A Viúva de Naim - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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A Viúva de Naim

LITURGIA > Mensagens Bíblicas
A viúva de Naim
 
INTRODUÇÃO
 
Para meditar sobre o assunto em epígrafe, passo a ler o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo escreveu Lucas 7:11-17, onde consta a seguinte passagem:
 
TEXTO BÍBLICO
 
“E aconteceu poucos dias depois ir Ele à cidade chamada Naim, e com Ele iam muitos dos Seus discípulos, e uma grande multidão. E quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto filho único de sua mãe, que era viúva, e com ela ia uma grande multidão da cidade. E vendo-a o Senhor, moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife, e os que o levavam pararam, e disse: Mancebo, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o a sua mãe”
 
 COMENTÁRIO
 
De repente, deparamos com um enterro que se aproximava. Enterro de um jovem, filho único, de uma mãe viúva, que chorava muito. Esse filho, era a última esperança daquela mãe, e certamente, seria ele, que em sua velhice lhe traria o consolo, e até mesmo recursos para sua sobrevivência.  E ali estava ele, seu corpo dentro de um caixão, levado pelos amigos para o cemitério. E vale até ressaltar, que os amigos por melhores que sejam, somente podem ajudar até ao cemitério. Dali para frente somente um amigo continuará a nos apoiar, Jesus Cristo.
 
O ENCONTRO COM JESUS
 
E eis que o enterro se aproxima de Jesus. Os olhos do Mestre, alcançaram os olhos tristes e aflitos daquela mulher que chorava por ver seu filho sem vida. Talvez que depois de prolongada doença, de esperanças que se desvaneceram, de recursos que se esgotaram. Talvez que depois de várias noites passadas em claro no silêncio das longas madrugadas.  E os olhos de Jesus alcançaram o coração triste daquela mulher. E relata o texto que Jesus compadeceu dela! E movido de íntima compaixão, determinou, que parassem o enterro!
 
E agora um enterro parado em plena via pública, Jesus ordena que o caixão seja aberto. Um paradoxo? Não! E não houve protesto algum. Apenas com aquela voz cheia de autoridade e amor, Ele disse à mãe: Não chores!  Atentando em seguida para morto, disse-lhe: Jovem, eu te digo: Levanta-te!
 
Chamou-o à vida e o entregou à sua mãe. A multidão que compunham o cortejo, extasiada guardava o mais profundo respeito, porque afinal de contas, era Jesus, o Senhor da Vida que com poder repreendeu a morte.
 
O enterro de um filho único era a maior tragédia que poderia acontecer na vida de uma pobre viúva. A lamentação desta mulher pelo seu filho era o caso da mais extrema aflição, mas ela teve a sorte de encontrar-se com Jesus!

ULTRAPASSANDO OS LIMITES DA LEGALIDADE

Nessa época os cadáveres eram cerimonialmente impuros, e quem tivesse contato com eles se tornavam  inapropriados para a presença de Deus - (isto é, quem quer que nesses tocassem não tinham permissão de adorar nos lugares públicos durante determinado período de tempo) Levítico 5:2, Números 19:11. Assim como, não era permitido haver cemitérios no interior das cidades; e por isso os cemitérios sempre ficavam fora dos muros das cidades judaicas, o que tornava necessário que se fizesse um cortejo levando o falecido.
 
O sepultamento usualmente se verificava no mesmo dia da morte. Naim tinha uma única estrada, e essa condizia a uma planície através de uma descida bastante íngreme. Jesus tocou no esquife,  desta maneira contaminando-se, de conformidade com as leis cerimoniais referentes aos mortos, mas Ele não se importou com isso; Ele tinha uma missão de misericórdia a cumprir. Notamos que Ele não requereu fé da parte de quem quer que seja, nem mesmo da mãe do morto, a qual certamente teria feito qualquer coisa naquele instante para que seu filho retornasse à vida. Jesus não exigiu fé porque foi tomado de compaixão, e aquele poder miraculoso tomou conta de todo o Seu ser. Poderia Ele ter ressuscitado a qualquer morto naquele momento, Seu leve toque no esquife fez o cortejo inteiro parar e a história de vida daquela viúva se mudar para sempre.
 
CONCLUSÃO

Naim, a partir desse episódio não foi mais a mesma. Nenhuma obra conhecida de Jesus até este ponto  criou tanta agitação, e nenhum relato se espalhou com tanto entusiasmo, alcançando uma distância tão grande. A prova disto é que este milagre é sempre lembrado por fazer parte do Evangelho do Senhor. É importante notar que esse milagre aconteceu sem rogos. Às vezes nos falta o ânimo para pedir uma intervenção da parte de Deus que nos parece impossível, e, contudo, Deus responde os nossos desejos mesmo quando não ousamos pedir.  Como é bom observar o encontro da vida com a morte! Nesse caso, Jesus representa a vida e a alegria, enquanto que a morte, a tristeza e a desilusão. Como sempre, a vida venceu a morte. Em um sentido mais abrangente, a humanidade do mundo inteiro, se encontrava destituída da graça de Deus – mortos em seus delitos e pecados, mas, Jesus desceu do Seu lugar no céu, para restabelecer a todos o direito do arrebatamento, ou da ressurreição para a vida eterna. Basta aceitá-lO como único e suficiente Salvador.
 
RESUMO

O Evangelho de Lucas: Dos três sinóticos, Lucas é o Evangelho dos pobres, dos oprimidos e dos infelizes.

Naim: Naim ficava na planície de Esdraelom, a cerca de três quilômetros do monte Tabor, aproximadamente trinta quilômetros a sul-sudoeste de Cafarnaum, e a uns dez quilômetros ao sul de Nazaré. Pertencia à tribo de Issacar. Naim significa “agradável” ou “formosura”.
 
Grande Multidão: E com ele iam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão (11). A multidão não se limitava a ficar ao seu redor nas cidades, mas o seguia de uma cidade a outra. Esta multidão se compunha de três grupos: os Doze, muitos dos seus discípulos, e grande multidão.
 
O Rapaz: O rapaz era o filho único e a mulher era viúva. Assim, ele era a sua única fonte de sustento, assim como a sua alegria e o seu orgulho. Jesus demonstrava interesse pelas necessidades econômicas do homem, e também pelas suas necessidades físicas e espirituais.
 
A Compaixão: Observamos, antes de mais nada, que o motivo deste milagre foi a compaixão. Sem dúvida, Jesus realizou milagres para confirmar a sua divindade. Mas a sua maravilhosa compaixão nunca estava ausente quando o milagre tinha algo a ver com os problemas humanos ou com o sofrimento humano, e algumas vezes esta compaixão parece ser o único motivo envolvido. Além disso, vemos que a compaixão era relacionada à viúva. Não há indicação de que Jesus tenha se comovido pela condição do filho morto, exceto pelo fato de que a sua morte trouxe dificuldades e tristeza para a mãe. Cristo não vê a morte como uma tragédia, a menos que seja a morte de um pecador. Não chores. Estas amáveis palavras, vindas do grande coração amoroso de Jesus, trariam um pouco de conforto à mulher.
 
O Esquife: O esquife não era um caixão como os usados pelos egípcios, mas uma estrutura plana, semelhante a uma cama, na qual o cadáver era colocado embrulhado em um tecido.
 
O toque de Jesus no Esquife: O toque de Jesus no Esquife produziu uma reação imediata naqueles que o levavam. Afama de Jesus era tão grande que eles, sem dúvida, sabiam quem Ele era, e não estavam totalmente despreparados para um milagre.
 
Jovem, eu te digo: Levanta-te: Quando Jesus pronunciou estas palavras, elas pareciam ser uma simples ordem ou um pedido que certamente seria seguido por algum resultado imediato. O Criador, Aquele que dá a vida, está ali, falando, e o seu poder de dar a vida fica claramente demonstrado; pois o defunto assentou-se e começou a falar.
 
De todos se apoderou o temor: O efeito do milagre sobre a multidão foi tremendo. Literalmente, “o temor dominou a todos”. Uma evidência tão inconfundível da presença e do poder de Deus produz um medo em todos - no santo, produz um temor reverente; no pecador, um medo da punição.
 
Mas todos eles glorificavam a Deus: Eles justificavam o milagre de duas maneiras: a) Um grande profeta se levantou entre nós, e b) Deus visitou o seu povo.
 
E correu dele esta fama: (literalmente, “este relato”) por toda a Judéia e por toda a terra circunvizinha. Nenhuma obra conhecida de Jesus até este ponto criou tanta agitação, e nenhum relato se espalhou com tanto entusiasmo, alcançando uma distância tão grande.
 
BIBLIOGRAFIA
 
Comentário Bíblico Beacom – Volume VI – CPAD
Bíblia Sagrada 3.0 – RC/1995 – SBB – Rio de Janeiro
 
Volta Redonda – Ano 1998 – Revisado 22/01/16
 
Jorge Albertacci
Pastor Emérito da Assembleia de Deus em Volta Redonda
Rua Engenheiro Joaquim Cardozo, 448 – Bairro Retiro – Volta Redonda – Rio de Janeiro.
 
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