Doença e tribulação como propósito de Deus - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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Doença e tribulação como propósito de Deus

LITURGIA > Pr. José Edson
Doença e Tribulação Como Propósito de Deus  
  
Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos (Sl 119.67-71).
 
É Deus quem   sabe, entende e compreende toda a vida do ser humano. Os pensamentos e os caminhos de Deus são mais altos do que a capacidade do homem. O homem é como um punhado de barro nas mãos do oleiro que o amassa, que dá forma, que o queima e que faz um vaso conforme a sua vontade. E depois o expõe para cada serviço designado.


Quem poderá entender o que Deus faz? Se Ele faz coisas surpreendentemente, rápido ou faz algo para o próximo milênio. Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. (Gn 24.13-16; 2 Pe 3.8-9).
Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas. (Is 45.7).


Assim que a nossa vida está além da nossa imaginação e justiça. O bem que queremos fazer, não fazemos, mas o mal que não queremos fazer, o fazemos. E com este sentimento perverso o apóstolo Paulo se autoconsidera um homem miserável. (Rm 7.24). Muitas vezes nossos projetos não são os de Deus e se insistirmos nos deparamos com o caus. ( Pv 14.12; Tg 4.13-17). Muitas vezes somos tomados pelo sentimento de desaforo e pecamos contra Deus, e voluntariamente o enfrentamos ou o tentamos. Desafiamos as suas leis e seus amáveis mandamentos. Há momentos que Ele tolera, ensina, repreende e espera. Há outros, que ele executa o seu juízo implacavelmente. Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós e por isso, será exalçado, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade: bem-aventurados todos os que nele esperam. O homem que, muitas vezes repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente, sem que haja cura. ( Is 30.18; Pv 29.1; 1 Sm 2.25).


Os desígnios e propósitos de Deus são incompreensíveis. Por que uns gozam de felicidade e outros de tanto sofrimento? Por quê que as coisas são fáceis para uns e tão difíceis para outros? Por quê que as portas estão abertas para uns e fechadas para outros? Por quê que uns sofrem da mesma doença e ficam curados e outros da mesma doença e morrem? Por que Deus muda a ordem das coisas? No período patriarcal, o primogênito tinha a primazia em tudo, e no final, era ele que seria o herdeiro. Mas Deus disse a Rebeca:  E os filhos lutavam dentro dela e então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.


Na verdade, o espirito patriarcal não estava em Esaú, mas em Jacó. Que procurou adquirir a primogenitura legalmente usando de astúcia e atraindo o seu irmão para um prato de lentilha porque sabia da sua índole e falta de entendimento de Deus. (Dt 32.28). Então disse Jacob: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer e para que me servirá, logo, a primogenitura? Então disse Jacob: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacob. E Jacob deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas e este comeu, bebeu e levantou-se e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura. Ora sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basmath, filha de Elon, heteu. E estas foram para Isaac e Rebeca uma amargura de espírito. (Gn 25.19-34).
 

Daí em diante todas as ações de Jacó foram justificadas pois o fez pelo amor cuidando do proposito de Deus e não por querer acrescentar o mal. Não é o mesmo caso propriamente dito, mas Paulo nos leva a raciocinar sobre isto, quando escreveu: E se a nossa injustiça for causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem). De maneira nenhuma: de outro modo, como julgará Deus o mundo? Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus, para glória sua, porque sou eu ainda julgado, também, como pecador? E por que não dizemos (como somos blasfemados e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa. (Rm 3.5-8).


E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estranhas? (Nee 13-27). E a semente santa não podia se contaminar para preservar a genealogia de Jesus, o Messias.

 
Ainda sobre os desígnios e propósitos incompreensíveis de Deus. No ensino de Jesus sobre os trabalhadores da vinha, os que trabalharam doze horas deveriam ser os primeiros a receber. Mas tiveram que esperar na fila por aqueles que chegaram por último e que receberam primeiro. O que começaram primeiro, além do cansaço físico, tiveram a surpresa de receberem a mesma quantia dos que só trabalharam uma hora? (Mt 20.8). Por que o homem que não tinha mais condição de roubar porque estava pregado na cruz, teve o privilégio de entrar ao lado de Jesus no seu reino? (Lc 23.43). Deus se vale do Seu poder para realizar maravilhas.  Da sua sabedoria para instruir o seu povo. Do seu amor e misericórdia para livrar o homem da morte e condenação eterna. Mas também se vale das doenças e tribulações para levar o seu povo ao aperto, ao castigo, a tomada de decisão, a humilhação e a conscientização (Hb 12.5-8; Jó 5.17).

 
E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto, estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem os teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão,  mas que, de tudo o que sai da boca do Senhor, viverá o homem. Nunca se envelheceu o teu vestido sobre ti, nem se inchou o teu pé, estes quarenta anos. Confessa pois no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor, teu Deus (Dt 8.2-5).
 

Uzias foi um rei muito sábio, prospero e famoso. Mas na sua exaltação achou pouco os benefícios de Deus na sua vida e se tornou arrogante e prepotente. Então o rei Uzias rompeu as normas e desafiou a Deus, entrando no santuário e ofereceu sacrifício no lugar dos sacerdotes. Quando os sacerdotes repreenderam a Uzias, ele ficou furioso, então Deus fez brotar uma lepra maligna na sua testa e o mesmo Uzias se apressou em sair do santuário doente e humilhado (2 Cr 26.18).


Como seres humanos, Jesus previne o seu povo dizendo que no mundo teremos aflições, enquanto aguardamos a nossa nova morada no céu onde gozaremos de eterna paz e alegria mediante a vitória de Cristo (Jo 16.33). Às vezes Deus usa as enfermidades para manter impedidos os que gostam de espalhar suas ovelhas, criando contendas. Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente. Coração que maquina pensamentos viciosos, pés que se apressam a correr para o mal. Testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãosPorque enquanto têm saúde, no lugar de ser útil dando fruto de justiça, se prestam para impedir muitos de entrarem no reino de Deus (Pv 6.16-19; Mt 23.13; Ap 2.20-23).


As enfermidades nos revelam quanto somos débeis e frágeis e que a qualquer momento tudo pode mudar no curso da nossa vida. Portanto devemos temer a Deus e não  rebelarmos contra Ele e nem contra seu líder (2 Cr 26.19-21). As enfermidades e tribulações são os divisores de águas que descobrem o profundo do nosso coração. É exatamente aí que, Deus prova se o marido ama realmente a sua esposa quando ela estiver doente, paralitica e atribulada, envelhecida, alquebrada pelas lutas do lar, da criação dos filhos e desfigurada. Se o marido vai estar ao lado dela ou vai rejeita-la, abandona-la. Do mesmo modo quando o marido perde o emprego, tiver problemas de saúde. Que atitude sua esposa vai tomar? Humilhá-lo, desprezá-lo, acusá-lo, murmurar e ameaçá-lo? Ou vai ser compreensiva, estar ao lado dele, se esforçar, sofrer com ele e demonstrar seu verdadeiro amor e cumprir o que prometeu diante do altar de Deus, das testemunhas que estiveram presentes? Os verdadeiros amigos têm o seu encontro na enfermidade (Pv 17.17).


Deus permite as enfermidades e infortúnios para que Seu Nome seja glorificado nelas. Foi por causa da enfermidade de Naamã que ele foi a Israel, creu no profeta de Deus e voltou para sua terra jubiloso, convertido ao Deus de Israel (2Rs 5.1-19). Nem sempre as enfermidades são consequências de pecado. Jesus disse para os seus discípulos que, o homem nasceu cego porque Deus tinha um propósito para que, quando Seu Filho viesse, exaltasse a Sua obra e o seu eterno poder (Jo 9.3). As enfermidades e carências de Lázaro foi uma prova de salvação ou de condenação do homem rico, e avarento. (Lc 16.22). As enfermidades revelam que enquanto estivermos aqui na terra somos passiveis de enfermidades no nosso corpo. Mas que esse mesmo corpo será transformados num corpo glorioso conforme o corpo do Senhor Jesus no céu, sem dores nem enfermidades.
 

Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Porque convém que isto, que é corruptível, se revista da incorruptibilidade, e que isto, que é mortal, se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória (1Co 15.52-54). Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar, também, a si todas as coisas (Fl 3.20-21).
 
Existem pessoas que só tomam a decisão de entregar sua vida a Jesus quando estão prestes a morrer na sua enfermidade. Perigosa esta atitude! Outros ficam amargurados e murmuram, acusam, ficam revoltados contra Deus porque ficou enfermo. Estes têm a sua saúde como o principal em sua vida: amam, veneram e até adoram seu corpo. Como se fosse viver aqui na terra eternamente. Tornam-se idólatras dos seus próprios corpos. Jó não tinha este apego à sua saúde e sim a Deus: E Job tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer doida, assim falas tu, receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto, não pecou Job com os seus lábios.


Deus se utilizou do seu servo Jó para mostrar a Satanás e ao mundo que não adoramos e servimos a Deus somente na prosperidade e na saúde, mas muito mais nas enfermidades permitida por Deus. Ele chegou a dizer: Ainda que ele me mate nele confiarei. A teologia de Jó era uma teologia consciente da Grandeza e Soberania de Deus. (Jó 2.10; 13.15).


Deus mostrou ao pastor da igreja de Smirna que, todas as agruras que passamos aqui na terra, não podemos perder de vista o nosso alvo principal que é receber a coroa da vida das mãos do nosso Senhor e Salvador Jesus (Ap 2.8-11).


Assim como Jesus procurou fruto na figueira quando não era tempo de frutos ( Mc 11.13). Assim também, o Senhor procura fruto em nós, quando estamos sem condições físicas e psicológica ou estamos atribulados. Deus não achou este fruto em Jonas ( Jn 4.1-9). Mas, o fruto que Paulo e Silas deram depois de açoitados, abalou o cárcere e o carcereiro foi salvo (At 16. 24-33).


São nos piores momentos da nossa vida que a graça e o poder de Deus se manifesta maravilhosamente. Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também, ao aflito e ao que não tem quem o ajude. (Quem tem quem o ajude não necessita Deus socorrer). E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela (Sl 72.12; Jo 11.4). Há da parte de Deus um modo de agir que não entendemos. Paulo em suas campanhas de milagres e maravilhas teve que deixar o seu companheiro Trófimo doente em Mileto (2Tm 4.20).


Será que Trófimo, o fiel servo do Senhor estava em pecado? Ou não conhecia a doutrina da prosperidade? Ou o poder de Paulo tinha se esgotado para “ordenar” que Trófimo fosse curado na hora? Ou Paulo era do tipo de líder que não se importava com o sofrimento ou necessidade dos trabalhadores do evangelho? Nada disto! Eles estavam sob a direção do Espirito Santo que faz como quer ( I Co 12. 11).


E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente, para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto ( Rm 8.28). Somos tendentes a crer que, porque somos fieis, bons servidores do evangelho de Cristo, por isto estamos isentos de enfermidades, tribulações ou outros sofrimentos. Paulo além de encarcerado por causa do reino de Deus, ainda vinha um verdugo para o esbofetear. Até que ele descobriu o segredo de Deus para a sua fortaleza espiritual: E, para que me não exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de me não exaltar. Acerca do qual, três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então sou forte. (2 Co 12.7-12).

 
A semelhança de Jeremias enfrentando os rebeldes: Ó rei, senhor meu, mal fizeram estes homens em tudo quanto fizeram a Jeremias, o profeta, lançando-o no calabouço: de certo morreria à fome no lugar onde se acha, pois não há mais pão na cidade. Então deu ordem o rei a Ebed-melech, o etíope, dizendo: Toma contigo daqui trinta homens, e tira a Jeremias, o profeta, do calabouço, antes que morra. (Jr 38.9,10).

 
De sorte que, o homem ou a mulher que pertence ao Senhor e acredita que sua vida está nas mãos de Deus. Deve encarar todas as coisas neste mundo com determinação de que sua vida deve estar preparada para tudo (2 Tm 2.1-5) porque tudo que vem ao crente, tem a chancela do seu Senhor durante a sua caminhada na terra (Is 43.1-2). Nas boas oportunidades. (Sl 23.5). No final da sua vida na terra (Sl 16.15).

 
O cântico de Paulo demonstra que a sua vida na terra foi uma experiência de aperfeiçoamento suave, mas também angustiante. Mas que o seu alvo sempre foi a forte determinação da sua meta, o céu. (Rm 8.31-39; Fl 3.12-13; 2 Tm 4.6-8).
 
                        
                        Pr José Edson
                        Diretor do Seminário CETEC
                        5º Vice-pres. Da Confraderj
                        Capelão no Rio de Janeiro pela CGADB
 
                        E-mail: prjorgealbertacci@yahoo.com.br
 
 
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