Dízimos e ofertas alçadas - Estudos Bíblicos

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Estudos Bíblicos
Pr. Jorge Albertacci
Levantai os vossos olhos para as terras que já estão brancas para a colheita. (João 4:35)
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Dízimos e ofertas alçadas

TEOLOGIA DO OBREIRO > Estudos Bíblicos

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DÍZIMOS OFERTAS ALÇADAS

Malaquias 3:10-11 - 2 Coríntios 9:6-8

Malaquias 3

10 - Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. 11 - E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
 
2 Coríntios 9

6 - E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. 7 - Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. 8 - E Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra.

INTRODUÇÃO

Os textos em apreço tem como objetivo esclarecer um tema muito conhecido e ainda tratado de forma equivocada por alguns. As distorções provenientes da Teologia da Prosperidade comprometem as práticas bíblicas de o crente ofertar e dizimar para a Obra do Senhor. Neste texto, porém, você terá oportunidade de verificar o assunto à luz das Escrituras Sagradas. Outro fato que a partir das últimas três décadas do século XX que desmotiva os novos crentes a contribuir com os dízimos e as ofertas para promover o Reino de Deus é um sistema novo de instituições denominados de Igrejas que usam estes valores para enrequicimento próprio. Seus líderes têm estes valores como seus, os quais são inesclupulosos até no pedir. Pedem por todos os meios de comunicação, inclusive, tirando vantagem no lado místico dos menos informados.
 
 O QUE É O DÍZIMO 

Dízimo é a décima parte, tanto das colheitas como dos animais, e de tudo que os israelitas ofereciam a Deus (Lv 27:30-32; Hb 7:1-10; Dt 12:6, 11, 22-23). O dízimo era usado para o sustento dos Levitas. Os Levitas eram homens da tribo de Levi e que ajudavam os sacerdotes nos serviços do Templo (Nm 18:21-24; Nm 3:5-13; 2Cr 8:14), também no cuidar dos estrangeiros, dos órfãos e das viúvas (Dt 14:28-29). Acima do dever, era uma obrigação a entrega do dízimo no Antigo Testamento, tanto que para o dizimista resgatar algum valor que havia entregado no Templo como dízimo, o mesmo tinha que acrescentar 1/5 ou seja, 20% do seu valor - Ex.: se o dízimo fosse uma ovelha de 1.000 reais. Para levá-la para seu aprisco novamente, o dizimista tinha que pagar 1.200 reais para os administradores do Templo (Lv 27:31). Além do compromisso que os israelitas tinham com a entrega do dízimo, tinham também com a oferta alçada da qual a ARC faz menção cerca de trinta vezes (Êx 25:2-3; 29:27-28; 35:5, 21, 24; 36:3, 6; Lv 7:14, 32; 10:14-15; Nm 6:20; 15:19-21; 18:11, 24, 26-29; 31:41, 52; Dt 12:6, 11, 17; Ne 13:5.

I. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA
 
1. O Antigo Testamento: No contexto bíblico, dízimo, refere-se àquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens (Pv 3:9). Já a oferta tem o sentido de contribuição voluntária. O que deve ficar claro é que a lei mosaica não criou as práticas do dízimo ou das ofertas, mas apenas deu-lhes conteúdo e forma através das diversas normas ou leis que as regulamentaram. Tal verdade fica patente ao constatar que o ofertar já era uma prática observada nos dias de Abel (Gn 4:4), e que o dízimo já era praticado pelos patriarcas (Gn 14:20; 28:22).

No período mosaico, o dízimo aparece como preceito de um princípio já existente no período patriarcal. Os preceitos mudam e até desaparecem, todavia, os princípios são imutáveis e permanentes. De acordo com a Lei de Moisés, os dízimos deveriam ser entregues aos sacerdotes para a manutenção do culto e também para o sustento dos levitas, já que estes não tinham possessão em Israel (Nm 18:20-32).

2. O Novo Testamento: Os que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou apenas a forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser em espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2:9; Ap 1:6). O dízimo levítico pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo cristão pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à Lei de Moisés (Hb 5:10; 7:1-10; Sl 110:4).

Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5:17). Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23:23). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9:9-14; Lv 6:16,26; Dt 18:1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento.

A prática do dízimo não está restrita ao Antigo Testamento. Ela também é incentivada pelos apóstolos em o Novo Testamento.

II. A PRÁTICA DO DÍZIMO E DAS OFERTAS COMO FORMA DE ADORAÇÃO
 
1. Reconhecimento da soberania e da bondade de Deus: Um dos princípios básicos da prática do dízimo é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas. Tudo vem dEle e é para Ele (Ag 2:8; Cl 1:17). Quando o crente devolve a Deus o seu dízimo, demonstra que reconhece o Senhor como a fonte de todas as coisas. À saudação de Melquisedeque: “Bendito seja o Deus Altíssimo!”, respondeu Abraão dando-lhe o dízimo (Gn 14:20). O princípio da devolução do dízimo demonstra que somos dependentes de Deus. É lamentável que alguns crentes ignorem esse fato e ajam como se as suas conquistas materiais fossem apenas mérito de seus esforços (Jz 7:2).

2. Reconhecimento do valor do próximo: Deuteronômio registra que havia um tipo de dízimo que deveria ser repartido entre os pobres (Dt 14:28-29; 26:12-15). Esse “dízimo comunitário” devia ser praticado a cada três anos. O propósito é mostrar apreço pelos menos favorecidos. Inclusive, há uma promessa de a bênção do Senhor estar sobre todas as atividades de quem cumprir esse preceito.

Um dos princípios básicos da prática do dízimo, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, é o reconhecimento de que Deus é soberano sobre todas as coisas.

III. DÍZIMOS E OFERTAS COMO FONTES DE BÊNÇÃOS
 
1. A bênção da multiplicação: Tanto o Antigo como o Novo Testamento demonstram que Deus reconhece e recompensa a fidelidade do seu povo. Quando o crente é liberal em contribuir para o Reino de Deus, uma decorrência natural do seu gesto é a bênção da multiplicação dada pelo Senhor. Deus promete derramar bênçãos sem medida e fazer abundar em toda graça (2 Co 9:6-10). Malaquias relaciona a prosperidade do povo de Israel à devolução dos dízimos e das ofertas (Ml 3:10-11). O mesmo princípio é destacado em o Novo Testamento quando Paulo diz que Deus é poderoso para fazer abundar em toda graça aqueles que demonstram voluntariedade em contribuir para o Reino de Deus.

2. A bênção da restituição: A Bíblia revela que o Senhor é um Deus de restituição (Jl 2:25). O profeta Joel mostra que a terra de Israel era atacada constantemente por gafanhotos que, em diferentes estágios de desenvolvimento, destruíam as suas lavouras. Para garantir a sobrevivência do povo, Deus promete restituir o que a praga consumiu (Jl 1:4; 2:25; Na 3:16). Malaquias associa o devorador àquele “que consome o fruto da terra” (Ml 3:11). A referência aplica-se, num primeiro plano, às pragas de gafanhotos, e num segundo plano a toda ação do mal sobre o povo.

3. A bênção da provisão: Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3:10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9:8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3:5; 9:8). Tal suficiência é vista como sendo a provisão divina para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto, que essa suficiência não deve ser confundida simplesmente com a aquisição de posses materiais, mas o ter o necessário para viver com dignidade e, principalmente, possuir paz com Deus e alegrar-se nEle (Fp 4:11; 2 Ts 3:16). Por toda a Escritura, observamos o cuidado do Senhor no sentido de prover para o seu povo aquilo que é necessário para o seu viver (Mt 6:25-33). Quando conscientizarmo-nos que estamos honrando o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

Embora a Bíblia revele claramente o dízimo como uma disciplina financeira divinamente ordenada, com as maravilhosas promessas que o acompanham e garantidas pelo próprio Deus, alguns ainda fazem uma pergunta já bastante batida: O dízimo não se aplica apenas ao Antigo Testamento?

A ideia aqui expressa é que o dízimo faz parte da Lei e, portanto, não tem significado algum para os crentes do Novo Testamento. Esta resistência geralmente projeta a noção de que ensinar o pagamento do dízimo privará o cristão da sua ‘liberdade’ ou levará o crente a ‘entrar na Lei e sair da graça’. Mas a verdade do dízimo não se encontra apenas no Antigo, pois o Novo Testamento mostra-o tão apropriado para nós, hoje, quanto para os crentes do passado. A Palavra de Deus revela que todas as suas bênçãos e alianças pertencem à graça, não à lei. O próprio Jesus referiu-se à questão do dízimo. Está registrado em dois livros do Novo Testamento: Mateus e Lucas.  Jesus tratava com os fariseus, um grupo de religiosos radicais que se limitavam à letra da Lei sem atender às exigências espirituais. Jesus observou que eles na verdade davam o dízimo, mas atacou a sua suposição de que a obediência a um ‘ritual’ liberava-os da realidade maior: a obediência às responsabilidades do amor.  [...] O dízimo pode ter começado no Antigo Testamento, mas seu espírito, verdade e prática, continuam válidos” (HAYFORD J. A Chave de Tudo. 1.ed., RJ: CPAD, 1994, pp.93-4).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
 
Subsídio Teológico
 
A prática do dízimo ensinada no Novo Testamento:

Há três referências do dízimo no Novo Testamento. Duas delas são paralelas e se referem ao ensino de Jesus dado aos fariseus (Mt 23:23; Lc 11:42). A terceira referência encontra-se na carta aos Hebreus (Hb 7:1-10). Existe uma teoria anti-dizimista que utiliza esse texto para rejeitar a prática do dízimo na dispensação da graça. O texto está provando a superioridade de Cristo sobre a velha dispensação, e de modo particular, sobre o sacerdócio judaico. O texto diz que Abraão pagou seu dízimo a Melquisedeque, que era sacerdote do ‘Deus Altíssimo’. Ora, isto foi muito antes da instituição da Lei do Antigo Testamento. Se Melquisedeque era figura de Cristo, Abraão lhe deu o dízimo. Assim sendo, hoje os crentes em Cristo lhe dão os dízimos, pois Ele é Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. Se Melquisedeque recebeu os dízimos de Abraão, por que Cristo não receberia o dízimo de seus fiéis para a propagação do evangelho? Paulo declara e ensina à igreja em Corinto que os que trabalham no ministério cristão também devem viver do ministério (1 Co 9:13). Destaca também que o princípio do sustento do ministério sacerdotal na dispensação da lei é o mesmo da graça. Paulo estava discutindo o seu direito ao seu sustento por parte das igrejas com as quais estava trabalhando. Com esse argumento ele estabelece o princípio entre as duas dispensações, a lei e a graça, e diz: ‘Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho’” (1 Co 9.14) (CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138).
 
A ORÍGEM DO DÍZIMO
 
O sistema de contribuir com o dízimo teve início muito antes da promulgação da Lei (Gn 14:20; 28:22) Abrão entregou 10% dos bens que havia recobrado a Melquisedeque. Outra referência importante temos em Gêneses 28:22, nesta passagem Jacó não tenta barganhar com Deus, mas, por gratidão reconhece o benefício que Deus lhe proporcionou, bem como lhe proporcionaria para sempre, promete-lhE então dar o dízimo de tudo quanto de Deus recebesse.
 
O DÍZIMO NO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO
 
Quando Deus criou o homem, o colocou no Jardim, juntamente com sua mulher, Eva, de cujo casamento, a cerimônia, Ele mesmo a celebrou! E deixou TUDO o que era Seu a disposição do primeiro casal; TUDO ali lhes era disponível. Mas, Deus não abriu mão de uma coisa, que era uma árvore que Ele plantara no MEIO do Jardim. "TODAS as demais árvores são tuas, mas, esta é MINHA, desta vocês não comem o fruto" (Gn 2:9, 16-17).

Nunca houve época na história da humanidade em que Deus não reservasse para Si alguma coisa do reino físico, onde ganhamos a vida. Aquela árvore no meio do Jardim (Gn 2:3) foi o primeiro exemplo, e quando Adão dela se apropriou, foi severamente punido, tendo, a partir de então, que enfrentar trabalho árduo para sobreviver. O primeiro casal além de comer o que Deus lhe deu em abundância, ainda apropriou-se do que Deus reservou para Ele, como que se a provisão divina fosse insuficiente.

Na Dispensação da Graça, na qual vivemos, Deus não tem uma árvore reservada para Ele em nossa propriedade, o que não representa que Ele não tenha algo físico reservado para Si daquilo que ganhamos, melhor dizendo: “daquilo que Ele nos dá.” O que pode ser o ovo que a galinha põe, o bezerro que a vaca cria, o fruto que colhemos; etc. ... No caso dos crentes que são assalariados, figuradamente essa árvore pode ser representada pelo dízimo do que se recebe líquido mensalmente. Líquido, porque o que é recolhido para a Previdência Social, FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, seguros, PIS e outros. Um dia o trabalhador recebe o que fora recolhido em forma de indenizações, prêmios, proventos mensais, entre outros, quando, finalmente, será feita a contribuição para a obra de Deus relativa a esses valores anteriormente recolhidos. Não descartando, todavia, o dever daquele que sentiu em seu coração o desejo de contribuir 10% do salário bruto que recebe. 
Em Gêneses 8:20, lemos que Noé ao sair da arca, após o dilúvio, ofereceu a Deus sacrifícios em gratidão por sua salvação, bem como da sua família. Noé reconheceu a força e a revelação de Deus para construir a arca e além do mais poder contar com a provisão divina em todos aspectos enquanto o mundo sucumbia nas águas do dilúvio. Noé tinha conhecimento dos recursos necessários para a construção da arca, e com certeza, tinha ciência de que a Grande Obra de Deus não se resumiria ali.
 
O DÍZIMO E A LEI DE MOISÉS

Esses fatos bíblicos comprovam que a prática de devolver o dízimo para o Senhor, bem como a das ofertas alçadas, transcende à época da Lei de Moisés, tornando com isto um tremendo equívoco afirmar que o dízimo fôra instituído por causa da Lei. Vale observar também que com o advento da Lei, na época de Moisés, o dízimo passou a ser um compromisso moral inadiável para todo o povo de Israel, para os fins descritos na Palavra de Deus. Ou seja: A prática do dízimo forma normatizada na Lei e pela Lei.
 
O DÍZIMO NOS DIAS DE MALAQUIAS
 
Nos dias de Malaquias o povo ignorava o mandamento de Deus de dar o dízimo para a manutenção do Templo. Possivelmente, temiam perder aquilo pelo que trabalharam tão arduamente, mas nisto julgaram mal a Deus. Ele diz: "Dai, e dar-se-vos-á" (Lc 6:38). Quando contribuímos e entregamos os dízimos do Senhor, devemos nos lembrar de que as promessas de Deus não são sempre materiais, e não podem ser completamente experimentadas aqui na terra, mas, certamente as receberemos em sua plenitude em nossas vidas futura, no céu.  

Assim como foi para o profeta Ageu (Ag 1:58), um assunto de extrema importância para o profeta Malaquias era a provisão da comunidade, a continuidade da vida de adoração a Deus da mesma. O povo não estava trazendo o dízimo de suas plantações de grãos, para o sustento do sacerdócio e as cerimônias do Templo. Em resposta, Malaquias declarou a Palavra do Senhor: “Trazei todos os dízimos à Casa do Tesouro” (Ml 3:10). Nem todos os intérpretes concordam com a condição de dízimo, na prática cristã. Alguns o consideram como parte da Lei de Moisés, que deixou de ser uma exigência obrigatória, no Novo Concerto de Jesus Cristo. Outros o consideram um princípio fundamental da vida cristã fiel no Reino de Deus, comparável às exigências morais do Decálogo. Muitos concordariam em vários pontos, contudo, é sabido que o dízimo pela produção de alguém não representa tudo o que pertence ao Senhor. Na verdade ele simboliza o fato de que “Teu é tudo quanto há no céu e na terra”(1Cr 29:11), e tudo que uma pessoa tem deveria ser aplicado, de alguma maneira aos propósitos de Deus.

Todavia, é notório que o dízimo sustenta a obra de Deus e as atividades da Igreja que Ele chamou para servi-lO no mundo. Ele é útil por tornar possível a edificação de crentes e o alcance de muitos incrédulos; sem ele, a missão da Igreja e a extensão do Reino de Deus encontram dificuldades. A prática do dízimo e da caridade em geral prepara o crente para receber bênção do Senhor. A mão que agarra não está aberta para o que Ele procura dar. Sobre este aspecto Malaquias insistiu especificamente com os judeus: “Fazei prova de mim”(Ml 3:10). Na era em que vivemos do pós-modernismo; agora com o relativismo e mudança de conceito, o que é certo para um é errado para outro, o que de certa forma põe confusão na cabeça de muitos até mesmo nas doutrinas do Senhor Jesus, e esta prática degradante, infelizmente tem alcançado o arraial dos crentes em Cristo. Malaquias exortou o povo a deixar de reter o dízimo e PARAR DE ROUBAR A DEUS. Reitero que o ato de dizimar foi observado a rigor também na época de Moisés, mesmo não sendo instituído por força da Lei, ele foi reafirmado por ela (Lv 27:30-34; Dt 14:22).

O motivo da ênfase ao assunto em apreço nos dias do profeta Malaquias foi porque o povo retia seus dízimos e por esta razão os servidores do Templo tiveram que trabalhar para ter o seu sustento e consequentemente, negligenciavam, deste modo, a responsabilidade que lhes fora dada por Deus de cuidarem do Templo e do serviço de adoração.

Tudo aquilo que temos pertence ao Senhor; então, quando nos recusarmos a devolver-lhe uma parte daquilo que Ele colocou em nossas mãos, o roubamos e consequentemente pecamos, porque de certa forma impedimos a expansão do Reino de Deus na terra, por desonestidade com o Pai que tudo de graça nos dá em abundância.

Será que de um modo egoísta desejamos reter 100% daquilo que Deus nos dá, ou estamos dispostos a devolver-lhe ao menos 10% para ajudar o progresso do Seu Reino entre os homens?


MALAQUIAS O PROFETA DO ELO
 
Destaco também, que Malaquias foi o “profeta do ELO” entre o Antigo e Novo Testamento. Preste atenção: Malaquias nos dá diretrizes práticas e próprias do Novo Testamento; própria da Nova Aliança, sobre nosso compromisso com Deus, exemplo: “o Senhor merece o melhor que tivermos a oferecer” (1:7-10); “devemos estar dispostos a mudar nosso modo errado de viver”(1:2); “devemos fazer de nossa família uma prioridade vitalícia” (2:13-16); “devemos ser sensíveis ao progresso de purificação de Deus em nossas vidas” (3:3);“devemos dar o dízimo de nossa renda” (3:8-12); “e não deve haver o orgulho em nossas vidas” (3:13-15).“Finalmente, Malaquias conclui suas mensagens apontando para aquele Grande Dia do Juízo Final. Para aqueles que estão comprometidos com Deus, será um momento de alegria porque os introduzirá à eternidade na presença do Senhor. Aqueles que ignoraram a Deus serão como a "palha", que será totalmente queimada” (4:1).
“Para ajudar as pessoas a se prepararem para aquele dia do juízo, o Senhor enviaria um profeta como Elias (João Batista), (Ml 4:5), que prepararia o caminho para Jesus Cristo, o Messias.” Pode-se dizer que o Novo Testamento tem início com este profeta que conclama às pessoas a se converterem de seus pecados e tornarem-se para Deus. Tal compromisso com o Senhor exige grande sacrifício da nossa parte, mas podemos estar certo de que no final será compensador (notas do autor).
 
As dificuldades que o povo enfrentava nos dias de Malaquias eram grandes. Isso já era um problema crônico principalmente em Judá. O povo acreditava em Deus, mas não demonstrava compromisso. Motivo este que me leva a considerar cristocêntrica a mensagem de Malaquias. Sua mensagem era para que o povo colocasse suas vidas em ordem! Se assim fosse feito seriam cobertos de bênçãos; do contrário seriam cobertos de julgamentos.

Assim como Joel, o profeta do Pentecostes, através de Malaquias Deus convida o povo a se converter novamente, e assim, Deus tornaria para ele (Ml 3:7).

O DÍZIMO NOS DIAS DE JESUS
 
No Novo Testamento, Jesus reitera a obrigação da entrega do dízimo na passagem a seguir: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas (entregar o dízimo de tudo) e não omitir aquelas" (Mt 23:23).
 
Os fariseus legalistas se gloriavam porque davam o dízimo das mínimas coisas, como a hortelã, o endro e o cominho porque constava  estatuído na Lei. Eles deviam sim cumprir com esta obrigação, todavia, não desprezando a justiça, a bondade e a crença. Cumprir uma lei em detrimento de outra, é negar todas. Já o escritor da carta aos hebreus nos diz assim: "A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz" (Hb 7:2). A alusão aqui é sobre Mequisedeque, descrito abaixo: MELQUISEDEQUE (Rei da Justiça) ...Rei de SALÉM (antigo nome de Jerusalém) e sacerdote do Deus Altíssimo. Abençoou a Abraão e recebeu dele o dízimo (Gn 14.18-20). MELQUISEDEQUE É UM TIPO DE CRISTO, o Rei-Sacerdote (Sl 110:4; Hb 5:6,10; 6:20; 7:1-28). Só que Cristo é Rei, Sacerdote e Profeta.
 
IMPORTANTÍSSIMO
 
Com o raiar da Nova Aliança, as coisas se mudaram, porque diante das bênçãos advindas através de Jesus, as da Velha Aliança "pouco" representavam, então os crentes não se conformavam em entregar somente o DÍZIMO, mas, eles DAVAM TUDO, e com isto não havia entre eles necessitados algum e o Reino de Deus se expandia de tal forma que chegou até  nós aqui nos confins da terra (At 2:45; 2:39; 4:34). É bom notar que com todo o rigor da Lei, não me lembro de alguém que tenha morrido por reter a parte do bem que pertencia ao Deus, no Velho Testamento, entretanto, no alvorecer da incomensurável Dispensação da Graça, Ananias e Safira, foram mortos por negligenciar esta prática, exatamente no lugar da adoração a Deus, no Templo.
 
A Igreja do Novo Testamento recebia dízimos dos primitivos cristãos? Ou apenas "ofertas" a critério de cada um? Hebreus 7:8 declara que é o próprio Cristo, aquele que vive para sempre, quem recebe nossos dízimos, porque o dízimo é empregado exclusivamente na Sua obra. Logo, a Igreja recebia sim, além dos dízimos, as ofertas, não somente para consecução da obra, mas, também para socorro aos necessitados, até mesmo porque, de certa forma, o socorro aos comprovadamente necessitados está inserido no contexto do compromisso da Igreja do Senhor.
 
ESTÁ PATENTE QUE JESUS ERA DIZIMISTA
 
Ele é o nosso exemplo em tudo; nele se cumpria em tudo a Lei. Devemos fazer o que Ele fez. Ser Seu imitador assim como foi Paulo (1Co 11:1). Sua vida foi investigada de forma minuciosa, e não tendo denúncias reais o acusaram de quebrar o sábado, de fazer-se igual a Deus, de ameaçar derrubar o templo e reedificá-lo em três dias, um processo calunioso e ridículo. Porque não o acusaram de sonegar o dízimo? Porque Jesus era dizimista. Cumpriu todos os preceitos da Lei (Mt 3:15; 5:17-20; 17:24-27; Lc 10:4). Esta informação se resume aos que insistem em afirmar que a Igreja de Cristo nada tem a ver com o dízimo.

OUTRAS REFERÊNCIAS NEOTESTAMENTÁRIAS
 
Zaqueu, além de indenizar a quem fraudara quadruplicadamente e  ainda abriu mão da metade de seus bens, neste caso o dízimo de Zaqueu foi de 50%, considerando a manifestação da graça de Deus em sua vida  (Lc 19:1-10).
 
A viúva observada por Jesus quando o Mestre sentou-se junto à Arca do Tesouro para algo inusitado! Veja: Lucas 21:1-4 É importante notar que nessa passagem, Jesus deixou de lado os demais trabalhos do Templo para cuidar das contribuições! Ele estava na área do Templo denominada de ÁTRIO DAS MULHERES. Neste local, havia sete caixas. Em uma delas os adoradores poderiam depositar a quantia relativa ao imposto do Templo, e as outras seis caixas eram para as ofertas voluntárias, como a da viúva que deu. Esta não era apenas pobre, ela tinha poucos meios para ganhar dinheiro. Seu pequeno presente era um sacrifício, mas ela o entregou voluntariamente.
 
Em contraste com o modo que nós administramos nosso dinheiro, aquela mulher deu TUDO o que tinha, deu o seu sustento e Jesus estava ali a observar as contribuições das pessoas e julgar-lhes as intenções. Essa pobre viúva depositou TUDO que tinha 100%.

O moço rico que reconheceu ser Jesus o Messias, pôs-se de joelho diante dele para adoração, (os judeus só se prostravam diante de Deus) depois de verificar que se tratava de um bom judeu, observador da Lei, nesse caso, ele era dizimista; disse-lhe Jesus: "Falta-te uma coisa: vai e vende TUDO QUE TENS, 100% (Mt 10:17-30). Jesus não ordenou que se tornasse dizimista, porque ele já era, se não fosse teria sido desmascarado. Esse moço era um forte candidato ao apostolado, mas, era pego ao dinheiro. Jesus quer TUDO de nós, espírito, alma e corpo. Assim como tudo que ELE tinha pertencia o Pai, TUDO o que temos pertence a ELE (Jo 17:1-22).
 
Diante da multidão faminta, Jesus ordena a seus discípulos: “dai-lhes vós de comer” (Mc 6:37), mas eles não tinham a menor ideia de como prover meios para isto. De repente descobrem um menino que tinha cinco pães e dois peixes, ou seja, sua pobre refeição. Mas diante daquela situação quando solicitado, o menino não questionou, entregando TODO seu almoço nas mãos do Mestre e com isto, cerca de 5.000 pessoas foram alimentadas e o menino recebeu ainda mais do que tinha. 5.000 pessoas foram abençoadas pela presença de UM que não tinha sua mão mirrada para Deus.

INCOERÊNCIA
 
Alguém procurar racionalizar a insignificância de sua contribuição menos do que o dízimo, buscando defesa na Palavra de Deus. Crentes sinceros às vezes buscam respaldo em 1Coríntios 16:2 "cada um deve dar o que puder, conforme sua prosperidade.”  Se um crente tivesse mais dívidas do que dinheiro, e tivesse dificuldades até para comer; estaria isento dessa contribuição, porque não teve prosperidade, mas aqui não se trata do dízimo, mas dessa oferta que seria destinada aos necessitado da Igreja em Jerusalém".
 
Do dízimo ninguém está isento, a não ser que este não esteja comendo e nem se vestindo. Porque ele não deve primeiro comer e vestir para depois contribuir, visto que, a recomendação é que o dízimo e as ofertas sejam tirados das primícias (Pv 3:9; Jr 2:3; Ez 20:40; 44:30; 48:14; Rm 11:16) e se ele come e veste das primícias, com certeza não terá com que contribuir.
 
A seguir esses crentes apontam para 2Coríntios 9:7. Nesta passagem, dá a impressão de que Paulo está ensinando que cada um decide por si mesmo a importância com que vai contribuir para o Reino de Deus. Um acha que pode dar muito, outro que deve dar menos, este conclui que deve dar tudo, e aquele, que nada deve dar! Essas instruções de Paulo dizem respeito a uma coleta especial para os pobres e necessitados da Igreja de Jerusalém, assolados pela fome. Paulo fala de levantamento de fundos para socorro, de ofertas extras, espontâneas, para beneficência. Não se trata da contribuição regular, sistemática, para o Senhor, leia (1Co 16:1-3; At 11:29; Rm 15:25-26; 2Co 9:1, 5, 9). Para essa oferta, Paulo não fala sobre porcentagem. Ainda que esses apelos do apóstolo visassem a contribuição dos crentes para a manutenção do ministério da Igreja, subsistiria a ideia de proporção. Cada um deveria contribuir "conforme a sua prosperidade", nesse caso Paulo não anula o sistema percentagem. Não se queixe da falta de "sorte" "Queixe-se cada um de seus pecados" (Lm 3:39). "Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te" Ap 2:5). Nós não somos senhores, mas, somos escravos e escravos não tem bens, os bens pertencem ao SENHOR! Olhando para a calmaria que reina na casa de uma família extremamente dizimista e a reclamação na casa dos que não adotam esta doutrina, vemos nitidamente a coerência entre Ml 3:9 e At 5:1-10 - entendemos aí que maldição é uma questão de opção (Dt 11:26, 28). 

A necessidade da quebra de maldição, da cura interior, do descarrego, das campanhas intermináveis, das andanças em busca de alguém que possa ter uma revelação, das regressões, dos processos de sacrifícios, como raspar a cabeça, deixar crescer a barba, andar descalço, vestir-se todos de uma mesma cor, decorre da ausência de Deus na vida, da inobservância a Seus preceitos, da intenção de invalidar o sacrifício vicário de Cristo no Calvário, dando ênfase ao determinismo: "eu determino" "eu não aceito" "eu declaro". O Espírito de Deus não participa desses procedimentos. Esses deterministas adquirem a confiança dos incautos, que passam a ser até mais do que dizimista, na expectativa de aquisição de carros, casas, lojas, a ponto de os senhores ministros não conseguirem transportar os dízimos que recebem, no bolso, mas é necessário malas. E com esta prática abominável a Receita Federal que dá isenção de impostos para as Igrejas, mesmo sendo o estado laico, passa não a perseguir mas, a fiscalizar até as que primam pelo bom senso, e com toda a razão. É BOM RESSALTAR TAMBÉM QUE Abraão e seu neto Jacó já praticavam o dízimo centenas de anos antes da promulgação da lei. Na verdade no Novo Testamento o crente pertence totalmente a Deus. Ele dá o dízimo, mas, não faz o que bem entende com os 90% que retém. Tudo é de Deus, o crente é escravo de Cristo, o escravo não tem bens, tem Senhor. É por isto que os crentes do Novo Testamento são motivados a dar TUDO. Não mero 10%.

O PROBLEMA DA AUTOADMINISTRAÇÃO
 
Outra prática abominável tem sido a autoadministração da contribuição, estive visitando um irmão em uma cidade no estado do Espírito Santo, ele havia vendido uma fazenda por 80 milhões de cruzeiros, cujo dízimo ele emprestou a juros até que aparecesse naquela cidade um pastor que fosse de sua confiança para ele entregar o dízimo que no caso seria de 8 milhões. E dois pastores já haviam passado por lá, finamente ele ficou doente, exatamente quando eu o visitei, então ele falou comigo, deitado em sua cama, sobre o dízimo e o cuidado que ele tinha em entregar esse dinheiro, e o pastor nessa época era meu sogro. Finalmente ele partiu para a eternidade e o dízimo ficou na mão de quem ele cuidadosamente havia emprestado. Em outra ocasião, uma irmã ficou viúva de um obreiro que trabalha com trator, também para o mesmo estado, cujo trator virou em cima dele, consequentemente, levando-o a óbito, e ao receber a indenização a viúva foi instruída por uma antidizimista a comprar com o dízimo, pedras marroada, muitas pedras, para a fundação da Igreja em  outra cidade, onde nem o terreno a Igreja possuía, e comprou, colocando-as na porta da Congregação que era alugada. Quando que a Bíblia recomenda a honrar os que administram e ministram (Rm 13:7; 1Tm 5:17; Hb 13:7, 17).

MORDOMIA DO TEMPO
 
Como bons mordomos de Deus, devemos considerar também o tempo que ELE nos concede: 24 horas por dia, dessas 24 horas é normal que tiremos 8 para o trabalho; 1 e 36 minutos para o percurso entre a residência e o trabalho; 8 para dormir; 4 para as refeições; 2 horas e 24 minutos é o dízimo do tempo para ocuparmos na promoção do Reino de Deus. Quantos minutos por dia você tem tirado para a promoção do Reino de Deus na terra. Fazendo uma visita a um necessitado, evangelizando outro. Ou você não tem tempo para isto porque você vive correndo em busca de alguém que te determine uma vitória ou quem sabe até alguém que vaticine o seu futuro?! Ou você pensa que gastando o "seu" tempo assim você está servindo a Deus? Com certeza não! Você é servo; não é místico, você não pode ser egoísta, Deus te dá de graça para você promover o SEU Reino entre os pecadores. Faça isto (Mt 6:33).
 
Entre os necessitados. Você não é um mero seguidor, você é um despenseiro da graça de Deus. Ou não? Se não, pelo menos deveria. Nestes 49 anos (03/1958-01/2007) tenho experiências, as mais diversas, uma é sobre o pastor José Paes Martins, o conheci em 1965, seu salário nunca ultrapassou ao mínimo e sua casa sempre teve de TUDO, nunca morou em casa pequena, sempre teve dinheiro em quantidade expressiva, inclusive para emprestar simplesmente para ajudar as pessoas. Sua casa em Castelo - ES, era a hospedaria das famílias quando vinham à cidade para tratamento de alguém, ficavam semanas em sua casa, comendo e bebendo, dormindo, e ele com sua esposa davam assistência em TUDO, em troca de nada material. Inclusive minha esposa e eu fomos abençoados por eles quando nasceu nossa segunda filha (17/07/1969. Nunca podemos recompensá-los à altura. Até que um dia, sob meus cuidados pastorais, internado em um hospital em Volta Redonda, já muito idoso; cheguei à tarde no quarto do hospital em que ele estava; no momento, ele estava deitado; assim que eu entrei, me coloquei de cócoras perto da cama, com toda serenidade, ele sentou-se, serrou o punho da mão direita, forçou-o sobre a cama e me disse: - Jorge, daqui eu não saio vivo, abaixei a cabeça, fiquei sem palavras, porque ele não era contador de anedotas, e no dia seguinte, Deus o recolheu às Régias Mansões Celestiais, foi para a glória, mas sua casa continuou com a mesma fartura por vários anos. O Senhor continuou cuidando da sua esposa, irmã Jandira Gomes Martins, até que por fim Deus a levou também. Deus o honrou, até depois da morte!
 
AOS PASTORES QUE ADMINISTRAM A OBRA DO SENHOR
 
- Se você foi chamado por Deus para ser pastor, a responsabilidade primordial de seu sustento condigno é de Deus, e só secundariamente da Igreja, ou da tesouraria do presbitério, sínodo, ou denominação. Mas você tem a obrigação de ensinar a Igreja a praticar o dízimo.
 
- Viva pela fé. Foi para isso que você foi chamado. Não murmure, não estenda a mão à iniquidade, não desanime. A Igreja é de Deus. O Senhor cuida do seu povo, principalmente de seus servos pastores.
 
- Viva na plenitude do Espírito Santo, não na carne. Fuja da aparência do mal. Não racionalize o pecado. Esteja sempre no centro da vontade de Deus.
 
- De cada dez sermões doutrinários, um há de ser sobre o dízimo. Seja exemplo de liberalidade e generosidade em sua própria contribuição.
 
- Antes de admitir ao rol de membros os novos candidatos à profissão de fé e batismo, veja se estão bem conscientes das obrigações e privilégios do dízimo do Senhor. De modo algum recuse receber os que vacilarem quanto ao dízimo. Mas esclareça a doutrina ao máximo. Se revelarem relapsos na mordomia de seus bens, prestarão contas a Deus. Não seja você o relapso, ocultando dos crentes uma doutrina de máxima importância.
 
-  Obedeça ao preceito de Mateus 6:33: “buscai primeiro o reino e sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Funciona!
 
- Seja enérgico com os oficiais da Igreja que sonegam o dízimo. Administram os dízimos alheios, mas eles próprios o retém! Talvez não tenham percebido a incoerência. O oficial da Igreja deve passar a dizimar de imediato ou renunciar o cargo.

PRINCIPAIS OBJEÇÕES CONTRA O DÍZIMO
 
Crentes sinceros mas desconhecedores da doutrina evangélica do dízimo, têm levantado objeções. Fazem-no, todavia, sem apoio nas Escrituras, e até mesmo contra o ensino bíblico. As principais objeções são:

- O dízimo é da lei. Não estamos debaixo da lei. Não estamos no Velho Testamento.

Resposta:
Abraão praticou o dízimo 400 anos antes da lei. Jacó foi dizimista antes da lei.
 
- O dízimo não é exigido no Novo Testamento.

Resposta: 
Em Mateus 23:23 Jesus declara que não devemos desprezar o essencial da lei, mas obedecer aos imperativos da misericórdia, fé e justiça, inclusive o dízimo. A igreja apostólica recebia dízimos (Hebreus 7:8). O judeu devia um décimo ao Senhor. O cristão deve a si próprio, cem por cento. Sua contribuição deve, pois, ser maior do que a do judeu.
 
- Quando Cristo mencionou o preceito de Mateus 23:23 ainda não havia cumprido a lei. Esta se cumpriu na cruz. Além disso, essa exortação foi dirigida aos fariseus hipócritas, não aos crentes. Portanto, o Senhor não nos ordenou o dízimo.

Resposta: 
Se esta objeção for válida, por coerência atiraremos ao lixo todo o ensino do Senhor anterior à cruz, como o Sermão do Monte, a oração dominical, as parábolas. O evangelho de antes da cruz não é evangelho? Porventura o maior problema da Igreja cristã não são os “fariseus hipócritas?”
 
- O dízimo em Israel era necessário porque levitas e sacerdotes não receberam herança. Não podiam dedicar-se à indústria, comércio e agricultura. O trabalho deles se restringia ao culto, pelo que o dízimo era sua forma de sustento. Na igreja cristã não deve existir uma casta sacerdotal, pastoral, ou clerical.

Resposta: 
Deus chama ministros do evangelho, missionários, doutores em teologia, em música, história da igreja, e muitos outros obreiros de tempo integral, para uma infinidade de ministérios. Há o ministério do ensino teológico, da evangelização, do pastorear, da administração de entidades paraeclesiásticas, hospitais, escolas, editoriais, e despesas com aluguéis, manutenção, água e luz, combustível, etc. O dízimo na Igreja é mais importante do que em Israel.

- Pastores, professores, missionários e outros cristãos deveriam ter um emprego secular, a fim de ganhar a vida, como os demais crentes, livrando a Igreja da responsabilidade de sustentá-los. Paulo fabricava tendas, não?

Resposta: 
A experiência milenar da Igreja é que o ministério eficiente é o de tempo integral. O obreiro precisa de todo o tempo disponível para estudar, preparar sermões, estudos, palestras, visitar o rebanho, presidir reuniões, atender a compromissos da denominação, informar-se pela mídia, separar tempo para si e para a família, repousar e orar. Excepcionalmente há lugar para o ministério de meio expediente, que não se deve confundir com o ministério “bico”, de fim de semana, que oculta intenções inconfessáveis. Sim, Paulo fabricava tendas para sobreviver. As Igrejas não lhe enviavam o necessário sustento. E o apóstolo adquirira o “mau hábito” de almoçar todos os dias. Ele teria preferido dedicar-se ao ministério de tempo integral.
 
- O crente é livre em Cristo. Se for muito rico, dará 30, 50 ou até 90 por cento para o Senhor, e nem assim sentiria que está agradando ao Senhor, se ainda lhe sobrasse muito dinheiro. Outro crente, tão pobre que não pode dar nem um centavo, porque já passa fome, está isento de contribuir. Cada um dá conforme sua prosperidade, ou não dá conforme sua miséria.

Resposta: 
Sob a lei de Moisés, as ações é que configuravam a guarda ou a quebra da lei. Sob a graça, as intenções do coração é que determina a inocência ou a culpa, o grau de delinquência ou de piedade. O crente é liberto por Cristo para superar o judeu no amor. O evangelho de Cristo é social em sua essência; transforma o pecador, seja este miserável ou milionário, dando-lhe um novo coração, e novo sistema de valores. O miserável deixa de ser miserável, e o milionário se torna generoso.
 
- Não posso dar o dízimo porque não sobra. Minhas despesas são sempre maiores do que meu salário. Ganho uma miséria. Não tenho sorte, nada dá certo, e vivo num país do Terceiro Mundo.

Resposta: 
Ninguém dá o dízimo. Devolve ao Senhor o que é dele. Deus requer as primícias, não as sobras. Em não havendo entrega das primícias, Deus pode impedir que sobre. Crente enrolado em dívidas é crente sob a disciplina de Deus, que precisa fazer um pacto de fidelidade ao Senhor, pela fé. Nenhum cristão vive pela “sorte”. Você provavelmente foi chamado para testemunhar de Cristo num país de Terceiro Mundo.

- Não dou o dízimo, mas pelo menos dou uma oferta. Cada um dá quanto pode, segundo propôs no coração.

Resposta: 
Não se deve sonegar o dízimo do Senhor. Oferta só é oferta depois de entregue o dízimo. Ofertas em lugar do dízimo são abominação perante o Senhor. Ofertas cada um dá como quer. Dízimo o crente entrega como Deus determina.
 
- Acho errado falar tanto de dinheiro na Igreja. As coisas espirituais são mais importantes do que dinheiro. Pedir dinheiro na Igreja escandaliza visitas.

Resposta: 
De fato, na Igreja não se deve falar demais em dinheiro. Em vez disso, deve-se ensinar a doutrina da mordomia cristã de nosso corpo e espírito, de nosso tempo e talentos, o que inclui nossa obrigação quanto ao dízimo. Dinheiro é uma coisa, dízimo é outra. Dinheiro é “mamom”, o deus do século, dízimo é retribuição de amor. Dinheiro pode ser a trilha de Judas, dízimo deve ser o caminho da graça.
 
- Nem sempre a Igreja administra bem os dízimos dos crentes. Às vezes se esbanja no patrimônio. Algumas Igrejas gostam de luxo e ostentação, havendo tantas pessoas carentes. Prefiro ajudar as instituições de caridade.

Resposta:
O crente tem a obrigação de filiar-se a uma Igreja cuja vida deriva da Vida. A igreja de Cristo deve espelhar o próprio Cristo. Você não deve apoiar uma Igreja que há muito tempo deixou de ser o Corpo de Cristo e virou clube. O dízimo é de Deus, para ser entregue na tesouraria da Igreja, e não para entidades beneficentes.
 
CONCLUSÃO
 
É extremamente lamentável notar os cultos que prestamos a Deus que deveria ser de ADORAÇÃO, por ser esta sua finalidade precípua, se tornando em culto de campanhas de prosperidades materiais, libertação dos "libertos" que nunca ficam libertos. Contribuição financeira em troca de acertos de negócios, casamentos, sair da miséria, salvar casamento com o marido ou com a mulher do outro (a). A TV faz apologia a isto através de "pastores, missionários, bispos e apóstolos" inescrupulosos e os crentes tentam comprar de Deus as coisas, quando que Deus não tem nada para vender. Ou Ele dá de graça, ou então não dá NADA. Até o linguajar dos crentes mudam diante dos apologistas da TV, assim como seus comportamentos no culto que era para ser de adoração sincera.
 
CULTO QUE ERA PARA SER DE ADORAÇÃO
 
Já se ouve frases incoerentes entre nossos irmãos, tais como: abrace o irmão que está do teu lado – pule, tire o pé do chão –  dá glória – dá um tapa nas costa do teu irmão e grite, acorda dormente! Isto decorre da negligência até mesmo dos Obreiros na contribuição com os DÍZIMOS, sob a alegação sem fulcro de que esta é uma prática do Velho Testamento e não do Novo! Entram na miséria e depois têm que deixar sua congregação e partir para os pés desses pregadores sem ética.  O homem muda de conceito da noite para o dia, mas Deus não muda. Neste caso, estaria Deus contente com a mudança de conceito dos Seus filhos, quanto a forma de ADORARÁ-LO?
 

DÍZIMOS E OFERTAS ALÇADAS FAZEM PARTE DA ADORAÇÃO
 
Se todos fossem pontuais na contribuição com os DÍZIMOS e OFERTAS, os versículos abaixo poderiam ser obedecidos e os Obreiros que dirigem Congregações devolveriam o DÍZIMO, do que receberiam da Igreja por seu trabalho ministerial.

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APÊNDICE


A BÍBLIA RECOMENDA ASSIM
 
Dt 25:4 Não atarás a boca ao boi, quando trilhar. 1Co 9:6-8: Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não come do leite do gado? Digo eu isso segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão.  Porventura, tem Deus cuidado dos bois? 1Tm 5:18 Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E, digno é o obreiro do seu salário Lc 10:7.  E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa. Destas passagens bíblicas, Paulo determina que os obreiros do Senhor recebam côngruas por seus serviços ministeriais e que não tenham suas bocas atadas assim como se faziam com o boi quando trabalhava.  Essa prática de atar a boca do boi foi condenada na Velha Aliança e Paulo alude a isso dando ênfase a côngrua do obreiro do Senhor. Mas, como pagar o que é justo ao obreiro que trabalha se não há contribuição nem mesmo dos próprios obreiros? Neste caso o recurso é INFRINGIR a Lei e depois arcar com a INFLIGÊNCIA, ou seja, receber o justo castigo.
 
Duas coisas que andam juntas: quando o crente passa a ignorar o dízimo, logo ele passa a entender também que não há mais necessidade de congregar com os irmãos. Despreza a Igreja e nele passa a inexistir a necessidade de congregar. O local de culto perde o sentido – o ministério pastoral passa ser taxado de exploração – a necessidade do calor dos irmãos desaparece e o indivíduo arma uma grande teia como aranha e naquela redoma ele leva uma vida de infelicidade! Isto é inquestionável.


Pastor Jorge Albertacci - Janeiro de 2007 

 
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada – RC – SBB/1995;
Bíblia Sagrada – ARA – SBB;
Bíblia Sagrada – Aplicação Pessoal – SBB;
Dízimos & Bênçãos – Osvaldo Ramos – Vida;
Enciclopédia da Bíblia Teologia e Filosofia – Vol. 2 – R. N. Champlin, Ph. D. J. M. Bentes.
Líções Bíblicas - CPAD 26 de Fevereiro de 2012.
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ADEQUAÇÃO
 
Para adequação a uma forma mais inteligível desta apostilha para o Curso Suplementar de Teologia da nossa Igreja, bem como a todos meus leitores, no mês de dezembro do ano de 2012, após acurada meditação e oração ao Senhor, a ampliei, acrescentando assim, alguma páginas, buscando, segundo a orientação do Espírito do Senhor, jogar mais luz sobre o assunto em apreço. Jamais tive durante a elaboração da presente, a intenção de apresentar ponto de vista radical e propriamente meu, mas, como sempre trato as coisas do Senhor, primei somente pela apologética às doutrinas das Sagradas Escrituras.
 
O Servo do Senhor
Pr. Jorge Albertacci
 
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