Hecatombe ao Chibolete
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HECATOMBE AO CHIBOLETE
TEXTOS
Juízes 11:1-40 - 12:1-6 – 1Samuel 12:11 – Hebreus 11:32
INTRODUÇÃO
Esta já era a segunda vez que a tribo de Benjamim se melindrava, em face das armas vencedoras de outras tribos. Na primeira vez Gideão com trezentos homens derrota os midianitas e os da tribo de Efraim reclamam por não ter-lhes chamado à peleja (Jz 8:1-3). Os eframitas não se conformaram e ficaram tristes porque Gideão não os chamou para a batalha, mas os colocou para exterminar os fugitivos midianitas, e assim ferozmente o confrontaram, com isto, não ficaram totalmente de fora da peleja. Gideão assegurou-lhes que sua conquista era ainda maior do que seu próprio clã (Abiezer). Sua diplomática explicação assinalou que esta retaguarda fora instruída para capturar os generais dos inimigos, a fim de acabar com os líderes de seus exércitos.
O FILHO DA PROSTITUTA É POSTO POR CABEÇA SOBRE GILEADE
Desta vez o caso é com Jefté, filho bastardo de Gileade, expulso de casa por seus meios-irmãos. Jefté era filho de uma prostituta, mas foi Gileade quem o gerou - Jz 11:1-3. Jefté sofreu por causa da decisão de seus meios-irmãos e não por algum mal que tenha cometido. Ainda assim, a despeito da rejeição de seus entes queridos, Deus o usou com muita sabedoria. Deus o honrou até mesmo para defender seus egoístas meios-irmãos.
Circunstâncias além de seu controle afastaram Jefté do seu povo e o exilaram. Hoje, tanto os salvos como os ímpios podem afastar aos que não se ajustam às normas ditadas pela nossa sociedade, vizinhança, igreja e porque não dizer, até mesmo pela nossa própria família.
Prejuízos irreparáveis acontecem com frequência, e até mesmo em detrimento da obra de Deus, assim como no caso de Jefté, o grande potencial é subestimado, é preterido por uma recusa egoísta e maldosa de legalistas, tradicionalistas que como donos da verdade veem até a própria “igreja” como patrimônio de membros “legítimos de clãs” nunca por Jeftés que não tiveram culpa de como foram gerados. Mas, é com estes que Deus trata. Deus honra os humildes e pode por circunstâncias abater os soberbos, exaltados.
GILEADE CAI NAS MÃOS DE AMÔM
Agora depois de tantos abusos, desrespeito a Deus, até envolvimento com deuses estranhos os filhos legítimos de Gileade se encontram em uma situação caótica, pois seu pai cai nas mãos do inimigo maior, o exército amonita e esse sofrimento já havia iniciado há dezoito anos atrás.
Os amonitas esperavam que pudessem estender o seu território para dentro de uma região que antigamente lhes pertencera, mas que agora pertencia a Israel e já havia trezentos anos, mas essa possessão, Israel a adquiriu não através de guerra, os israelitas não haviam tomado aquelas terras de ninguém, mas foi o próprio Deus que havia feito isto, dado a eles a possessão daquelas terras. (Nm 20:14-21; 21:10-35; Dt 2:16; 3:11).
ENTRE OS FILHOS DE GILEADE HAVIA SOMENTE UM PREPARADO PARA A GUERRA: JEFTÉ, O FILHO DA PROSTITUTA
No aperto, os anciãos de Gileade apelam para o irmão Jefté, que inicialmente não quer aceitar devido aos abusos cometidos contra sua pessoa, mas finalmente mediante propostas aceita o convite para enfrentar os amonitas em defesa de seu povo.
Assim como no caso de Saul, o primeiro adversário de Jefté foram os amonitas (1Sm 11:1-11). Gileade foi a região ameaçada também na história de Saul. Jefté não foi simplesmente com a cara e a coragem, mas demonstrou a confiança de que seria Deus quem lhe daria a vitória. Não é difícil admirar os indivíduos cujas palavras podem ser completamente confiáveis e de atitudes consistentes com suas palavras. Para os tais, o diálogo não é uma atitude a ser evitada, mas, é o início de uma ação. Pessoas como estas podem ser excelentes negociadores. Elas se aproximam de um conflito com a intenção de estabelecer as questões verbalmente, mas, não hesitam em usar outros meios se as tentativas verbais falharem. Jefté preenchia este predicado. Na maioria dos conflitos a primeira atitude de Jefté era o diálogo e na guerra contra os amonitas, sua estratégia, a princípio, foi a negociação verbal. Ele esclareceu as questões para que todos soubessem a causa do conflito. As respostas de seus proponentes determinou sua atitude seguinte.
ESTRATÉGIA
Jefité tenta armar também a Efraim para essa luta, mas os de Efraim não aceitam (Jz 12:1). Jefité vai só à luta com os seus e sai vencedor. Os de Efraim traiçoeiramente saem despreparados contra Jefté; cruza o Jordão na vanguarda do seu exército e invade o território de Gileade. Jefté, após abater o exército dos amonitas, agora tem que enfrentar os eframitas, e com mais esta luta ele não contava, mas, como guerra é guerra, tudo isto faz parte e a tropa de Jefté, não estava em um mero passatempo no campo de batalha.
FECHANDO O CERCO
Jefté monta guarda nos vaus do Jordão, contra o traiçoeiro exército de Efraim a fim de capturar alguns soldados restantes que apelavam em voltar. Esses eframitas apareciam correndo, e os soldados de Jefté perguntavam: você é fugitivo de Efraim? Eles respondiam: Não. Então, diga CHIBOLETE - Eles diziam SIBOLETE. Chibolete em hebraico era o mesmo que rio ou enchente. Seria algo vinculado a rio. Somente em trocar a sílaba CHI por SI, eram degolados e com isto tombaram 42.000 do traiçoeiro exército de Efraim.
Os eframitas podiam ser facilmente reconhecidos pela maneira de pronunciarem certas palavras no seu dialeto, e Jefté explorou esse lado, uma simples sílaba! O despreparado exército de Efraim em uma ação traiçoeira e maldosa fez com que Jefté que não contava com este outro exército a vencer, tingiu as margens do Jordão com o rubro e quente sangue dos eframitas. Esse episódio contribui para que Jefté fosse qualificado o oitavo libertador de Israel, e julgou a nação por seis anos. - (Juízes 11:8-26).
REFERÊNCIAS BÍBLICAS SOBRE COMO DEVEM SER NOSSAS PALAVRAS
- “A pessoa que consegue guardar sua boca preserva a própria vida, todavia quem fala sem refletir acaba se arruinando”
– (Provérbios 13:3).
- “Porque pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado”
– João 12:37).
- “E o mensageiro que foi chamar a Micaías falou-lhe, dizendo: Vês aqui que as palavras dos profetas, a uma voz, predizem coisas boas para o rei; seja, pois, a tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem”
- (1Reis 22:13).
- “Então, Moisés deu ordem aos filhos de Israel, segundo o mandado do SENHOR, dizendo: A tribo dos filhos de José fala bem”
- (Números 36:5).
- “E o mensageiro que foi chamar a Micaías lhe falou, dizendo: Eis que as palavras dos profetas, a uma boca, são boas para com o rei; seja, pois, também a tua palavra como a de um deles, e fala o que é bom”
- (2 Crônicas 18:12).
- “A boca do justo fala da sabedoria; a sua língua fala do que é reto”
– (Salmos 37:30).
- “Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca”
– (Mateus 12:34).
- “Por isso, vos afirmo que de toda a palavra fútil que as pessoas disserem, dela deverão prestar conta no Dia do Juízo”
– (Mateus 12:36).
- “E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?”
– (Lucas 4:22).
- “Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem”
– (João 7:46).
- “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”
– (1 Coríntios 15:33).
CONCLUSÃO
Os eframitas se tornaram vítimas de uma hecatombe pela traição a um homem que Deus lutava por ele, Jefté. Sem estratégia, com linguajar péssimo, sofreram o efeito de um tiro que saiu pela culatra.
Em Mateus 26:73 “consta que Pedro fora abordado enquanto o Senhor era Julgado no Sinédrio em Jerusalém. Diziam: Você também é da mesma linhagem dele, as tuas palavras te denunciam, mas ele não se identificou como companheiro de Jesus” – (João 18:18; João 18:19-22; João 18:25).
Neemias exortou o povo: porque vocês desprezam a casa de Deus? (Nee 13:11). Ele notou que os moços pertencentes ao povo de Deus haviam se casado com mulheres incrédulas, asdoditas, e seus filhos não podiam falar o judaico correto! Mas misturados falavam meio judaico e meio asdoditas. Enquanto Pedro em seu tempo se identificava com Jesus - no tempo de Neemias, o povo de Deus se identificava com os asdoditas - (Nee 13:24).
Há crentes que xingam, simplesmente gritando “pipoca” - na sua boca o som foi: Ô pipoca, mas, seu coração gritou: um xingamento ou um palavrão. Os galileus além de trocar as letras como “B” por “V”, ainda pronunciavam muito mal, chegando a serem proibidos de ler as Escrituras nas sinagogas. Quanto ao Senhor Jesus, eles diziam: nunca algum homem falou como este - João 7:46.
Como pregadores do Reino dos Céus, somos intérpretes da mensagem de Deus para um mundo deteriorado pelo pecado, e se nosso linguajar estiver corrompido, como interpretaremos a mensagem dos Céus?
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.
- 1Coríntios 15:33.
NOSSO DIALETO PRECISA ESTAR AFINADO PELO DIAPASÃO DO EVANGELHO
Está? Os de muitos não estão, e por isto, muitos há que estão prestes a serem capturados pelas adversidades. Porque se dizem evangélicos, mas não são protestantes contra o mal. Se misturam facilmente com o mundanismo. Jesus não deixou de falar sobre estes em Mateus 23:27: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.”
NOSSO DIALETO É PRECISO ESTAR AFINADO PELO DIAPASÃO DO ESPÍRITO
E está? Os de muitos não! E por não estarem, muitos há que já não falam pelo Espírito, mas de si mesmo. Radicais, insensíveis, dono da razão, incomplacentes, rebeldes, murmuradores, xingadores, língua doble, críticos, blasfemadores e promotores de escândalos.
NOSSO DIALETO É PRECISO ESTAR AFINADO PELO DIAPASÃO DO CÉU
E Está? Os de muitos não, e por este motivo, muitos há que já não pregam a mensagem dos Céus. Não buscam a santidade, não preservam os bons costumes. Pregam cheios de gírias, com ilustrações que não tem nada a ver com o Reino de Deus, e pior ainda, tenho visto muitas que são mentirosas, que somente provocam gracejos.
Sete passagens no Novo Testamento nos asseveram o juízo de Deus sobre os impenitentes. Estas passagens estão intrinsecamente ligadas às nossas vidas no porvir. Se não fosse assim não haveria a graça. Jesus não seria o caminho, não teríamos uma porta aberta e nem um caminho largo e outro estreito - “haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 8:12; 13:42, 50; 22:13; 24:51; 25:30; e Lucas 13:28). O pranto significa um grito profundo numa dor terrível, que resulta num profundo lamento. Incorrem neste perigo, segundo Jesus, todos quantos rejeitam seu sacrifício vicário na cruz do Calvário.
Jorge Albertacci
Pastor Emérito da Assembleia de Deus do Retiro
Volta Redonda - Rio de Janeiro
Email - prjorgealbertacci@yahoo.com.br