A Mulher Pecadora, Jesus os Escribas e Fariseus - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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A Mulher Pecadora, Jesus os Escribas e Fariseus

TEOLOGIA DO OBREIRO > Estudos Bíblicos II

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Texto Bíblico Introdutório

João 8:1-11

“Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras.  E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava.  E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando,  e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?  Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.  E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.  E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.  Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio.  E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?  E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.”
 
INTRODUÇÃO
 
Os incomplacentes mestres da Lei, escribas  e fariseus, de forma capciosa levaram a Jesus uma mulher surpreendida praticando o ato de adultério. Em conformidade com Lei hebraica, extraída da Torá, ela, pelo ato pecaminoso, deveria ser apedrejada até a morte.  De fato, a Torá previa que o ato de adultério fosse punido com a morte por apedrejamento, desde que observados estes preceitos: (Deuteronômio 22:22; Levítico 20:10) Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.”  Mas na prática isso já não era mais costume naqueles tempos. Essa punição não era mais aplicável.
 
DA COMPETÊNCIA À APLICAÇÃO DA PENA
 
Além disso, a pena capital só podia ser aplicada pelos governantes romanos. Nenhum judeu tinha autoridade para condenar alguém à morte, e muito menos executar a pena. Um exame do código mosaico indica que o apedrejamento como punição para o adultério era exigido somente nos casos em que uma virgem noiva ou uma mulher casada fosse considerada culpada, desde que o homem adúltero sofresse a mesma pena. No caso em apreço, os acusadores apresentaram a Jesus somente a mulher (Dt 22:21-24). João deixa claro que o único objetivo dos escribas e fariseus que trouxeram a mulher era o de fazer Jesus cair em uma armadilha: Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar.

COMENTÁRIO

Notemos que, como era de costume, Jesus havia passado a noite em oração, e, pela manhã cedo, Ele voltou para o Templo, e todo o povo vinha ter com Ele, e, assentando-se, os ensinava. Este é o único ponto no Evangelho de João onde Jesus é visto sentado enquanto ensina o povo. Esta era uma ação habitual e costumeira para Jesus. Foi neste momento que estes pomposos personagens chegaram com a desprezível criatura e a puseram no meio. A sua ação não tinha interesse na justiça, nem há um fio de evidência de que tivesse nascido da compaixão.
 
Na verdade, esses escribas e fariseus queriam mesmo era colocar Jesus em uma enrascada tremenda por infringência à Lei. Se Jesus fosse pela condenação, seria acusado de cruel, além de fora da lei; se fosse pela absolvição estaria contrariando as Sagradas Escrituras.
 
A TENTAÇÃO AO MESTRE
 
Eles não estavam preocupados se esta demonstração pública traria embaraço tanto à mulher pecadora quanto a Jesus. Os acusadores prosseguiram: Na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?  A mulher não foi levada perante Jesus para um julgamento formal, mas para fazer com que Ele expressasse a Sua opinião sobre um aspecto da Lei Mosaica, que poderia posteriormente ser aplicada contra Ele mesmo.

A armadilha foi armada sob a forma de um dilema. Se Jesus tivesse dito que ela era culpada e eles tivessem executado o castigo, eles o teriam levado perante as autoridades romanas por incitar um assassinato. Mas se Ele tivesse se inclinado a um tratamento misericordioso eles o teriam declarado como um blasfemador que não aceitava os decretos da lei sagrada. Ou seja: qualquer resposta de Jesus daria a eles uma base para acusação. Eles falavam nas pedras para a mulher, mas, na realidade, eles queriam era levar Jesus à pena capital, na cruz.

 A RESPOSTA DO SENHOR

Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra, como se não os tivesse ouvido. O fato de que Jesus se inclina não é estranho aqui, pois Ele estava sentado para ensinar; Ele simplesmente se inclinou para frente para escrever no chão. Este é o único registro feito de alguma ocasião em que Jesus escreveu, e o que Ele escreveu foi logo apagado pelos passos, ou pelo vento. Assim é inútil tentar determinar com segurança o que Ele escreveu, embora tenham surgido muitas hipóteses interessantes. 

Alguns dizem que Ele não escreveu nenhuma mensagem, mas somente estava tirando a atenção da mulher para si mesmo.  Outros dizem que Ele se inclinou para escrever por causa do seu constrangimento tanto pela mulher quanto por si mesmo. Outros ainda dizem que a palavra traduzida como escrevia (kategraphen) também pode significar “registrar”, e com base nisto opinam que: a) Ele estava registrando a queixa contra a mulher, que não seria mais permanente (perante Ele) do que escrever na areia; ou b) Ele estava registrando os pecados daqueles que tinham feito a acusação. 

A última hipótese se reflete em um comentário do manuscrito  e algumas observações em itálico que dizem “o pecado de cada um deles.” Outros, ainda, argumentam que esta era a maneira de Jesus declarar que não seria dada nenhuma resposta. Diz-se que T. W. Manson afirmou: “O Senhor, pelo seu ato, diz na verdade: Vocês estão me convidando para usurpar as funções do procurador. Muito bem, eu vou fazer isso; e foi fazer isso da maneira normal romana. 

Então, Ele se inclina e parece escrever no chão a sentença, e em seguida Ele disse: Aquele que dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. O Senhor derrota os seus adversários adotando a forma de pronunciar a sentença à maneira romana, mas por atos e palavras Ele assegura que ela não pode ser executada. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. A insistência persistente dos escribas e fariseus evocou de Jesus as suas únicas palavras para eles nessa ocasião.
 
ESCRIBAS E FARISEUS CONTEMPORÂNIOS

Sempre foi assim, os durões, radicais, andam procurando minuciosamente alguém que esteja pecando – e somente em ouvir falar que alguém pecou, eles vão para cima do pastor, denunciando e requerendo a imediata aplicação da mais severa punição. Como esses durões não conhecem  a Bíblia; o amor, e muito menos, os Códigos nos quais estão estatuídas as Leis que regem o direito do cidadão, eles se dão mal quando seu pastor lhe pede para protocolizar a denúncia, assinando-a como denunciante. Somente isto é o suficiente para que os durões, maldosos e covardes se calem para sempre – pedindo inclusive para não envolver o nome deles neste caso, porque eles não gostam de confusão envolvendo o seus nomes!!! Seria cômico se não fosse sério.
 
Quanto ao Senhor Jesus, de uma ou de outra forma os mestres da Lei e os fariseus teriam motivos para acusá-lo. De um lado, por infringir a Lei, e do outro, por ser conivente com o pecado.  Mas, Jesus com Sua sábia resposta, apelou para a consciência deles: "Quem dentre vós não tiver pecado, que atire a primeira pedra" – somente isso foi o suficiente para fazer com que os acusadores ficassem sem argumentos para uma acusação formal e sem moral perante a multidão que assistia a cena. O que os levou a saírem um a um da presença do Mestre e consequentemente desistindo da acusação, deixando a mulher em paz com Jesus.

 CONCLUSÃO

Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio.  A ordem de saída, começando pelos mais velhos, provavelmente nada mais era do que uma questão de respeito por parte dos mais jovens. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores?  Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais. 

Aqui não há indicação de que a misericórdia é a permissão para o pecado! A graça nunca é aumentada ou exaltada pela multiplicação do pecado. Ao contrário, o Cristo da cruz possibilita que o homem se abstenha dos pecados que Ele ordena que o homem abandone. Para esta mulher, havia agora uma porta aberta. “A sua palavra final não é de condenação nem de perdão, mas uma ordem de abandonar o seu antigo modo de vida” Na análise final deste relato, fica claro que a lei é inadequada para as necessidades tanto do homem quanto dos seus acusadores.

Feliz é a pessoa que pode contar com Jesus como seu Patrono diante das acusações do Diabo!

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Bibliografia:
Comentário Bíblico Becon
Casa Publicadora das Assembleias de Deus
Rio de Janeiro


Jorge Albertacci
Assembleia de Deus do Retiro
Volta Redonda - RJ
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