O Matrimônio e os Deveres dos Contraentes
Família
___________
Gn 2:18-25; Mt 19:4-10; Ef 5:22-31
PREÂMBULO
Até que ponto a mulher deve se submeter ao seu marido segundo às Escrituras Sagradas? E do outro lado, até que ponto o marido deve, respeitar, honrar e amar sua mulher!
INTRODUÇÃO
O casamento não foi instituído por uma lei humana, nem idealizado por alguma civilização. O matrimônio antecede a toda cultura, tradição, povo ou nação; é uma instituição divina. Portanto, é Deus quem determina as leis e princípios que o regem. À luz das Sagradas Escrituras, o casamento não é uma mera sociedade entre dois contraentes, onde cada uma impõe suas condições, e pronto. Por ser uma instituição divina, é Deus quem estabelece as condições. Nunca o homem. Nem a mulher. Mas, os dois de comum acordo. Nem as leis de uma nação podem determinar essas condições em detrimento da lei de Deus.
OS CONTRAENTES
Todo aquele que se casa deve aceitar as condições estabelecidas por Deus para o matrimônio. Como Deus é amor e infinitamente sábio, as leis e condições que estabeleceu para o casamento são para o nosso bem e de toda a humanidade. O Criador não dependeu de opinião de um sistema político e nem de qualquer oprimido para votar, opinar, e nem para servir de amanuense para fazer consignar e catalogar aquele feito.
Através do matrimônio, os contraentes se tornam dois em uma só carne (Gn 2:14; Mt 19:6) – mas, se deixarem de observar que cada um tem suas preferências, como, no paladar, preferência por cores diferentes, preferência por lugares onde passear, preferência para ficar em casa, preferência por esportes, preferência por roupa, preferência por religião, preferência por horário de fazer as suas refeições, preferência para ir, preferência para deixar de ir, preferência por perfume ou, igual a mim, por nenhum, preferência por comida com o sal realçando, preferência por alimentação insípida. Partindo deste princípio as partes devem ser respeitadas. Para reforçar essa ideia, o apóstolo São Paulo foi claro em sua carta aos Efésios 5:22-31:
RECOMENDAÇÃO DE PAULO ÀS MULHERES
“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.”
RECOMENDAÇÃO DO MESMO APÓSTOLO PARA OS HOMENS
25 Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 28 Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29 Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à Igreja; 30 Porque somos membros do Seu Corpo, da Sua carne, e dos Seus ossos. 31 Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne. 32 Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da Igreja. 33 Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
A RECIPROCIDADE
Se realmente o homem amar sua mulher assim como Cristo amou a Igreja, é claro que ela por si só, vai preferir até a renunciar alguma coisa para agrada-lo – mas, qual o machão que vai querer morrer em lugar da mulher? Qual o machão que vai honra-la ainda que lhe custe a vida? É claro que existem muitos homens que assim procedem: honram suas esposas e as defendem ainda que isso lhes custe suas vidas. Morrer por elas! Mas a maioria, a ama desde que esta submeta a viver sob seus pontos de vistas radicais, abusivos e odientos.
NO CONCEITO DE CANTARES DE SALOMÃO
Cantares 8:6-7
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, labaredas do SENHOR. As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam.
NO CONCEITO DE MATTHEW HENRY - CPAD
No livro do começo, Gênesis (2:21-25) temos a criação da mulher, para ser uma adjutora para Adão. Isto foi feito no sexto dia, como também a colocação de Adão no paraíso, embora aqui isto seja mencionado depois de uma explicação do descanso do sétimo dia. Mas aquilo que está escrito de modo geral (Gn 1:27), que Deus criou macho e fêmea, aqui é relatado de maneira mais específica. Observe que: Primeiro foi formado Adão, depois Eva. (1Tm 2:13), e ela foi criada do homem, e para o homem (1Co 11:8-9), coisas que são mencionadas aqui como razões para a humildade, modéstia, silêncio e submissão, daquele sexo de maneira geral, e particularmente a sujeição e a reverência que as esposas devem aos seus próprios esposos.
Mas, tendo o homem sido criado depois das criaturas, como o melhor e mais excelente dentre todas, Eva, tendo sido criada depois dele, e a partir dele, atribui uma honra ao sexo feminino, equivalente à glória do homem, 1 Coríntios 11:7. Se o homem é a cabeça, ela é a coroa!
Uma coroa para o seu esposo, a coroa da criação visível. O homem era o pó refinado, mas a mulher era o pó duplamente refinado, alguém ainda mais distante daquilo que poderia ser considerado comum.
Adão dormiu enquanto sua esposa era criada, para que não houvesse oportunidade para imaginar que ele teria dirigido o Espírito do Senhor, ou sido seu conselheiro, Isaías 40:13.
Ele tinha percebido a falta que lhe fazia uma adjutora. Mas como Deus assumiu a responsabilidade por dar-lhe uma, Adão não se aflige com nenhuma preocupação a este respeito, mas se deita e adormece docemente, como alguém que lançou todas as suas preocupações a respeito de Deus, com uma resignação satisfeita em si mesmo e todos os seus assuntos entregues à vontade e à sabedoria do seu Criador. Jehováh-Jireh, o Senhor proverá, quando e a quem Ele assim o desejar. Se descansarmos graciosamente em Deus, Deus irá graciosamente trabalhar por nós, e fazer tudo para o nosso bem.
Deus fez cair um sono sobre Adão, e este foi um sono pesado, de modo que a abertura do seu lado não lhe causasse sofrimento. Enquanto ele não conhece o pecado, Deus tomará os cuidados para que ele não sinta dor. Quando Deus, pela sua providência, faz ao seu povo o que causa sofrimento à carne e ao sangue, Ele não somente procura a sua felicidade neste assunto, mas, pela sua graça, Ele pode acalmar e compor os seus espíritos de tal forma a tranquilizá-los sob as operações mais aflitivas.
A mulher foi criada de uma costela, no lado de Adão. Não da sua cabeça, para dominá-lo, nem dos seus pés, para ser pisada por ele, mas do seu lado, para ser igual a ele. De debaixo do seu braço, para ser protegida, e de perto do seu coração, para ser amada.
Adão perdeu uma costela, e sem nenhuma redução da sua força ou beleza (pois, sem dúvida, a carne foi fechada sem nenhuma cicatriz). Mas no lugar da costela, ele recebeu uma adjutora para si, que compensou abundantemente a sua perda: aquilo que Deus remove do seu povo, Ele irá, de uma maneira ou de outra, retribuir, com vantagens. Nisto (como em muitas outras coisas) Adão era uma figura daquele que haveria de vir. Pois do lado de Cristo, o segundo Adão, formou-se a sua esposa, a Igreja, quando Ele dormiu o profundo sono da morte sobre a cruz! Para que o seu lado fosse aberto, e dali saíssem água e sangue, sangue para resgatar a Sua Igreja e água para purificá-la para si. (Veja Efésios 5:25-26).
Têm mais probabilidades de se casar, para o seu conforto, aqueles que pela fé e oração, e com uma dependência humilde da providência, se colocam sob uma conduta que esteja de acordo com o padrão divino. Esta esposa que é criação de Deus, por graça especial, e que foi trazida por Deus, por divina providência, provavelmente provará ser uma adjutora para o homem.
Como Pai de Adão, o Senhor Deus lhe entregou a mulher, e este a recebeu (Gn 2:23): “Esta é agora osso dos meus ossos.” Agora eu tenho o que me faltava, e que nenhuma entre todas as criaturas pôde fornecer-me, uma adjutora para mim.
Os dons de Deus para nós devem ser recebidos com um reconhecimento agradecido e humilde da sua sabedoria, ao adequá-los a nós, e do seu favor, ao concedê-los a nós.
Provavelmente foi relevado a Adão, em uma visão, enquanto dormia, que esta adorável criatura, agora apresentada a ele, era uma parte de si mesmo, e deveria ser a sua companheira e a esposa da sua aliança. Como consequência, alguns obtiveram um argumento para provar que os santos, no paraíso celestial, reconhecerão uns aos outros.
Além disto, como sinal da sua aceitação a ela, Adão lhe deu um nome, não peculiar a ela, mas comum ao seu sexo: Esta será chamada varoa, isha, um ser humano do sexo feminino, diferente do homem em termos físicos e psicológicos, porém não em natureza. Ela foi feita do homem e deve estar unida ao homem e por ele ser amada.
CONCLUSÃO
O casamento da mulher com Adão. O casamento é honroso, mas este certamente foi o casamento mais honroso que já houve, no qual o próprio Deus ajudou durante todo o tempo. Os casamentos (segundo dizem) são feitos no céu: temos certeza de que este o foi, pois o homem, a mulher, o encontro, tudo foi obra de Deus. Ele, pelo seu poder, os criou a ambos, e agora, pela sua ordenança, os fazia um só. Este foi um casamento feito em perfeita inocência, e nunca houve nenhum outro casamento como este, desde então, pois, Deus, como o Pai da mulher, trouxe-a ao homem, como seu segundo ser, e como adjutora para ele. Depois de criá-la, Ele não a deixou à sua própria disposição. Não, ela era sua filha, e não devia casar-se sem o seu consentimento.
___________
Volta Redonda, RJ, 26-09-2013
Jorge Albertacci
E-mail - prjorgealbertacci@yahoo.com.br
Atualmente Pastor Emérito da Catedral das
Assembleias de Deus do Retiro
Presidida desde de 2008 pelo Pastor Pedro Gonçalves da Luz
Rua Engº Joaquim Cardozo, 448 - Retiro - 27281-360
Volta Redonda - Rio de Janeiro