, caso o ministro não haja por força das circunstâncias tido a oportunidade de se qualificar secularmente, mas, que o Divino Mestre o tenha chamado, esse ministro, indubitavelmente, exercerá sim, com proficiência o ministério que lhe foi confiado. Do outro lado, ele pode ter estudado os melhores cursos, seculares e teológicos, nas melhores escolas do mundo, mas, se ele não tiver a chamada, para nada valerá esses estudos. E no Corpo de Cristo ele não desempenhará ministério algum. A não ser que esse ministério seja de ordem simplesmente secular.
Quando estudamos a Palavra de Deus através da Escola Bíblica Dominical, de um curso teológico, ou simplesmente lendo, escrevendo, pregando ou ensinando, nos conscientizamos cada vez mais da vontade do Senhor e do conhecimento dele. Destaco, todavia, pela experiência que do Senhor adquiri, durante este período que por Sua graça estou inserido no rol dos santos, que o melhor e a maior Escola de Teologia, sempre foi e ainda é, a Escola Bíblica Dominical – Recomendo por conhecê-lo bem, o material didático da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). A CPAD fornece trimestralmente seus materiais didáticos para todas as faixas etárias, a partir do berçário, até ao adulto da idade mais avançada.
A PRINCIPAL FORMA DE SE ADQUIRIR A VERDADEIRA SABEDORIA
A verdadeira sabedoria consiste em colocar em prática a Palavra de Deus. Devemos vivê-la em nossa vida. (Rm 2:21-22).
Ninguém pode conhecer as coisas espirituais se não estudar cuidadosamente e com todo o interesse os pormenores da Palavra. Portanto, é imprescindível a leitura e o estudo sistemático das Escrituras.
A Palavra de Deus nos ensina que o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre. (Salmos 111:10).
Em face ao acima exposto, chegamos ao seguinte consenso: quem não conhece a Deus (através de um estudo sistemático) e nem lhe obedece (através da prática do conhecimento que possui) tanto erra, como concorre para que outros errem também, o que é muito lamentável.
FORMAÇÃO DE PASTORES APTOS PARA O ACONSELHAMENTO
A formação de pastores aptos para o aconselhamento está fundamentada também em 2Tm 2:15. O preparo do obreiro está intrinsecamente ligado não somente ao aspecto espiritual, mas também ao aspecto intelectual, conforme 2Pd 3:18.
Crescimento Espiritual
Oração, jejum, consagração e dedicação à santidade. Todavia, se crescermos somente nesse aspecto, sem equilíbrio, incorremos ao perigo do fanatismo.
Crescimento intelectual
Leitura e meditação da Bíblia, leitura de bons livros, estudos bíblicos, cursos teológicos, cursos seculares e Escola Dominical. Ressaltando, todavia, que se o nosso crescimento resumir somente nessa área, fatalmente cairemos no formalismo religioso.
Se desejarmos exercer um ministério próspero e consciente, próprio de um obreiro aprovado, não nos esqueçamos de que em nossa formação deve sempre estar presente o binômio: crescer na graça (espiritualmente) e no conhecimento (intelectualmente).
O PERIGO DO DESPREPARO
No início da década de 60 tomamos conhecimento de uma ocorrência desagradável. Foi que uma congregação, estabelecida em um município do estado do Rio de janeiro; onde seu dirigente sem assistência pastoral entrou em um propósito de consagração. Após jejuarem e orarem, alguém entendeu que recebeu do Senhor uma revelação. Tal revelação era para sacrificar uma criança e que no terceiro dia essa criança seria ressuscitada. Segundo consta, praticaram então esse ato abominável e como é sabido não houve a ressurreição, gerando assim um grande escândalo e consequentemente a intervenção da polícia. Isto significa que grupos isolados e principalmente na atual conjuntura eclesiástica, não funciona. Todas as frentes de trabalhos da igreja devem ser supervisionadas pelo pastor para evitar essas discrepâncias.
Essas discrepâncias ocorrem sim, indubitavelmente, provocadas por obreiros ambulantes, que rondam as reuniões dos irmãos com mensagens não só puramente carnais, porque é comum haver forte influência do diabo também. Causando prejuízos irreparáveis, que dificilmente o pastor conselheiro contornará a situação.
O que é Ministério?
Vários são os ministérios estabelecidos, e quais são as necessidades destes nos dias atuais? A forma de governo estabelecida por Deus para a Igreja primitiva é ainda necessária nos nossos dias? Em face da atual crise espiritual, com o formalismo, o relativismo e a secularização do que é santo, qual deve ser o comportamento da Igreja do Senhor em face às realidades de tal contexto?
O tempo passa, as coisas mudam, inclusive, os conceitos são alterados. Todavia, a palavra de Deus sempre é a mesma desde o princípio. Deus não muda; Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente. Sua Igreja é o Seu Corpo e as normas estabelecidas por Ele mesmo desde os tempos primitivos, serão sempre as mesmas até que Ele volte nas nuvens para o arrebatamento. A adequação à modernidade em nada pode alterar os princípios da Igreja. Com a tão necessária adequação da Igreja às novidades que aparecem, os ministros devem agir com sabedoria, para que a Igreja sobreviva a estas coisas sem se contaminar.
Etimologicamente, a palavra ministério vem da palavra grega diakonia, que quer dizer: servir, ou seja, Deus, em sua soberania, escolhe alguns homens, e em seguida dota-os de DONS, para certas FUNÇÕES. Ele os chama e concede DONS para um ministério específico. Esse DOM é uma graça (capacitação) que alguém recebe para desempenhar determinada FUNÇÃO no Corpo de Cristo.
FUNÇÃO, DOM, OU OBRIGAÇÃO?
O trabalho, FUNÇÃO do pastor na Igreja, não é somente batizar, celebrar casamentos, celebrar Santa Ceia, oficiar cerimônias fúnebres, pregar sermões, entre outras, mas, de acordo com Ef 4:11-16 é: a) Aperfeiçoar os santos para o desempenho do serviço de cada membro do Corpo de Cristo; b) Edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja, para que o mesmo cresça sem anomalias. Entre essas FUNÇÕES insere-se a FUNÇÃO do aconselhamento. Em certo sentido o ministério chega ser uma OBRIGAÇÃO. (1Co 9:16), mas, o aconselhamento é uma FUNÇÃO própria do pastor. Do pastor porque é ele quem está sempre mais próximo do rebanho e para que ele desempenhe essa FUNÇÃO com o desvelo que merece, ele deve conhecer as ovelhas, uma a uma. Nesse caso ele deve trabalhar o critério de equidade entre razão e coração. (Pv 27:23). Inclusive conhecendo o estado de cada uma delas, afim de que, o tratamento necessário lhe seja aplicado.
O ministro deve ter conhecimento ainda, de que, essas funções acima citadas, além do aspecto religioso, estão também intrinsecamente ligadas ao aspecto legal. E principalmente a do aconselhamento, pois nessa função ele será um elo “mediador” entre Deus, e no caso, a pessoa que possivelmente possa ter cometido um pecado grave. E que agora quer se livrar dele através da confissão a Deus, o que acredita ser possível fazer através da confissão a um de seus representantes na terra. Neste caso, o pastor; uma pessoa sobre a qual o faltoso deposita toda sua confiança. Confiança esta delegada por Jesus: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e, àqueles a quem os retiverdes, lhes são retidos” (João 20:23).
O pastor pode muito ajudar o transgressor a se reabilitar, bem como demovê-lo da ideia de praticar outros atos criminosos. Equivocadamente, muitos pastores desinformados, entendem que, o que ouvem em seu gabinete tem que ser anunciado em público, nas reuniões de ministério e até mesmo à Igreja, em reuniões administrativas. Este, além de subestimar o versículo acima citado, peca também por violar os segredos do confessionário, não respeitando a dignidade da pessoa humana pelo que preceitua a (CF/88 art. 1º, inciso III, o CPP em seu artigo 207; e ainda o art. 154 do CP). É bom saber que toda transgressão à Lei constitui-se crime e consequentemente, pecado perante Deus. Paulo por sua vez afirma: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. (2Tm 3:16). O ministro conselheiro precisa antes do exercício deste ministério, saber que o faltoso que lhe confia a confissão, o faz, na esperança de que, está confessando a quem realmente pode lhe ajudar. Inclusive, a confissão, não é feita a um ministro simplesmente por ele ser pastor, mas por ele ser um representante de Deus na terra.
O que é bom ressaltar também:
ENSINAR: Ministrar o ensino de; transmitir conhecimentos de; instruir; lecionar, educar; pregar, doutrinar.
REDARGUIR: Replicar argumentando; responder arguindo.
CORRIGIR: Atenuar os inconvenientes de: Reparar (agravo, injustiça, etc.). Castigar, censurar, repreender: Aplicar corretivo; Emendar, retificar, a si mesmo; Mudar de vida; emendar-se.
INSTRUIR: Transmitir conhecimentos; ensinar. Adestrar, habilitar: Adestrar, exercitar, domesticar: Transmitir instruções, informar: Jurídico: Pôr (um processo, uma causa, etc.) em estado de ser julgado: Anexar a (uma petição apresentada em juízo) documentos comprobatórios de alegações nela feitas: Esclarecer, informar, cientificar: Receber instrução; adquirir conhecimentos.
JUSTIÇA: Justiça significa respeito à igualdade de todos os cidadãos, e é um termo que vem do latim. É o principio básico de um que tem o objetivo de manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal. É um termo abstrato que designa o respeito pelo direito de terceiros, a aplicação ou do seu direito por ser maior em virtude moral ou material. A Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou por mediação através dos tribunais. Em Roma, a justiça é representada por uma estátua, com olhos vendados, que significa que "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre todos. (SIGNIFICADOS.COM.BR). Se todos os crentes observassem pelo menos este versículo da Palavra de Deus, jamais haveria necessidade de ser convidado a comparecer à presença do Juiz para repreensão, ou para orientação sobre qualquer assunto. Assim como, se todos os cidadãos observassem a Lei Civil, seriam justos, e irrepreensíveis não somente perante a sociedade, como perante a Deus também.
Na hierarquia dos códigos, a Bíblia sempre assumiu o primeiro lugar. Nela, há lei suficiente para reger o mundo todo; tanto que no preâmbulo da Constituição Federal de 1988 consta: “Promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”. Isto mostra que até aqui as Leis tem sido instituídas em consonância com a Palavra de Deus. Ao ministro religioso, são delegadas autoridades, de no cumprimento de suas atribuições, orientar as pessoas o caminho do bem, tanto no sentido religioso como secular. “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16).
Uma experiência própria:
Na década de 50 eu era pastor de gado, e Geasy Rosa da Silva, que hoje é pastor da Assembleia de Deus em Senador Camará – Rio, e que se entregou a Jesus na mesma noite que eu, em março de 1958, também era pastor comigo. Na verdade nós éramos somente pastores; meu pai era quem supervisionava nosso pastoreio, porque ele era o responsável pelo gado e meu avô era o dono. Onde fôssemos, seus olhos estavam sobre nós. Virávamos por detrás de uns morros, mas nem assim ele saia da janela da sua fazenda. Então nós tínhamos que pastorear com muito cuidado porque na volta, meu avô ia ao curral conferir se não havia algum hematoma provocado por vara. Todavia, esse cuidado, que a princípio era até por temor pela cobrança do Papai e do Vovô, com eles aprendemos a amar o rebanho, e com pouco tempo notamos que esse amor era o mais recíproco e puro.
Aprendemos todos os seus costumes e eles (as) os nossos, eram entre 70 a 80 cabeças, mas, cada um(a) com um jeito diferente de ser; não aceitavam a entrada de ninguém no curral sem antes conversar conosco, que éramos seus pastores por alguns tempos, de igual modo, conhecíamos o comportamento de um(a) a um(a). Eles tinham a mais plena confiança em nós. Por que sabiam que nós somente lhes proporcionaríamos o que fosse bom para eles. Os levávamos aos pastos verdejantes, depois levávamos ao córrego de águas cristalinas. Colocávamos um salzinho no coxo, oferecíamos a eles(as) muitas palhas de milho molhadas com água de sal. Aplicávamos os medicamentos necessários, sendo que as injeções ficavam sempre por conta do Papai, bem como, os tratamentos com hematomas, ferimentos profundos, e quando necessário a assistência no momento do nascimento do bezerro.
Do lado espiritual
Quanto ao aconselhamento pastoral, nem todos os pastores estão aptos para exercer essa FUNÇÃO, e na minha estimativa esse despreparo chega a 70%! (setenta por cento) nada menos que isso. Isto falando de igrejas “tradicionais” tais como, Assembleia de Deus e as outras com mais de 50, 100 ou mais anos de fundação.
CONNHECENDO O DESPREPARO
Há aproximadamente dez anos (década de 1990) uma jovem senhora, com menos de trinta anos de idade, membro de uma grande igreja e que estava viúva. Procurou minha esposa, pedindo para marcar uma agenda no meu escritório, em nossa casa. A princípio relutei por uma questão de ética, mas, devido sua insistência, resolvi atendê-la, no horário marcado com minha esposa. Na hora marcada, ela compareceu muito temente porque havia pecado com um rapaz com que iria se casar (fornicação). Após sua confissão eu a orientei a procurar o dirigente da congregação; ao que ela me respondeu: - pastor, eu sei, este seria o caminho correto, mas, não posso nem pensar nisso, porque aconteceu o mesmo recentemente com outra irmã e ela teve que se mudar do bairro. Por que, ela confessou para o dirigente, o dirigente falou para a congregação e a congregação para o bairro, em seguida o assunto foi levado para a igreja sede, para proceder com a exclusão. E da sede para todas as demais congregações. E eu moro com meus pais que são muito rigorosos. Diante disto, eu a indiquei várias saídas, mas todas em sua igreja. Mas, ela simplesmente não confiava em mais ninguém, porque com todas que acontecia isso a saída era a execração impiedosa. A maioria arranjava um pretexto e se desviava, tanto mulheres quanto homens e assim se livrava da humilhação. Muito arrependida implorou por minha ajuda. Esgotado todos os meios, a orientei a pedir sua carta de mudança e vir para nossa igreja. Passado poucos dias, ela compareceu com a carta, e ela mesma propôs em ficar noventa dias somente congregando, sem participar de nada e assim foi feito, pois a deixamos bem à vontade. Finalmente, após ter sido curada espiritualmente e psiquicamente, depois de alguns meses voltou para sua igreja de origem, onde permanece firme, com bom testemunho. Mas, esse não foi um assunto isolado, entre eles, foram mais de vinte ou trinta. Estou me referindo a membros de outras igrejas de algumas cidades do Brasil.
Já atendi caso em que o pastor aconselhou o irmão a se separar da mulher com a qual estava amigado, para regularizar sua situação junto ao rol de membros da Igreja. Era tudo que o homem queria ouvir de um pastor para se livrar da mulher e dos filhos. Deixou a mulher na rua da amargura, e ela desesperada foi parar na casa do pastor, porque era do indivíduo, pai dos seus filhos, que vinha o sustento para a família. O pastor entrou em apuros, o que não poderia ser diferente. Tudo por falta de preparo para o aconselhamento.
Pela misericórdia de Deus já conseguimos tirar pessoas da síndrome do pânico aguda. Destaco aqui um jovem de outra igreja. Este já ficava em seu quarto com a luz apagada pelo desespero. Ele me tirou o sossego por algum tempo, mas, finalmente ficou curado pelo poder de Deus, se casou e foi viver sua vida normal, com a família e na sua igreja.
VIGILÂNCIA QUE O MINISTRO CONSELHEREIRO DEVE TER
Ressalto que a função de conselheiro, a tenho como a mais delicada no exercício pastoral, porque ele incorre no perigo de cair em armadilha com pessoas do sexo oposto. Essas armadilhas podem surgir de dois lados, a saber: a) se o ministro tiver com a vacina contra o vírus da impureza sexual vencida, ele pode sim cair no fracasso – b) do outro lado pessoas mal intencionadas pode levantar um falso contra o conselheiro que dificilmente ele se sairá bem no final da história. Diante disto, ele (o pastor) nunca deve aconselhar uma pessoa do sexo oposto sem a presença de sua esposa, desde que esta tenha idoneidade para isso, porque a violação do confessionário além de ser antiético e antibíblico, é também crime previsto em lei.
Ressalto ainda, que o ministro deve olhar também o lado dele ao aconselhar pessoas com problemas sérios porque ele se torna um arquivo desses assuntos. Na minha trajetória ministerial, indiquei pessoas para se entregar a polícia e foi o que ela imediatamente fez. Já encaminhei à psiquiatra, psicólogos, neurologistas e urologistas para assuntos sexuais e outros, bem como a advogados e outras áreas profissionais, porque às vezes o assunto é para um profissional e o ministro do evangelho não dará conta, porque ele é pastor.
CONCLUSÃO
O ministério pastoral vem através de uma chamada da parte Deus. Ele chama quem Ele quer, capacita com os DONS necessários, para que este desempenhe suas FUNÇÕES com o desvelo que merece. Concordo que o aconselhamento não é feito por OBRIGAÇÃO e nem por DOM, mas, que é uma FUNÇÃO inerente ao cargo que ele exerce no Corpo do Senhor. E que para tanto, é necessário que ele não seja irascível e nem temperamental. Mas que seja firme em seus propósitos, tendo capacidade para suportar calmamente ser incompreendido. E que em quaisquer circunstâncias ele não tenha nenhuma dificuldade e dispensar às pessoas, membro ou não da Igreja: amor e toda sua atenção. Devendo inclusive ser: vigilante, destemido, amigo de todos - crentes ou não, agir com imparcialidade, ser enérgico, mas, educado e flexível ao mesmo tempo. Que não faça acepção de pessoas – mas que aja com equidade e igualdade com todas, revelando sempre senso de justiça. Que não use de meias palavras, que minta em nenhuma hipótese – para poder contar sempre com a confiança de quem o procura. Que viva inteiramente sob o controle do Espírito Santo de Deus. Que não participe de ambientes, até mesmo de crentes, onde há brincadeiras, piadas – mesmo não sendo indecorosas – em parte ser austero para que não caia no descrédito das pessoas. Não deve ser santarrão, durão e nem radical, mas, manter o respeito para com todos para que seja digno de respeito na hora do aconselhamento.
Volta Redonda 22 de novembro de 2008
Jorge Albertacci
Pastor Jubilado da Assembleia de Deus do Retiro
CGADB 10.092 – CONFRADERJ 1.135
prjorgealbertacci@yahoo.com.br