Jesus Cristo, a Bíblia e o Nosso Dia a Dia
TEOLOGIA DO OBREIRO > Estudos Bíblicos II
JESUS CRISTO
A BÍBLIA E O NOSSO DIA A DIA
JOÃO 1:1-14
Jesus é o tema central da Bíblia. Ele mesmo no-lo declara em Lucas 24:44 e João 5:39. (Ler também Atos 3:18; 10:43; Apocalipse 22:16). Se olharmos de perto, veremos que, em tipos, figuras, símbolos e profecias, Ele ocupa o lugar central das Escrituras, isto além da sua manifestação como está registrada em todo o Novo Testamento. Jesus Cristo é o nosso modelo supremo de caráter, e devemos imitá-los todos os dias de nossas vidas. O apóstolo Pedro em sua primeira epístola, escreve dizendo que devemos seguir as pisadas de Cristo, pois Ele nos deixou exemplo (1Pedro 2:21). Na verdade a Bíblia está repleta de passagens que afirmam que Jesus é nosso grande exemplo (Mateus 11:29; João 13:12-17; 1Coríntios 11:1; a Tessalonicenses 1:6; etc.). O pastor William Hendriksen, em seu Comentário do Novo Testamento sobre a Epístola de Paulo aos Filipenses, argumenta que se Cristo não for o nosso exemplo, então nossa fé é estéril e nossa ortodoxia, morta.
JESUS NA BÍBLIA
Em Gênesis, Jesus é o descendente da mulher (Gn 3:15);
Em Êxodo, é o Cordeiro Pascoal;
Em Levítico, é o Sacrifício Expiatório;
Em Números, é a Rocha Ferida;
Em Deuteronômio, é o Profeta;
Em Josué, é o Capitão dos Exércitos do Senhor;
Em Juízes, é o Libertador;
Em Rute, é o Parente Divino;
Em Reis e Crônicas, é o Rei Prometido;
Em Ester, é o Advogado;
Em Jó, é o nosso Redentor;
Nos Salmos, é o nosso socorro e alegria;
Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus;
Em Cantares de Salomão, é o nosso Amado;
Em Eclesiastes, é o Alvo Verdadeiro;
Nos Profetas, é o Messias Prometido;
Nos Evangelhos, é o Salvador do Mundo;
Nos Atos, é o Cristo Ressurgido;
Nas Epístolas, é a Cabeça da Igreja;
No Apocalipse, é o Alfa e o ômega; é o Cristo que volta para reinar.
em
1 Jo 1:1-4
Jesus é a Palavra da Vida
Ap 19:13
Jesus é a Palavra de Deus
Cl 1:15-17
Jesus é o Criador do Universo
Rm 9:5
Jesus existe eternamente
Jo 17:5,24
Jesus com o Pai antes da criação do mundo
Mt 1:23
Jesus é Deus entre os homens
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Tomando o Senhor Jesus como o centro da Bíblia, podemos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a Ele, assim: PREPARAÇÃO - Todo o AT, pois trata da preparação para o advento de Cristo. MANIFESTAÇÃO - Os Evangelhos, que tratam da manifestação de Cristo. PROPAGAÇÃO - O Livro de Atos, que trata da propagação de Cristo. EXPLANAÇÃO - As Epístolas, que são a explanação da doutrina de Cristo. CONSUMAÇÃO - O Livro de Apocalipse, que trata da consumação de todas as coisas preditas, através de Cristo. (Dr. Cl. Scofield).
Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Física sem a matéria ou a Matemática sem os números.
JESUS, JESUS, JESUS
1. A revelação gloriosa. O prólogo do Evangelho de João revela várias verdades a respeito da natureza e deidade de nosso Senhor Jesus Cristo. Aprouve ao Espírito Santo revelar oito maravilhosos títulos divinos de Cristo em Jo 1:1-51: Verbo (v.1); Vida (v.4); Luz (v.7); Filho Unigênito de Deus (vv.18-49); Cordeiro de Deus (v.29); Messias (v.41); Rei de Israel (v.49); e Filho do Homem (v.51). A deidade, natureza, identidade, encarnação e missão de nosso glorioso Salvador manifestos em apenas um capítulo! Prostremo-nos reverentemente diante do Senhor, e, assim como o salmista, declaremos: “Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso atingir” (Sl 139:6; Rm 11:33; Ef 1:3).
2. O Verbo Divino. O termo “Verbo”, aplicado a Jesus, procede do original Logos e, apesar de seu amplo significado secular, “palavra”, “razão”, ou “pensamento”, é usado no versículo 1 com o sentido de “Verbo ou Palavra divina”. O mesmo vocábulo aparece em 1 Jo 1:1 descrevendo o “Verbo da vida”, e no capítulo 5 versículo 7 da mesma epístola, apenas como “Palavra”. Na Bíblia, o termo “palavra”, quando vinculado a Deus, revela o seu infinito poder criador, protetor e sustentador de todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis (Gn 1:3; Sl 33:6-9; 107:20; Hb 1:3; 11:3). Por conseguinte, em Deus, o crente sempre estará seguro, pois Ele cuida dos seus filhos e, com a sua destra, protege-os do mal (Sl 60:5; 118:15; Is 45:2-8; Mt 6:13). Quando o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo foi anunciado pela Igreja cristã no Século I, os vocábulos, “A Palavra” e “O Verbo”, foram satisfatoriamente compreendidos pelos judeus e gregos, pois essas expressões lhes eram conhecidas.
JESUS, ONTEM, HOJE E ETERNAMENTE
1. “No princípio era o Verbo” (Jo 1:1a). Esse trecho afirma que Jesus é eterno. A Bíblia assevera: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1). Porém, em Jo 1:1 a Sagrada Escritura vai infinitamente além do fato expresso em Gn 1:1 ao afirmar que “No princípio era”, ou seja, o Verbo já existia. O Senhor Jesus existe antes de todas as coisas, inclusive antes de o tempo ter início: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1;17). O Filho de Deus, além de existir por si mesmo (Jo 5:26), estava com o Pai antes da criação do mundo (Jo 17:5-24). Ele existe por si mesmo e sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1:3). Isto é consolo e restauração espiritual para o crente, pois o propósito dessa gloriosa encarnação do Verbo divino é prover a “purificação dos nossos pecados”, como afirma a parte final de Hb 1:3; Jo 1:14. Louvemos ao Verbo, o Criador, Sustentador e Fim de todas as coisas (Ap 1:8).
2. “E o Verbo estava com Deus” (Jo 1.1b). O texto é inequívoco: O Filho Unigênito estava com o Pai (Jo 1.18). O Verbo, o Emanuel, não é apenas eterno, mas também distinto do Pai. Essa ortodoxa afirmação aniquila o falso ensino dos modalistas e unicistas que, embora defendam a divindade de Jesus, negam a santa doutrina bíblica da Trindade. Segundo os hereges, Pai, Filho e Espírito Santo são uma só pessoa. Eles não crêem na doutrina da existência de um só Deus que subsiste em três distintas e Santíssimas Pessoas (Mt 28:29). Todavia, esse ensinamento está claramente exposto nas Escrituras. O batismo de Jesus (Mt 3.16,17), sua oração sacerdotal (Jo 17), e a declaração da sua suprema autoridade são refutações clássicas contra essas heresias (Jo 8:17, 18; 1 Jo 2:22-24). Crer e defender a santa doutrina da Trindade não é um privilégio, mas um dever de cada cristão (1 Pe 3:15; Jd v.3).
3. “E o Verbo era Deus” (Jo 1:1c). Observe que o conceito expresso nesse versículo é progressivo. Uma declaração ( Jo 1a; 1b) esclarece a outra até culminar com uma verdade enfática: “e o Verbo era Deus” (1c). Se o prólogo do evangelho de João (1:1-14) fosse o único lugar nas Escrituras em que a divindade do Verbo é afirmada, já teríamos subsídios suficientes para crer e confessar a doutrina. Todavia, esse ensino é asseverado em todo o contexto bíblico (Jo 5:18, 10:30; Cl 2:9). Portanto, inúmeras e inegáveis provas bíblicas atestam que a crença na divindade de Jesus é indispensável para a salvação da alma (1 Co 15:1-4; 1 Tm 6:15-16; Hb 1:1-3; 1 Pe 1:2-5; 1 Jo 5:1-13).
JESUS, O VERBO ETERNO DE DEUS
Após apresentar o Verbo divino, enfatizando sua preexistência, natureza e igualdade com o Pai, João descreve alguns de seus atributos e prerrogativas.
1. Criador (Jo 1:3-10). O Verbo é apresentado nas Escrituras como o Deus Criador: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (v.3). Ele “estava no mundo, e o mundo foi feito por ele” (v.10). Essa doutrina invalida a crença dos grupos religiosos que dizem ser o Verbo uma mera criatura, e não o Criador. Contudo, a Bíblia é categórica: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há no céu e na terra” (Cl 1:16). O Verbo divino não faz parte da criação; transcende-a, pois é o Criador de todas as coisas (Hb 1:1-2, 10). Quando a Bíblia afirma que Jesus é o Criador, atribui-lhe o mesmo título pelo qual o Pai é conhecido no Antigo Testamento (Gn 1:1; Jó 33:4; Sl 138:13-18). Assim como o salmista prorrompeu em júbilo diante do Deus Criador, façamos o mesmo perante o Filho, o Criador de todas as coisas: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Sl 95:6).
2. “Nele estava a Vida” (Jo 1:4). Jesus declarou que além de possuir a “vida em si mesmo” (Jo 5:26) era a “ressurreição e a vida” (Jo 1:1-25; 5:25). No Antigo Testamento, o Pai é identificado como a fonte e o manancial da vida (Gn 2:7; Dt 30:20; Sl 36:9). Era um título que pertencia exclusiva e unicamente ao Criador de toda vida (Sl 133:3).
Cristo, entretanto, atribuiu a si mesmo essa designação divina (Jo 5:21-26) e, como tal, foi reconhecido seja através de seus ensinos (Jo 5:32-35; 11:25) seja por meio de seus atos milagrosos (Jo 11:42-45; Mt 9:18-19,23-25). A vida em Cristo é eterna não apenas no sentido de sua duração, mas por sua qualidade (Cl 3:4; 1 Tm 1:1; 2 Tm 1:10). A vida que provém de Deus é cheia de gozo, paz e alegria. Jesus asseverou-nos: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6).
3. “A luz verdadeira” (Jo 1:9). A Palavra de Deus ensina enfaticamente que Deus é Luz (1Jo 1:5; Sl 27:1) e que “habita na luz inacessível” (1 Tm 6:16). Esse título divino seria também uma designação do Messias, o Servo do Senhor (Is 42:6-7; 9:2; Mt 4:16). O termo “luz” aparece cerca de 20 vezes no evangelho de João (1:4-5,8-9; 3:19; 8:12; 12:46), e, na maioria das ocasiões, refere-se a Jesus como a luz do mundo (Jo 8:12). No relato da Criação, lemos que Deus, pelo poder de sua Palavra, fez surgir a luz, que desfez o caos (Gn 1:2-3). O Senhor Jesus é a “luz que alumia a todo homem que vem ao mundo” (Jo 1:9), e por isso, desfaz o caos da vida humana (2 Co 4:6).
CONCLUSÃO
Em Jesus estão reunidos todos os atributos divinos que o descrevem como o único e suficiente Salvador da humanidade. Sua história e suas obras não se limitam ao período entre seu nascimento e sua morte (Hb 13:8). O Filho de Deus esteve presente eternamente, atuando especialmente na História da Salvação. Ele veio como homem e sua glória foi vista pelos de sua geração; realizou a obra da redenção na cruz do Calvário, e retornou ao Céu, de onde dirige a sua Igreja e voltará em glória para estabelecer a paz universal. (Subisídio LB/EBD/CPAD - Pr. Esequias Soares - 1º Trimestre de 2008).
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Pr. Jorge Albertacci
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