Grande Apostila de Bibliologia
Escatologia Bíblica
BIBLIOLOGIA
INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
Salmos 119:1-12
Ninguém conseguirá compreender bem o
livro de Deus sem ter pelo menos uma ideia da história, costumes, idiomas,
religiões dos povos que diretamente como os judeus, egípcios, assírios, e
outros, participam do seu conteúdo e acima de tudo comunhão estreita com o
Espírito Santo de Deus. Da arqueologia à apologética, com
observações históricas e o registro de outros conhecimentos, fazendo uma breve
introdução aos livros Bíblicos, procuramos transmitir aos alunos um
conhecimento panorâmico acerca da Bíblia, e orientá-los a lerem e estudarem
esse maravilhoso tesouro concedido por Deus aos homens, e que deve ser a nossa
única regra de fé e prática. Esperamos que ao se aprofundar no estudo
dessa apostila, novos horizontes se abram a frente do aluno, e que a cada
capítulo sinta o desejo de penetrar cada vez mais no vasto campo do
conhecimento Bíblico. Nosso desejo foi de preparar um trabalho resumido que
atendesse as necessidades básicas daqueles que se propõem a estudar a Palavra
de Deus ou conhecê-la melhor. É através da Bíblia que o
Todo-Poderoso comunica ao homem sua vontade e seu amor em Cristo.
A História da Bíblia e os Originais
Grego, hebraico e aramaico foram os
idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas. O Antigo
Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos foram escritos
em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a
língua mais utilizada na época.
Os originais da Bíblia são a base para
a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe
nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias de
cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos
pelos seus autores, se perderam.
As edições do Antigo Testamento
hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas
cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas
arqueológicas. Para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de
Tradução da SBB usa a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica
Alemã. Já para o Novo Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado
pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos
hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.
O Antigo Testamento em Hebraico
Muitos séculos antes de Cristo,
escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram
registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros
tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram
copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração. Com o
passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas
por a Lei, os Profetas, e as Escrituras. Esses três grandes conjuntos de
livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico
de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco
livros da nossa Bíblia.
Já os Profetas, incluíam Isaías,
Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, e 1
e 2 Reis. E as Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de
Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes,
Daniel, Esdras, Neemias, e 1 e 2 Crônicas. Os livros do Antigo Testamento
foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados
cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros eram escritos
em um pergaminho separado, embora A Lei frequentemente fosse copiada em dois
grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico, da direita para a
esquerda e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.
Hoje se tem conhecimento de que o
pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico.
Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao
pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947,
juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
O Novo Testamento em Grego
Os primeiros manuscritos do Novo
Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo
destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no
Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos marca o início da
Igreja cristã. As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o
cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras
pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo
passaram a ter grande circulação.
A necessidade de ensinar novos
convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em
relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos
Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram
a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos
cristãos similares também começaram a circular.
O mais antigo fragmento do Novo
Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do
Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de
outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos cem anos descobriu-se uma
quantidade considerável de papiros contendo o Velho Testamento e o texto em
grego do Novo Testamento.
Outros Manuscritos
Além dos livros que compõem o nosso
atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era
cristã, como as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e
o Didache (ou Ensinamento dos Doze Apóstolos). Durante muitos anos, embora os
evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita
nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram realmente
autorizados. Entretanto, gradualmente, o julgamento das igrejas, orientado pelo
Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras que constituíam um relato
mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus.
No Século IV d.C. foi estabelecido
entre os concílios das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi
constituído. Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter
sido escritos naquela ocasião, o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus.
Estes dois inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em
grego. Ao todo temos aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento
escritos nos primeiros cinco séculos. Quando Constantino proclamou e impôs
o cristianismo como única religião oficial no Império Romano no final do Século
IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de livros do Novo
Testamento.
É possível que o grande historiador
Eusébio de Cesareia (263 - 340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o
quanto os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o
imperador encomendou 50 cópias para as igrejas de Constantinopla.
Provavelmente, esta tenha sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamento
foram apresentados em um único volume, agora denominado Bíblia.
História das Traduções
A Bíblia, o livro mais lido, traduzido
e distribuído do mundo, desde as suas origens, foi considerada sagrada e de
grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda
a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos através dos
tempos e entre os mais variados povos resultou em inúmeras traduções para os
mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa
ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.
A Primeira Tradução
Estima-se que a primeira tradução foi
elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo. Como os judeus que viviam no
Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido
para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que
tinham dificuldade de ler o original em hebraico, com o cativeiro da Babilônia,
os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico. Denominada
Septuaginta (Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por 70
sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; pois não
estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi
estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I (d. C).
A igreja primitiva geralmente incluía
tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e
encontram-se presentes nas Bíblias de algumas Igrejas. Esta tradução do
Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo
e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos
primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.
Outras Traduções
Outras traduções começaram a
ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope
(Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim - a mais
importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no
Ocidente. Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim,
no ano 382 d. C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer
uma tradução oficial das Escrituras. Com o objetivo de realizar uma
tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde
viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os
manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como
"Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns
("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o
texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se
por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.
Na Europa, os cristãos entraram em
conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da
civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da
turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por
muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.
Não se sabe quando e como a Bíblia
chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda,
Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos
romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a
tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se
que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do
Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos
poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.
Tradução de Antonio Pereira de
Figueiredo: Antonio Pereira de Figueiredo, que preparou a primeira Bíblia
inteira, baseada na Vulgata Latina, nasceu em Manção, Portugal, a 14 de
fevereiro de 1725. Essa tradução consumiu 18 anos de trabalho.
Tradução do Padre Huberto Rodhen: Em
1930 o Padre Huberto Rodhen traduziu o primeiro Novo Testamento inteiro
diretamente do grego, o primeiro tradutor católico a fazer tal tipo de tradução
na história da Bíblia portuguesa.
Tradução do Padre Matos Soares: Essa é
a tradução mais popular entre os católicos. Foi baseada na Vulgata Latina e em
1932 recebeu o apoio papal por meio de carta dirigida ao Vaticano. Quase a
metade dessa tradução contém explicações dos textos, em notas entre parênteses.
Essas notas parentéticas incluem, naturalmente, dogmas da Igreja Romana, da
qual pertencia o tradutor. Tradução Brasileira (TB): Foi preparada sob a direção do
Dr. H. C. Tucker, tendo sido concluída em 1917. Essa tradução nunca foi muito
popular.
QUAL É A MELHOR TRADUÇÃO DA BÍBLIA?
Com o lançamento de novas traduções,
muitas pessoas têm ansiosamente perguntado: "Qual é a melhor tradução da
Bíblia?"
Não abordarei aqui todas as traduções
da Bíblia publicadas no Brasil. Falarei daquelas que são propriedade da
Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Neste catálogo, encontram-se os mais
diversos formatos de Escrituras, que usam tais traduções. A SBB possui e
publica duas traduções da Bíblia: a de João Ferreira de Almeida e a Nova
Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).
A tradução de Almeida, como resultado
de várias revisões, é publicada pela SBB em três versões: Revista e Corrigida
(DO), Revista e Corrigida-Edição de 1995 (RC) e Revista e Atualizada - 2a.
Edição (RA).
(a) A (DO) é a Almeida mais antiga.
Lançada em 1898, recebeu revisões ortográficas no século XX, mas basicamente
manteve o texto inalterado. (b) A RC é uma revisão da DO. A partir do
texto hebraico, identificou-se mais claramente o nome de Deus no AT e dividiu-se
o texto em parágrafos; além disso, acertou-se a pontuação e atualizou-se, onde
necessário, a terminologia. (c) A RA, publicada em 1993, é a revisão da
versão que foi lançada em 1959. Comparada à DO e RC, a RA se distingue por ter
como base textos originais (hebraico, aramaico e grego) mais atualizados,
embora essencialmente não diferentes dos da DO e RC. Por outro lado, a RA traz
um texto mais afinado com o português erudito falado no Brasil. No entanto, a
característica fundamental da tradução de Almeida, em suas várias versões, é a
de seguir o princípio de equivalência formal. Esse princípio leva a traduzir o
texto não só buscando que o mesmo seja a representação fiel do sentido dos
originais, mas também conservando, o máximo possível, as características gramaticais,
a estrutura de cláusulas e frases, e a consistência na tradução dos termos das
línguas originais. Já a TLH é o resultado de um importante projeto de
tradução da SBB. Vendo a necessidade de uma tradução mais simples, conforme o
modo de falar da maioria dos brasileiros, a SBB iniciou uma nova tradução. O NT
foi lançado em 1973, e a Bíblia completa, em 1988.
No final de 2000, a SBB lançou uma
revisão completa da TLH como Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH). A NTLH
segue o princípio de equivalência funcional, semântica, ou dinâmica. Este
princípio leva a traduzir os textos originais com absoluta fidelidade, bem como
a comunicar, do modo mais natural, a mesma ideia dos originais em linguagem
contemporânea, obedecendo às normas gramaticais e à estrutura do Português.
Mas Qual é a Melhor Tradução?
A fidelidade aos originais é
fundamental para uma boa tradução. Todas as traduções, ou versões, publicadas e
distribuídas pela SBB são fiéis aos originais. Elas se distinguem no seguinte:
(a) Na linguagem: a linguagem das Almeidas é mais erudita e, às
vezes, até arcaica; já a linguagem da NTLH é mais simples e atual. (b) No
princípio de tradução: as Almeidas são mais literais e formais; já a NTLH
expressa o sentido conforme o modo de falar da maioria das pessoas. Há pessoas
que preferem a linguagem erudita e formal; já outras, a linguagem
simples. Logo, precisamos perguntar: qual é a melhor tradução para quem?
Para pessoas eruditas? Para pessoas simples? Para pessoas que já são cristãs há
muito tempo? Para pessoas que nunca leram a Bíblia nem conhecem a fé cristã?
Para adultos? Para crianças? Ou, precisamos perguntar: qual é a melhor tradução
para quê? Para estudar? Para evangelizar? Para memorizar? Para ensinar?
Em resumo, cada tradução será boa para
alguém ou para alguma finalidade. Por isso, é muito bom que tenhamos várias
traduções. Pessoas que não sejam tocadas por uma tradução poderão ser por
outra. Encaremos, portanto, as traduções como bênçãos que Deus nos dá para
alcançar o maior número de pessoas para o seu Reino. (cf. 1Co 9.22). "Comissão
de Tradução, Revisão e Consulta da SBB."
AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS
Na Alemanha, em meados do Século 15, um
ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos
móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia
em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais
belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis
línguas antes de 1500 – alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão;
e em outras seis línguas até meados do século 16 – espanhol, dinamarquês,
inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
Finalmente as Escrituras realmente
podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam
vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em
grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à
Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes
ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.
Uma pessoa de grande destaque durante
este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou
alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em
1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio
paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez estudiosos da Europa
ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora,
infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente
recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.
Descobertas Arqueológicas
Várias foram as descobertas
arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas.
Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam
de 850 d.C. Existem, porém, partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século
da era cristã. Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um
pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por
acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.
Durante nove anos vários documentos
foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto, constituindo-se nos
mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias. Escondidos ali
pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800 pergaminhos, escritos
entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida
religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do
cristianismo. Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois
fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos
originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14
estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C.
Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de
Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas
compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico
(o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as
diferenças entre ambos eram mínimas.
Outros manuscritos também foram
encontrados neste mesmo local, como o do profeta Isaías, fragmentos de um texto
do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um
targum (paráfrase) de Jó. As descobertas arqueológicas, como a dos
manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos
dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a
respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era
absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais
"novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da
origem dos textos bíblicos.
O DIA DA BÍBLIA – A ORIGEM DO DIA DA
BÍBLIA
O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na
Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei
Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da
leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento
- celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o
segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da
Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados
Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra
de Deus.
Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando.
Pouco a pouco, as diversas denominações
evangélicas institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda
mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em
dezembro desse mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia
da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.
Hoje, o dia dedicado às Escrituras
Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é
celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao trabalho do
tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As
comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões
de cristãos em todo o País.
Edição Revista e Corrigida (RC)
Bíblia Sagrada, traduzida por João
Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida (1898, 1995). Uma das
características da RC é a linguagem clássica, praticamente erudita. Nesta
edição, fica transparente que a tradução de Almeida preza pela equivalência
formal. Em outras palavras, João Ferreira de Almeida procurou reproduzir no
texto traduzido os aspectos formais do texto bíblico em suas línguas originais
(hebraico, aramaico e grego). Almeida procura estabelecer tal equivalência
quanto ao vocabulário, à estrutura e demais aspectos gramaticais. Assim, por
exemplo, Almeida buscou manter em sua tradução a ordem dos termos nas frases e
também a sua categoria gramatical como se encontram nos textos originais da
Bíblia.
Além disso, no tempo em que Almeida
publicou sua tradução pela primeira vez (ca. 1681), era costume dos tradutores indicar pelo
tipo itálico (inclinado) toda e qualquer palavra que precisasse ser inserida na
tradução para que tivesse sentido, o que foi fielmente conservado pela
RC. É uma das mais queridas e apreciadas no Brasil, disponível em diversos
tamanhos e formatos.
Edição Revista e Atualizada (RA)
Bíblia Sagrada, traduzida por João
Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada (1959, 1993).
Conservando as características principais da tradução de equivalência
formal de Almeida, a RA é o resultado de mais de uma década de revisão e
atualização teológica e linguística da RC. Igualmente fiel aos textos
originais, a linguagem da RA é viva, acessível, clara e nobre, evitando o
demasiado vulgar e demasiado acadêmico e literário. A RA tem tido ampla
aceitação, tanto no Brasil como em outros países de fala portuguesa, podendo
ser encontrada em diversos tamanhos e formatos.
BÍBLIA SAGRADA - NOVA TRADUÇÃO NA
LINGUAGEM DE HOJE (NTLH)
Traduzida Pela Sociedade Bíblica do
Brasil (2000).
Esta tradução segue os princípios da
tradução de equivalência dinâmica, sendo fiel aos textos originais (em
hebraico, aramaico e grego). O sentido do texto é dado em palavras e
formas do português falado no Brasil. Foi feito todo o esforço para que a
linguagem fosse simples, clara, natural e sem ambiguidades. Daí ser
especialmente indicada para pessoas que estão tendo seu primeiro contato com a
Bíblia. É uma excelente ferramenta para a evangelização. A NTLH pode ser
encontrada em diversos tamanhos e formatos, com diferentes capas e
encadernações.
JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA – HISTÓRIA
Conhecido pela autoria de uma das mais
lidas traduções da Bíblia em português, ele teve uma vida movimentada e morreu
sem terminar a tarefa que abraçou ainda muito jovem. Entre a grande maioria dos
evangélicos do Brasil, o nome de João Ferreira de Almeida está intimamente
ligado às Escrituras Sagradas. Afinal, é ele o autor (ainda que não o único) da
tradução da Bíblia mais usada e apreciada pelos protestantes brasileiros.
Disponível aqui em duas versões publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil
- a Edição Revista e Corrigida e a Edição Revista e Atualizada - a
tradução de Almeida é a preferida de mais de 60% dos leitores evangélicos das
Escrituras no País, segundo pesquisa promovida por A Bíblia no Brasil.
Se a obra é largamente conhecida, o
mesmo não se pode dizer a respeito do autor. Pouco, ou quase nada, se tem
falado a respeito deste português da cidade de Torres de Tavares, que morreu há
300 anos na Batávia (atual ilha de Java, Indonésia). O que se conhece hoje da
vida de Almeida está registrado na "Dedicatória" de um de seus livros
e nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas (Presbiterianas) do Sudeste
da Ásia, para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a
segunda metade do século XVII. De acordo com esses registros, em 1642,
aos 14 anos, João Ferreira de Almeida teria deixado Portugal para viver em
Málaca (Malásia). Ele havia ingressado no protestantismo, vindo do catolicismo,
e transferia-se com o objetivo de trabalhar na Igreja Reformada Holandesa
local.
Tradutor aos 16 anos
Dois anos depois, começou a traduzir
para o português, por iniciativa própria, parte dos Evangelhos e das Cartas do
Novo Testamento em espanhol. Além da Versão Espanhola, Almeida usou como fontes
nessa tradução as Versões Latina (de Beza), Francesa e Italiana - todas
elas traduzidas do grego e do hebraico. Terminada em 1645, essa tradução de
Almeida não foi publicada. Mas o tradutor fez cópias à mão do trabalho, as
quais foram mandadas para as congregações de Málaca, Batávia e Ceilão (hoje Sri
Lanka). Mais tarde, Almeida tornou-se membro do Presbitério de Málaca, depois
de escolhido como capelão e diácono daquela congregação.
No tempo de Almeida, um tradutor para a
língua portuguesa era muito útil para as igrejas daquela região. Além de o
português ser o idioma comumente usados nas congregações presbiterianas, era o
mais falado em muitas partes da Índia e do Sudeste da Ásia. Acredita-se, no
entanto, que o português empregado por Almeida tanto em pregações como na
tradução da Bíblia fosse bastante erudito e, portanto, difícil de entender para
a maioria da população. Essa impressão é reforçada por uma declaração dada por
ele na Batávia, quando se propôs a traduzir alguns sermões, segundo palavras,
"para a língua portuguesa adulterada, conhecida desta congregação."
Perseguido pela Inquisição, Ameaçado
por um Elefante
O tradutor permaneceu em Málaca até
1651, quando se transferiu para o Presbitério da Batávia, na cidade de
Djacarta. Lá, foi aceito mais uma vez como capelão, começou a estudar teologia
e, durante os três anos seguintes, trabalhou na revisão da tradução das partes
do Novo Testamento feita anteriormente. Depois de passar por um exame
preparatório e de ter sido aceito como candidato ao pastorado, Almeida acumulou
novas tarefas: dava aulas de português a pastores, traduzia livros e ensinava
catecismo a professores de escolas primárias. Em 1656, ordenado pastor, foi
indicado para o Presbitério do Ceilão, para onde seguiu com um colega, chamado
Baldaeus.
Ao que tudo indica, esse foi o período
mais agitado da vida do tradutor. Durante o pastorado em Galle (Sul do Ceilão),
Almeida assumiu uma posição tão forte contra o que ele chamava de
"superstições papistas," que o governo local resolveu apresentar uma
queixa a seu respeito ao governo de Batávia (provavelmente por volta de 1657).
Entre 1658 e 1661, época em que foi pastor em Colombo, ele voltou a enfrentar
problemas com o governo, o qual tentou, sem sucesso, impedi-lo de pregar em
português. O motivo dessa medida não é conhecido, mas supõe-se que estivesse
novamente relacionado com as ideias fortemente anticatólicas do tradutor. A passagem de Almeida por
Tuticorin (Sul da Índia), onde foi pastor por cerca de um ano, também parece
não ter sido das mais tranquilas. Tribos da região negaram-se a ser batizadas
ou ter seus casamentos abençoados por ele. De acordo com seu amigo Baldaeus, o
fato aconteceu porque a Inquisição havia ordenado que um retrato de Almeida
fosse queimado numa praça pública em Goa. Foi também durante a estada no
Ceilão que, provavelmente, o tradutor conheceu sua mulher e casou-se. Vinda do
catolicismo romano para o protestantismo, como ele, chamava-se Lucretia Valcoa
de Lemmes (ou Lucrecia de Lamos). Um acontecimento curioso marcou o começo de
vida do casal: numa viagem através do Ceilão, Almeida e Dona Lucretia foram
atacados por um elefante e escaparam por pouco da morte. Mais tarde, a família
completou-se, com o nascimento de um menino e de uma menina.
Ideias e Personalidade
A partir de 1663 (dos 35 anos de idade
em diante, portanto), Almeida trabalhou na congregação de fala portuguesa da
Batávia, onde ficou até o final da vida. Nesta nova fase, teve uma intensa
atividade como pastor. Os registros a esse respeito mostram muito de suas ideias
e personalidade. Entre outras coisas, Almeida conseguiu convencer o presbitério
de que a congregação que dirigia deveria ter a sua própria cerimônia da Ceia do
Senhor. Em outras ocasiões, propôs que os pobres que recebessem ajuda em
dinheiro da igreja tivessem a obrigação de frequentá-la e de ir às aulas de
catecismo. Também se ofereceu para visitar os escravos da Companhia das Índias
nos bairros em que moravam, para lhes dar aulas de religião - sugestão que
não foi aceita pelo presbitério - e, com muita frequência, alertava a
congregação a respeito das "influências papistas."
Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de
tradução da Bíblia, iniciado na juventude. Foi somente então que passou a
dominar a língua holandesa e a estudar grego e hebraico. Em 1676, Almeida
comunicou ao presbitério que o Novo Testamento estava pronto. Aí começou a
batalha do tradutor para ver o texto publicado - ele sabia que o
presbitério não recomendaria a impressão do trabalho sem que fosse aprovado por
revisores indicados pelo próprio presbitério. E também que, sem essa
recomendação, não conseguiria outras permissões indispensáveis para que o fato
se concretizasse: a do Governo da Batávia e a da Companhia das Índias
Orientais, na Holanda.
Exemplares Destruídos
Escolhidos os revisores, o trabalho
começou e foi sendo desenvolvido vagarosamente. Quatro anos depois, irritado
com a demora, Almeida resolveu não esperar mais -mandou o manuscrito para a
Holanda por conta própria, para ser impresso lá. Mas o presbitério conseguiu
parar o processo, e a impressão foi interrompida. Passados alguns meses, depois
de algumas discussões e brigas, quando o tradutor parecia estar quase
desistindo de apressar a publicação de seu texto, cartas vindas da Holanda
trouxeram a notícia de que o manuscrito havia sido revisado e estava sendo
impresso naquele país.
Em 1681, a primeira edição do Novo
Testamento de Almeida finalmente saiu da gráfica. Um ano depois, ela chegou à
Batávia, mas apresentava erros de tradução e revisão. O fato foi comunicado às
autoridades da Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído de lá
foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias Orientais. As autoridades
Holandesas determinaram que se fizesse o mesmo com os volumes que já estavam na
Batávia. Pediram também que se começasse, o mais rápido possível, uma nova e
cuidadosa revisão do texto.
Apesar das ordens recebidas da Holanda,
nem todos os exemplares recebidos na Batávia foram destruídos. Alguns deles
foram corrigidos à mão e enviados às congregações da região (um desses volumes
pode ser visto hoje no Museu Britânico, em Londres). O trabalho de revisão e
correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou dez longos anos para ser
terminado. Somente após a morte de Almeida, em 1693, é que essa segunda versão
foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.
Ezequiel 48.21
Enquanto progredia a revisão do Novo
Testamento, Almeida começou a trabalhar com o Antigo Testamento. Em 1683, ele
completou a tradução do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo
Testamento). Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a situação que havia
acontecido na época da revisão do Novo Testamento, com muita demora e
discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada - pelo menos
desde 1670, segundo os registros—, Almeida teve sua carga de trabalho na
congregação diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução. Mesmo assim, não
conseguiu acabar a obra à qual havia dedicado a vida inteira. Em 1691, no mês
de outubro, Almeida morreu. Nessa ocasião, ele havia chegado até Ez 48.21. A
tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker,
pastor holandês. Depois de passar por muitas mudanças, ela foi impressa na
Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.
Diferença Entre as Versões
Tanto a edição Revista e Corrigida
quanto a Revista e Atualizada foram constituídas a partir dos textos originais,
traduzidos por João Ferreira de Almeida no século XVII. As pequenas diferenças
entre uma e outra edição devem-se ao fato de os próprios originais em hebraico,
aramaico e grego trazerem algumas variantes e suportarem mais de uma tradução
correta para uma palavra ou versículo. Porém, na essência as duas versões
refletem o bom trabalho realizado por João Ferreira de Almeida, o qual foi
completamente fiel aos textos originais das Escrituras Sagradas. Embora haja
diferenças entre as duas versões, as passagens centrais da fé cristã - que
apresentam Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador - são perfeitamente
claras e concordantes em ambas.
A Revista e Corrigida (RC)
A RC foi trazida para o Brasil pela
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, em data anterior à fundação da SBB.
Naquela época, a tradução de Almeida foi entregue a uma comissão de tradutores
brasileiros, que foram incumbidos de tirar os lusitanismos do texto, dando a
ele uma feição mais brasileira. Publicada em 1898, recebeu o nome de Revista e
Corrigida. Seguindo os princípios da
equivalência formal, a RC é adotada por inúmeras denominações evangélicas em
países de língua portuguesa, especialmente no Brasil e em Portugal. As
diferenças desta edição para a Revista e Atualizada se dão basicamente no que
se refere aos manuscritos originais disponíveis na época de Almeida.
Descobertas arqueológicas e estudos de teólogos e historiadores em torno das
Escrituras Sagradas tiveram grandes avanços desde o século XVIII até os dias de
hoje. Tais documentos não existiam à época de Almeida. Dessa forma, a RC é a
expressão dos textos originais com que Almeida trabalhou; não há nesta versão
indicações de textos sobre os quais os diversos manuscritos bíblicos divergem. Embora haja certas diferenças
entre a RC e a RA, ambas têm seu valor como traduções fiéis da Palavra de Deus
de acordo com os textos originais disponíveis na época de sua elaboração.
Porém, não há diferenças entre os próprios manuscritos que deponham contra a
mensagem central da Palavra de Deus.
A Revista e Atualizada (RA)
Quando em 1948, a SBB foi fundada, uma
nova revisão de Almeida, independente da Revista e Corrigida, foi encomendada a
outra equipe de tradutores brasileiros. O resultado desse novo trabalho,
publicado em 1956, é o que hoje conhecemos como a versão Revista e
Atualizada. Conservando as características principais da tradução de
equivalência formal de Almeida, a RA é o resultado de mais de uma década de
revisão e atualização teológica e linguística da RC. Igualmente fiel aos textos
originais, a linguagem da RA é viva, acessível, clara e nobre. Sua revisão foi
feita à luz dos manuscritos bíblicos melhor preservados.
Em 1993, a RA passou por uma segunda
revisão, afinando ainda mais o texto bíblico aos textos originais em hebraico,
aramaico e grego. Confrontando a tradução de
Almeida, que resultou na versão Revista e Corrigida, com os novos manuscritos
encontrados, os editores da RA decidiram indicar os textos em que um ou mais
manuscritos não tinham consenso. Tais textos foram colocados entre colchetes,
como é o caso da mulher adúltera, o qual permanece na Bíblia Sagrada por ser
mencionado em grande número de manuscritos antigos e também por não contradizer
em nada os demais ensinamentos das Escrituras Sagradas. É importante frisar que
os textos-chaves das Escrituras Sagradas, os que dizem a respeito à salvação em
Cristo Jesus, não apresentam qualquer tipo de dúvida.
Forma de Escrever Detalhando, Livros,
Capítulos e Versículos
Ex.: Primeira aos Coríntios, capítulo
doze e versículos um a dez, quinze, dezessete e vinte e um, e Mateus capítulo
três, versículos três, quatro, oito, nove e dez: 1Co 12:1-10, 15, 17, 21;
Mt 3:3-4, 8-10.
Descrevendo as Pontuações
Iniciais do Livro: Mt = Mateus; sendo a
primeira letra maiúscula e a outra minúscula.
Número do capítulo;
(: ou .) dois pontos ou um ponto,
divide o capítulo e os versículos a seguir;
(-) o hífen, divide os versículos
em sequência;
(,) a virgula, separa os versículos
quando os mesmo não estão em sequência;
(;) o ponto e vírgula indica que a
seguir não se trata mais do mesmo capítulo ou do mesmo livro.
Exemplo: Gn 15:1, 3, 5, 7-10; 17:10-12,
14-16; 1Cr 12:1-6.
Gêneses capítulo 15 e versículos, um,
três, cinco, sete, oito, nove e dez, e capítulo 17, versículos dez, onze e
doze, e quatorze, quinze e dezesseis, e Primeiro Crônicas, capítulo 12 e
versículos, um a seis.
A Bíblia tem alguma coisa diferente de
todos os outros livros deste mundo. A sua preservação por tantos os
séculos e a sua divulgação, sendo aceita e apreciada por tantas pessoas de
classes, condições e profissões diferentes. Reis, filósofos, poetas,
estadistas, sacerdotes, médicos, publicanos, pescadores, etc ... escreveram a
bíblia, um no deserto do Sinai, outro no palácio de Jerusalém, outro junto ao
rio da Babilônia, outro na cadeia de Roma, outro na ilha de Patmos. Há um
período de quase 1600 anos entre o primeiro e o ultimo escritor. Os materiais
apresentado são: história, genealogia, lei, ética, profecia, ciência, higiene,
economia, política e regras para a conduta pessoal. Tudo isto forma uma
unidade, expondo o plano de Deus na salvação dos pecadores.
Gênesis é o Começo das Coisas. O Apocalipse,
a Consumação
De Gênesis a Malaquias - a
salvação necessária, prometida e tipificada.
Os quatro Evangelhos – a salvação
realizada.
De Atos a Apocalipse – a salvação
aplicada e consumada.
Na exposição da mensagem de Deus,
a Bíblia usa linguagem figurada ou simbólica, que pode ser entendida pelo
contexto ou pela comparação de outras passagens no mesmo assunto. Muitas
figuras de retórica estão no texto bíblico, tornando a ideia enfática, mantendo
sempre a clareza do pensamento. A Bíblia é assim um livro de metáforas,
símiles, alegorias, tipos, símbolos, etc...
Metáforas – um objeto tomado por outro
- " o cordeiro de Deus’’.
Símile – Comparação –
"sou como o pelicano no deserto’’ (Sl 102:6a).
Metonímia – uma coisa tomada por outra, com
relação de:
a) Causa pelo efeito – "tem
Moises e os profetas’’ (Lc 16:29b).
b) Efeito pela causa – "duas
nações há no teu ventre’’ (Gn 25:23a).
Hipérbole – aumento ou diminuição exagerada
da realidade das coisas. " ... faço nadar o meu leito... com as minhas
lagrimas’’ (Sl 6:6).
Ironia – pensamento com sentido oposto
ao significado literal. " ...o homem é como um de nós, sabendo o bem e o
mal’’ (Gn 3:22b)
Antropomorfismo – atribuição a Deus das
faculdades humanas: "o Senhor cheirou o suave cheiro’’ (Gn 8:21a).
TIPO – alguma pessoa, coisa ou
cerimônia que se refere a eventos futuros.
SÍMBOLO – algum objeto material
representando verdades espirituais.
Alegoria
1- aplicação alegórica de histórias
verídicas ou exposição dum pensamento sob forma figurada. Exemplos: os filhos
de Abraão (Ismael, Isaque), como os dois concertos da lei, e da graça (Gl 4:22-23).
2- a história da vinha que foi trazida do Egito (Sl 80:8-10).
duas águias e a videira (Ez 17:3-10). 3- O livro de Cantares é todo uma alegoria representando o amor de Cristo para sua igreja.
duas águias e a videira (Ez 17:3-10). 3- O livro de Cantares é todo uma alegoria representando o amor de Cristo para sua igreja.
Parábola – uma narrativa em que as pessoas
e fatos correspondem as verdades morais e espirituais. E são encontradas em
toda a bíblia.
Exemplo no Velho Testamento:
O Profeta Natã contou a respeito do
"homem pobre que tinha apenas uma ovelha, e um homem muito rico lhe tomou,
e a preparou numa refeição para o amigo que chegara’’ esse homem rico era o rei
Davi. (2Sm 12:1-7). Espiritual de Deus ninguém esconde nada.
Moral = não devemos cobiçar as coisas alheias.
Exemplo no Novo Testamento
"um rei deu um banquete e mandou
chamar os convidados, e cada um tinha uma desculpa para não vir’’... (Lc
14:15-24). Espiritual = muitos serão chamados, poucos os
escolhidos. Moral = as coisas do céu devem ser levadas
a sério, Jesus continua chamando hoje para um banquete. Vamos então
considerar para analise apenas TIPOS, SÍMBOLOS.
TIPOS - É uma pessoa ou coisa que
se refere a acontecimentos futuros, sempre empregado na esfera religiosa.
Podemos dividi-los em históricos e rituais.
Tipos Históricos Podem Ser Pessoais ou
Coletivos
Pessoais = quando certos personagens do
Velho Testamento têm alguma semelhança com a pessoa de Jesus, ou ilustram
alguma revelação da doutrina do evangelho. Este caso é o que o que chamamos
tipos humanos de Jesus.
Coletivos = é aplicação dos acontecimentos
da vida dum povo ou de uma coletividade à Igreja aqui no mundo, ou como aviso
sobre o modo de proceder dos crentes.
Tipos rituais = quando os detalhes da lei
mosaica prefiguram o ensino do Novo Testamento. Isto aparece nos capítulos
sobre o Tabernáculo e sobre as cerimônias de Levítico.
ANTÍTIPO
A palavra traduzida por figura, em Hb
9:24 e 1Pe3:21. o termo alude a uma correspondência de sentido, em alguma
ilustração. No uso comum, afirma-se que o Antigo Testamento contém TIPOS das
verdades Neotestamentárias. As coisas assim tipificadas são chamadas
antítipos. Assim o Tabernáculo e seus móveis nos oferecem tipos de Cristo, e o
próprio Cristo é o antítipo. Israel repousou na terra de Canaã
(tipo), e nós esperamos pelo descanso na esfera celeste (antítipo). Adão, Abraão, José, etc... de alguma
maneira são tipos de Jesus Cristo, e este é o antítipo deles.
SÍMBOLOS
"Começando por Moisés, e por todos
os profetas, explicava – lhes o que Dele se achava em todas as Escrituras’’ (Lc
24:27). Muitas palavras das Santas Escrituras são empregadas com vários
sentidos, apresentando alguma relação com nossa união a Deus, pela salvação
alcançada pela morte de Jesus.
Num espaço pequeno, não é possível
estudar todas. Escolhemos algumas cujo simbolismo é mais claro, poderemos
apresentar nesta apostila um pouco das aplicações que são feitas para nosso
crescimento espiritual. O sentido em que é empregada uma palavra pode ser
descoberto pelo contexto ou por outras passagens no mesmo assunto. Seguem as
palavras que encerram vários símbolos.
ÁRVORE
1- Símbolo da
Graça de Deus e da Vida Eterna
Quando Deus preparou um lugar para
habitação de sua criatura, o jardim do Éden, pôs ali "a árvore da vida’’ e
a "árvore da ciência do bem e do mal" (Gn2.9b). Eram literalmente árvores, mas
representavam necessidades espirituais. A árvore da vida estava no meio do
jardim, guardada pela mente do Criador, merecendo uma atenção especial."
Adão, tendo pecado, ficou privado de comer da árvore da vida, por isso foi
expulso do Éden. A figura da árvore da vida atravessa toda a revelação
bíblica. Na restauração do pecador, terá ele direito a comer do seu
fruto. Numa das promessas ao vencedor, o Espírito diz expressamente às
Igrejas: -"ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está
no meio do paraíso de Deus" (Ap 2:7).
2- As Árvores
Também Simbolizam os Homens
Jesus Cristo, falando de falsos
profetas, diz: "Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda
árvore má produz frutos maus. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e
lança-se no fogo" (Mt 7:15-19).
3- As Árvores
São Símbolos dos que Obedecem
Quem anda fazendo a vontade de Deus é
"... como árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto
na estação própria... e tudo quanto faz prosperará". (Sl 1:3). O crente tem que levar uma vida sempre
pensando no bem do próximo. Pois a árvore dá frutos, sombra, remédio, lenha,
madeira, e outros bens para ajudar o próximo. E caso for diferente nos
enquadraremos em (Jd 12c), e seremos "... árvores murchas, infrutíferas,
duas vezes mortas, desarraigadas"
CARNE
A carne é o tecido muscular dos
animais. Vem nas páginas bíblicas com diversos significados.
1- A Palavra Aparece no Sentido
Literal
Em uma murmuração no deserto, os
israelitas disseram: "Quem nos dará carne a comer?" (Nm 11:4c).
2- A Carne é a Humanidade de Jesus
"E o verbo se fez carne e habitou
entre nós..." (Jo 1:14a).
No Tabernáculo e no Templo
havia um véu, uma cortina volumosa de espessura em torno de 12cm, impedindo a
entrada do povo no lugar Santo dos Santos. Quando Jesus morreu o véu se rasgou
de alto a baixo (Mt 27:51), significando que desaparecia a separação, o
impedimento no acesso a Deus. O véu era tipo da carne ou da humanidade de
Jesus. (Hb 10:20). Também na ministração da Ceia do Senhor, o pão
simboliza sua carne (Jo 5:51).
3- A carne é o Poder dos Homens,
o Valor da Humanidade
Quando o Senaqueribe, rei da Assíria,
preparou guerra contra Ezequias rei de Judá, este sendo crente fiel, confiou na
proteção de Deus e animou o povo com estas palavras: "com ele
(Senaqueribe) está o braço de carne, mas conosco está o Senhor nosso Deus"
(2Cr 32:8a). a- A carne também é uma natureza branda, obediente a Deus. (Ez
11:19b). b- Carne é a inclinação má,
a tendência para o pecado. (Mc 14:38b).
PEDRA
1- Pedra quer dizer monumento
Sua principal utilidade sempre foi nas
construções, porem nos tempos antigos servia de monumento. Jacó a usou
como travesseiro e a pôs como coluna fazendo voto a Deus (Gn 28:18-20). Outra
vez a usou como testemunha quando se separou de Labão (Gn 31:45-49). Josué
mandou tirar doze pedras do fundo do rio Jordão para memorial, para relembrar a
passagem no Jordão (Js 4:4-8). Samuel, depois da vitória sobre os
filisteus, tomou uma pedra e a pôs entre Mispá e Sem, e chamou o seu nome
Ebenézer, "... até aqui nos ajudou o Senhor" (1Sm 7:12b). 2- Pedra pode ser incredulidade, a insensibilidade do homem
para com Deus. "... e se amorteceu nele, o seu coração, e ficou ele como
pedra" (1Sm25:37b). 3- Pedra representa o crente na obra da
Igreja de Jesus Cristo. (1Pe 2:5).
4- Pedra também será a recompensa do crente
que vencer. (Ap 2:17) 5- Pedra é um título de Jesus Cristo. (1Pe
2:4). O apostolo Paulo escrevendo aos
coríntios disse que precisamos entender as vozes do mundo e o seu significado.
(1Co 14:10). Então podemos dizer que este espaço é muito pequeno para tantas
lições que precisamos aprender com as passagens bíblicas. Vamos tentar
condensá-las.
FOGO
1- Deus é fogo consumidor (Dt 4:24),
no sentido de ser zeloso (Ex 20:5), 2- Sua presença nos sacrifícios, e
holocaustos (Gn 15:17; 1Rs 18:38). 3- Pode ser a perseguição que o crente sofre. (Is 43:2b). 4- Pode ser Juízo de Deus. (2Pe 3:7). Etc...
MUNDO
1- Humanidade
- "Deus amou o mundo de tal maneira..." (Jo 3:16). 2- A vantagem material que desperta a cobiça. (Mt 16:26a). 3- As coisas corrompidas pelo
pecado. (1Jo 2:15, 17).
VENTO
O poder de Deus é comparado ao vento ou
manifestado por ele. Um forte vento operou a abertura do mar para os israelitas
passarem (Ex 14:21). Deus emprega "os quatro ventos" para ajuntar os filhos
de Israel na sua glória futura (Ez 37:9). O vento também simboliza
doutrinas errôneas, falsas. (Ef 4:14).
FERMENTO
É sempre usada esta palavra na bíblia
com o sentido de maldade, influencia contraria a santidade, ou seja, coisa que
estraga o ambiente espiritual. Na comemoração da páscoa, os judeus por
ordem divina, tiravam todo fermento da casa, e durante sete dias quem comesse
pão levedado era cortado de Israel (Ex 12:15). Também nas ofertas de
manjares não era permitido o fermento (Lv 2:11). Jesus recomendou aos
discípulos que se guardassem do fermento dos fariseus e dos saduceus. (Mt
16:6-12).
TIPOS HUMANOS DE
JESUS CRISTO
"Os quais servem de exemplar e
sombra das coisas celestiais." (Hb 8:5a).
Adão
Como primeiro homem na historia da
humanidade, "é figura daquele que há de vir" (Rm 5:14c). Cristo é o primeiro da nova criação. Pela ofensa de um só morreram
muitos, muito mais a graça, o dom pela graça abundou por um só homem, Jesus Cristo
(Rm 5:15).
Abel (vaidade)
Foi pastor de ovelhas- Jesus é o
bom pastor;
Foi morto por inveja - Jesus foi
também entregue por inveja;
Foi morto inocente
- Jesus foi morto sem ter culpa;
O sangue de Abel falou - O de
Jesus fala até hoje.
Melquisedeque
Cremos que este era descendente de
Abraão e Noé; sua genealogia é desconhecida até nossos dias, cremos que é Deus
que não a quer revelar. Para ser sacerdote a pessoa tinha que ter esse
princípio, e os judeus não o aceita como sacerdote de Deus, mas a Abraão o
aceitou e em (Hb 7:1), fala sobre ele como tipo de Jesus.
Isaque
Filho da promessa, e único = Jesus
também;
Nascimento sobrenatural = idem;
Foi oferecido em sacrifício = idem;
No casamento um servo fiel = aqui é o
Espírito Santo quem prepara, foi providenciar a noiva para ele.
José
Amado pelo pai = Jesus também;
Odiado pelos irmãos = idem;
Enviado pelo pai = idem;
Vendido = idem;
Tentado e venceu = idem;
Preso entre dois prisioneiros = idem;
Levantado e exaltado = Jesus idem;
Com trinta anos começou o ministério =
idem;
A noiva não hebréia = idem;
Todos os povos abençoados = idem;
por causa dele.
Podemos ainda destacar, Benjamim,
Moises, Boaz, Davi, Jonas.
TIPOS NÃO HUMANOS DE
JESUS CRISTO
Luz = Luz do mundo;
Arca de NOÉ = O único caminho para
salvação do dilúvio;
Cordeiro = O cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo;
A escada de Jacó = A saída preparada por Deus, o
escape;
O Cordeiro Pascal = Cristo nossa Páscoa;
A coluna de fogo = Jesus adiante do povo, como
pastor, guiando;
A rocha de Horebe = Jesus foi ferido pelo juízo de
Deus para nos dar água.
A serpente de metal = Jesus também foi levantado por
nós.
A estrela = Para guiar os salvos.
A AUTORIDADE DA
BÍBLIA
Poderiam ser apresentados muitos
argumentos racionais a favor da autoridade da Bíblia, mas em última análise
aceitamos a autoridade que se baseia na fé. Consideramos a Bíblia como a
Palavra de Deus a reclamar para si própria uma autoridade decisiva. Nada
obstante que nela depositemos toda a confiança, aceitando essa Palavra e a
autoridade que nela implica.
É na Bíblia que frequentemente se alude
ao fato de se tratar de uma mensagem diretamente outorgada por Deus. Diz-se,
por exemplo, que Moisés recebeu de Deus não só as tábuas da lei, mas ainda
outras recomendações rituais relativas à manutenção do tabernáculo ou sobre os
cuidados a ter com o povo de Israel. É também notória a insistência dos
profetas em afirmarem que não são autores daquilo que pregam, mas se trata de
uma mensagem recebida de Deus. Jesus Cristo falou com autoridade porque tinha a consciência de
agir como Filho Eterno de Deus, e não apenas como pregador vulgar.
A Bíblia é a Palavra de Deus, ela é uma obra completa onde não há
contradição, procure observar que no Novo Testamento apenas não são citados
oito livros do Antigo Testamento: Esdras, Neemias, Ester, Eclesiastes,
Cantares, Obadias, Naum, e Sofonias.
TEORIAS CONTRÁRIAS A AUTORIDADE DA
BÍBLIA
A doutrina estabelecida pelo concílio
de Trento (1545-1563) é defendida até hoje por muitos teólogos romanos
modernos. Aparentemente a igreja católica aceita a Bíblia de uma maneira
parecida com a ortodoxa, porém três questões se levantam e evidenciam o seu
erro. a- Ela afirma que na Bíblia devem
ser incluídos os chamados apócrifos. Assim, esses livros teriam o mesmo valor
ou a mesma autoridade dos demais; b- Supõe-se que o
texto das Escrituras Sagradas é demasiado obscuro e de difícil interpretação.
Nesse caso, há necessidade de outra autoridade que decida em caso de dúvida;
c- Eles não consideram a Bíblia como única
regra de fé e admitem uma tradição derivada diretamente dos apóstolos e em pé
de igualdade com a Bíblia.
REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
A palavra revelação vem do grego
apokalypsis e significa literalmente o ato de desvendar alguma coisa oculta,
para que possa ser vista e reconhecida como ela é.
Podemos falar acerca da revelação
tomando-a em dois sentidos:
Revelação no sentido ativo: é a atividade de Deus, enquanto
se dá a conhecer aos homens.
Revelação no sentido passivo: é o próprio conhecimento que é
comunicado aos homens.
A história de Israel, como nação, sua
religião, bem como a igreja, foi o resultado evidente da revelação Divina.
Vemos referências abundantes à revelação de
Deus nas páginas das
Escrituras: Deus revelou-se na aliança efetuada com
Abraão: "Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti a tua
descendência no decurso das suas gerações’’ Gn 17:7.
Deu a Israel a sua lei: "Então disse o Senhor a Moisés:
Assim dirás aos filhos de Israel: Vistes que dos céus eu vos falei’’ Ex 20:22.
Podemos Considerar Alguns Exemplos de
Revelação Dada Por Deus:
1- Original
A Bíblia afirma que Deus criou o homem
à sua imagem e semelhança, para que este pudesse conhecer, amar, servir, e
glorificar a sua pessoa. Segundo o relato bíblico, Adão no Éden tinha um
conhecimento de Deus que transcende ao nosso entendimento e ao nosso conhecimento. A
narrativa da criação mostra dentre outras coisas, que Deus se revela
particularmente às suas criaturas. O homem ainda hoje mesmo derrotado, e
dominado pelo pecado, sente em seu próprio ser que Deus existe.
2- Redentora
Por causa do pecado o ser humano perdeu
a possibilidade de aprender e compreender o testemunho interior ou o da
criação. Por isso, Deus se manifesta através de uma revelação especial operada
pelo Espírito Santo, dentro do homem, fazendo-o voltar-se para ELE.
3- Verbal
Através de Jesus Cristo o homem tem
consciência da vontade de Deus para a sua vida. A encarnação de Cristo como
verbo de Deus é a mais completa das revelações, e, no entanto, é da mais
difícil compreensão por parte dos homens. Em Atos dos Apóstolos a revelação verbal
manifestou-se de múltiplas maneiras, tais como: visões, sonhos, inspirações
proféticas que iam da meditação ao êxtase, etc...
4- Bíblica
O plano de Deus era para o fundamento
da fé pessoal, um guia para o cristão, um manual para a igreja, e grandes maravilhosos
exemplos, faz da Bíblia um livro completo no sentido de revelar Deus aos
homens. O que diferencia a Bíblia de qualquer outro livro é a sua inspiração
divina.
DIFERENÇA ENTRE REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
Revelação
Deus dá a conhecer ao escritor coisas
desconhecidas e que, por si só, o homem não poderia conhecer.
Inspiração
O Espírito Santo age como um sopro
sobre os escritores, capacitando-os a receber e transmitir
a mensagem divina sem mistura ou erro. O escritor nesse caso pôde
valer-se de outras evidências ou qualquer outro material.
Exemplo
Moisés escreveu o Gênesis, recebendo-o
por visões, sonhos, ou mesmo pelo próprio Deus. Temos então REVELAÇÃO.
Mas, se ele usou de escritos anteriores, incluindo a tradição, desde que
usado pelo Espírito Santo, temos a INSPIRAÇÃO. A palavra inspiração
significa normalmente uma influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre os
autores bíblicos, garantindo que aquilo que escreveram era precisamente o que
Deus pretendia que eles escrevessem para a transmissão da verdade divina,
podendo por isso, dizerem realmente "inspirados’’ou literalmente
"soprados’’ por Deus’’ (2Tm 3:16).
TEORIAS FALSAS DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
1- Inspiração Natural
Esta ensina que a
Bíblia foi escrita por homens talentosos
como Sócrates, e outros tantos escritores e poetas.
"O Espírito do Senhor fala por meu
intermédio, e a sua palavra está na minha língua" (2Sm 23:2).
2- Inspiração Comum
Ensina que da mesma maneira como os
escritores da Bíblia foram inspirados, ainda hoje o somos. Quando oramos,
cantamos, ou ensinamos a Palavra, estamos inspirados por Deus.
3- Inspiração Parcial
Ensina que partes da Bíblia são
inspiradas, outras não. É essa a teoria que afirma que a Bíblia contém em parte
a Palavra de Deus. Traz confusão, pois como iríamos saber qual a parte
inspirada e a que não tem inspiração!
4- Inspiração Verbal
Ensina que Deus ditou para os
escritores aquilo que queria que fosse
escrito. Nessa teoria, os homens funcionaram apenas
como máquinas ou computadores. Sabemos que Deus usou apenas
as faculdades mentais dos homens, mas,
deixou livre a sua racionalidade, os
seus estilos, atividades, etc...
5- Inspiração das ideias
Ensina que Deus inspirou as ideias, mas
não as palavras. Essas ficaram a cargo do escritor. Se a palavra é a expressão
da ideia, não podemos separá-las. A inspiração da Bíblia, além de pensada, foi
também falada. "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela
sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais
com espirituais.’’ (1Co 2:13)
TEORIA CORRETA DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
A Teoria da Inspiração Plena é a que
ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas. Os escritores
foram capacitados pela cooperação vital, e contínua do Espírito Santo. Os
homens escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob a
influência do Espírito, o que escreveram foi realmente a Palavra de Deus.
Depois de ter sido escrito o último
livro do Novo Testamento, a inspiração plena cessou. Ninguém mais pode dizer
inspirado no mesmo sentido dos escritores da Bíblia. Foi uma inspiração
especial para que fosse produzido o Livro dos livros, o Livro de Deus.
Materiais Usados Para os Escritos
Bíblicos
1- Pedra
Muitas inscrições famosas
encontradas no Egito e Babilônia foram escritas em pedra. Deus deu a Moisés os
Dez Mandamento escritos em tábuas de pedra (Êx 31:18, 34:1,28). Dois outros
exemplos são a Pedra Moabita (850 a.C) e a Inscrição de Siloé, encontrada no
túnel de Ezequias, junto ao tanque de Siloé (700 a. C).
2- Argila
2- Argila
O material de escrita predominante na
Assíria, e Babilônia era a argila, preparada em pequenos tabletes e impressa
com símbolos em forma de cunha chamados de escrita cuneiforme, e depois assada
em um forno ou seca ao sol. Milhares desses tabletes
foram encontrados pelas pás dos arqueólogos.
3- Madeira
3- Madeira
Tábuas de madeira
foram bastante usadas pelos antigos para
escrever.
Durante muitos séculos a
madeira foi a superfície comum para
escrever entre os gregos. Alguns acreditam que este tipo de material de escrita
é mencionado em Isaías 30:8 e Habacuque 2:2.
4- Couro
Talmude judeu exigia especificamente
que as Escrituras fossem copiadas sobre peles de animais, sobre couro. É
praticamente certo, então, que o Antigo Testamento foi escrito em couro. Eram
feitos rolos, costurando juntas as peles que mediam de alguns metros a 30
perpendiculares ao rolo. Os rolos, entre 26 e 70cm de altura, eram enrolados em
um ou dois pedaços de pau.
5- Papiro
5- Papiro
É quase certo que o Novo Testamento foi
escrito sobre papiro, por ser este o material de escrita mais importante na
época. O papiro é feito cortando-se em tiras seções delgadas de cana de papiro,
empapando-as em vários banhos de água, e depois sobrepondo-as umas às outras
para formar folhas. Uma camada de tiras era colocada por sobre a primeira, e
depois as punham numa prensa, a fim de aderirem uma às outras. As folhas tinham
de 15 a 38 cm de altura e 8 a 23 cm de largura. Rolos de qualquer comprimento
eram preparados colocando juntas as folhas. Geralmente mediam cerca de 10m de
comprimento.
6- Velino ou Pergaminho
Velino começou a predominar mediante os
esforços do rei Eumenes ll, de Pérgamo (197-158 a.C). Ele procurou formar sua
biblioteca, mas o rei do Egito cortou o seu suprimento de papiro, sendo-lhe
então necessário obter um novo processo para o tratamento de peles. O resultado
é conhecido como velino ou pergaminho. Embora os termos sejam usados
intercambiavelmente, o velino era preparado originalmente com a pele de
bezerros e antílopes, enquanto o pergaminho era de pele de ovelhas e cabras.
Obtinha-se assim um couro de excelente qualidade, preparado especial e
cuidadosamente para receber escrita de ambos os lados. Este tipo de material foi
utilizado centenas de anos antes de Cristo e, por volta do século IV a.D., ele
suplantou o papiro. Quase todos os manuscritos conhecidos são em velino.
A FORMAÇÃO DO CÂNON
A palavra Cânon vem do hebraico caneh,
é de origem semítica e originalmente significava "instrumentos de medir’’,
passou a ser usada para designar a lista de livros reconhecidos como a
autêntica, original, inspirada e autorizada Palavra de Deus, diferenciando-os
de todos os outros livros como "regra’’ de fé.
Bem cedo na história, Deus começou a
formação do livro que haveria de ser o meio da Sua revelação ao
homem: Os Dez Mandamentos escritos em pedra, (Ex 31:18, Dt. 10:45), Deus
mesmo escreveu nas duas tábuas e as deu a Moisés como testemunho da aliança
entre Ele e Israel.
1- O LIVRO SAGRADO
Estamos estudando sobre o livro mais
importante do mundo. Livro por excelência, o mais vendido e lido em todo o
mundo; o maior best-seller de todos os tempos. Falamos das Escrituras Sagradas,
ele é um manancial de bênçãos para todas as pessoas, sejam: sábios,
leigos, ricos, pobres, raças, tribos, nações, e línguas. Todos podem ser
abençoados e alcançados por este livro maravilhoso, visto que:
Para o mudo ele é a boca;
Para o cego a visão;
Para o perdido o caminho;
Para o sedento a fonte de água;
Para o marinheiro a bússola;
Para o viajante o mapa;
Para o enfermo o remédio;
Para o desesperado a esperança;
Para o triste a alegria;
Para o infeliz a felicidade;
Para o condenado a salvação;
Para o prisioneiro a liberdade;
Para os salvos ele é tudo, pois nele
que encontramos a Palavra de Vida Eterna, nele nós encontramos o caminho que
conduz ao céu. Nele nós aprendemos a amar ao Deus Pai, ao Deus Filho, e ao Deus
Espírito Santo. É através deste livro que aprendemos que sem Deus nada podemos
fazer. (Jo 15:5).
Um dia estávamos perdidos, mas através
deste livro, encontramos o caminho. Estávamos com sede e descobrimos nele a
fonte de água viva. Foi este livro que nos orientou a buscar respostas certas
para todas as nossas dúvidas. Estamos falando da BÍBLIA SAGRADA. Do
vocábulo grego "bíblos", temos o plural "Bíblia’’, que quer
dizer livros. Daí o nome da nossa Bíblia, um sinônimo de Bíblia é
"As Escrituras’’, do grego ta "gramata ou hai graphai" como vemos
nos textos:
1- Perguntou-lhe Jesus: nunca lestes
nas Escrituras’’ (Mt 21:42).
2- Ainda que não lestes esta
Escritura: A pedra... ’’(Mc 12:10)
ESTRUTURA DA BÍBLIA
A Bíblia divide-se em duas partes
principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento; (hebraico e grego
diatheke), que significa: Aliança, concerto ou testamento. Contém 66 livros
divididos em duas partes, sendo:
Antigo Testamento: 39 livros assim divididos:
Os cinco (05) primeiros, os Livros da
Lei, são chamados Pentateuco, escritos por MOISÉS, inspirado pelo Espírito
Santo, após tudo já ter acontecido e são eles: Gênesis (Gn), Êxodo (Ex),
Levítico (Lv), Números (Nm), Deuteronômio (Dt).
Os Livros Históricos São Doze (12):
Josué (Js), Juízes (Jz), Rute (Rt), 1º
Samuel (1Sm), 2º Samuel (2Sm), 1º Reis (1Rs), 2º Reis (2Rs), 1º Crônicas (1Cr),
2º Crônicas (2Cr), Esdras (Ed), Neemias (Nee), Ester (Et).
Os Livros Poéticos São Cinco
(05):
Jó (Jó), Salmos (Sl), Provérbios (Pv),
Eclesiastes (Ec), Cantares de Salomão (Ct).
São assim chamados devido ao seu gênero
de seu conteúdo, também chamados Devocionais.
Os Livros Proféticos São Dezessete (17)
Divididos em dois grupos Profetas
Maiores e Profetas Menores. São assim chamados devido a quantidade de
escritos de cada profeta.
Profetas Maiores São Cinco (05):
Isaías (Is), Jeremias (Jr), Lamentações
de Jeremias (Lm), Ezequiel (Ez), e Daniel (Dn).
Profetas Menores São Doze (12):
Oséias (Os), Joel (Jl), Amós (Am),
Obadias (Ob), Jonas (Jn), Miquéias (Mq), Naum (Na), Habacuque (Hc), Sofonias
(Sf), Ageu (Ag), Zacarias (Zc), e Malaquias (Ml).
O Novo Testamento Contém Vinte Sete (27)
Assim divididos:
Os quatros primeiros são chamados Os
Evangelhos, são livros Biográficos e falam da descendência, nascimento
virginal, vida, ministério, morte, ressurreição, e ascensão de JESUS.
São Eles:
Mateus (Mt), Marcos (Mc), Lucas (Lc),
João (Jo).
Livro Histórico, Um (01):
Atos dos Apóstolos: que conta a
história do nascimento da igreja. E do derramamento do Espírito Santo, podíamos
chamá-lo Atos do Espírito Santo.
Epístolas são Vinte e Uma (21)
Cartas de vários escritores, quem mais
escreveu epístolas foi o apóstolo Paulo (13):
São Elas:
Aos Romanos (Rm), 1Coríntios (1Co),
2Coríntios (2Co), Aos Gálatas (Gl), Aos Efésios (Ef), Aos Filipenses (Fp), Aos
Colossenses (Cl), 1 Tessalonicenses (1Ts), 2Tessalonicenses (2Ts), 1Timóteo
(1Tm), 2 Timoteo (2Tm), Tito (Tt), Filemon (Fm), Hebreus (Hb), Tiago (Tg),
1Pedro (1Pe), 2Pedro2 (Pe), 1João (1Jo), 2João (2Jo), 3João (3Jo), Judas (Jd)
(irmão de Jesus).
Livro Profético, um (01):
Apocalipse (Ap).
O Antigo Testamento Contém:
39 livros;
929 capítulos;
23214 versículos;
592.439 palavras;
2.728.100 letras;
O livro do meio: é Provérbios;
O capítulo do meio: Jó 39;
O livro menor: Obadias;
O menor versículo: Êxodo 20:13, e
Deuteronômio 5:17;
O maior versículo da bíblia Ester
8:9.
O Novo Testamento Contém:
27 livros;
260 capítulos;
7.959 versículos;
181.253 palavras;
838.380 letras;
O livro do meio: 1Tessalonicenses;
O capítulo do meio: Romanos 13, 14;
Livro menor: 3João;
Versículo menor: Lc 20:30.
ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE A BÍBLIA
Quantas letras tem a Bíblia?
A Bíblia contém cerca de 3.566.480
letras, que constituem 773.692 palavras.
Quantos versículos tem a Bíblia?
A Bíblia, na tradução de Almeida
Revista e Corrigida, possui 31.105 versículos (o maior é Et 8.9; o menor é Êx
20.13).
Quantos capítulos tem a Bíblia?
A Bíblia conta com 1189 capítulos.
Quando a Bíblia foi dividida em capítulos
e por quem?
A Bíblia Sagrada foi dividida em
capítulos no século XIII (entre 1234 e 1242), pelo teólogo Stephen Langhton,
então Bispo de Canterbury, na Inglaterra, e professor da Universidade de Paris,
na França.
Quando a Bíblia foi dividida em versículos
e por quem?
A divisão do Antigo Testamento em
versículos foi estabelecida por estudiosos judeus das Escrituras Sagradas,
chamados de massoretas. Com hábitos monásticos e ascéticos, os massoretas
dedicavam suas vidas à recitação e cópia das Escrituras, bem como à formulação
da gramática hebraica e técnicas didáticas de ensino do texto bíblico. Foram
eles que, entre os séculos IX e X primeiro dividiram o texto hebraico (do
Antigo Testamento) em versículos. Influenciado pelo trabalho dos massoretas no
Antigo Testamento, um impressor francês chamado Robert d’Etiénne, dividiu o
Novo Testamento em versículos no ano de 1551. D’Etiénne morava então em Gênova,
na Itália.
Qual (is) a(s) primeira(s) Bíblia(s)
completa(s) publicada(s) com a divisão de capítulos e versículos?
Até boa parte do século XVI, as Bíblias
eram publicadas somente com os capítulos. Foi assim, por exemplo, com a Bíblia
que Lutero traduziu para o Alemão, por volta de 1530. A primeira Bíblia a ser
publicada incluindo integralmente a divisão de capítulos e versículos foi a
Bíblia de Genebra, lançada em 1560, na Suiça. Os primeiros editores da Bíblia
de Genebra optaram pelos capítulos e versículos vendo nisto grande utilidade
para a memorização, localização e comparação de passagens bíblicas. (Hoje, as
notas históricas dos estudiosos protestantes de Genebra agregadas a novas notas
de estudo podem ser encontradas em um recente lançamento da Sociedade Bíblica
do Brasil: a Bíblia de Estudo de Genebra.) Em Português, já a primeira edição
do Novo Testamento de João Ferreira de Almeida (1681) foi publicada com a
divisão de capítulos e versículos.
Toda a Bíblia Sagrada Contém:
66 livros;
1.189 capítulos;
31.173 versículos;
773.692 palavras;
3.566.480 letras;
Capítulo do meio: Salmos 117;
Livro menor: 3João;
Versículo menor: Lc 20:30;
Versículo maior Ester 8:9.
Analisemos Um Pouco a Diferente Bíblia
Católica
Nas Bíblias de edição Católica-Romana,
os livros 1 e 2Reis, são chamados de 1 e 2 Paralipômenos, Esdras e Neemias são
chamados de 1 e 2Esdras. Também nas edições católicas de Matos Soares, e
Antonio Pereira Figueredo o Salmo 9, corresponde na versão João Ferreira de
Almeida aos Salmos 9 e 10. O Salmo 10 é o nosso de número 11, e assim
segue-se até ao Salmo 145, o 146 e 147 correspondem ao nosso 147. Os
últimos três Salmos são iguais em todas as Bíblias. Essa diferença não
afeta o conteúdo, pois é a Palavra de Deus.
A Bíblia Católica Possui Sete Livros a
Mais Que a Nossa
1- Tobias - Após o livro de Esdras;
2- Judite - Após o livro de
Tobias;
3- Sabedoria de Salomão - Após
o livro de Cantares;
4- Eclesiástico - Após o livro
de Sabedoria de Salomão;
5- Baruque - Após o livro de
Jeremias;
6- 1º Macabeus;
7- 2º Macabeus.
Em que língua foi escrita a Bíblia?
1) HEBRAICO - Quase todos os 39 Livros
do Antigo Testamento foram escritos em hebraico. As letras tipo bloco eram
escritas em maiúsculas, sem vogais, sem espaços entre palavras, frases ou
parágrafos, e sem pontuação. Os pontos das vogais foram acrescentados mais
tarde (entre 500 e 600 a.D.) pelos eruditos massoretas. O hebraico é conhecido
como um dos idiomas semíticos.
2) ARAMAICO - Um idioma aparentado com o
hebraico, o aramaico tornou-se a língua comum na Palestina depois do cativeiro
babilônico (500 a.C.) Algumas partes do antigo Testamento foram escritas nesse
idioma: uma palavra designando nome de lugar em Gênesis 31:47; um versículo em
Jeremias 10:11; cerca de seis capítulos no Livro de Daniel (2:4b - 7:28);
e vários capítulos em Esdras (4:8-6:18; 7:12-26). Aramaico continuou sendo o
vernáculo da Palestina durante vários séculos. Temos assim algumas palavras
aramaicas preservadas para nós no Novo Testamento: Talitha Cumi ("Menina,
levanta-te"), em Marcos 5:41; Ephphatha ("Abre-te"), em Marcos
7:34; Eli, Eli lama sabachthani (Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?),
em Mateus 27:46. Jesus se dirigia habitualmente a Deus como Abba (aramaico,
Pai). Note a influência disto em Romanos 8:15 e Gálatas 4:6. Outra frase comum
dos primeiros cristãos era Maranatha (Vem, nosso Senhor), em 1Coríntios 16:22.
3) GREGO - Apesar de Jesus
falar aramaico, o Novo Testamento foi escrito em grego - grego Koinê. A
mão de Deus pode ser vista nisto, porque o grego era o idioma predominante do
século I, tornando assim possível a divulgação do evangelho através de todo o
mundo então conhecido.
QUEM ESCREVEU A BIBLIA?
Aproximadamente quarenta (40) autores
escreveram a Bíblia, em quinze (15) séculos, os autores viveram em épocas
diferentes e tinham modo de vida também diferentes, cada um escreveu em
situações diferentes, por exemplo: Davi escreveu em meio as guerras, Salomão
dentro de seu palácio, Moisés no deserto, Jeremias nas masmorras, Paulo
atrás das grades...
Eram pessoas de diferentes classes
sociais, por exemplo: Davi e Salomãoeram reis e poetas;
Jeremias e Zacarias sacerdotes e
profetas;
Daniel era Ministro de Estado;
Lucas era Médico;
João, Pedro, Tiago eram Pescadores;
Amós era homem do campo, cuidava do
gado;
Mateus era Funcionário Público;
Paulo era Teólogo e Erudito.
Mesmo com tantas divergências na vida
destes homens, a Bíblia é a mais perfeita obra feita pelas mãos do homem, pois
nela não há erros, ou parcialidade, ela foi escrita por inspiração de DEUS.
O Antigo Testamento se encontra, e se completa no Novo Testamento.
RAZÃO E NECESSIDADE DA BÍBLIA
Deus se revelou através dos tempos por
meio de suas obras, isto é, a criação. "Porque as suas coisas invisíveis,
desde a criação do mundo...Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento
anuncia a obra das suas mãos..." (Rm 1:20, Sl 19:1-6), porém na Palavra de
Deus temos uma revelação especial e muito maior. É dupla esta revelação e a
temos de duas maneiras:
1- Na Bíblia a Palavra Escrita;
2- Em Cristo a Palavra Viva.
A NECESSIDADE DO ESTUDO DAS ESCRITURAS
É a própria Bíblia que nos traz
passagens que desenvolvem em nós o desejo a necessidade de estudá-la. a)- ... "Santificai a
Cristo, como o Senhor em vosso coração, estando sempre preparados para
responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós’’ (1Pe
3:15). (esse preparo vem pelo estudo das escrituras). b)- ‘‘Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que
não tem de que se envergonhar, e que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm
2:15). c)- "Buscai no
livro do Senhor, e lede, nenhuma destas coisas falhará, nem uma, nem outra
faltará, porque a boca do Senhor a ordenou, e o seu Espírito mesmo as
ajuntará’’ (Is 34:16). d)- "A revelação das tuas palavras esclarece e dá
entendimento aos simples.’’ (Sl 119:130).
O estudo destes versículos nos conduz a
dois pontos importantes que são:
a)- Porque devemos estudar a Bíblia;
b)- Como devemos estudar
a Bíblia.
Ela é o único manual do crente na vida
cristã e no trabalho do Senhor. O crente foi salvo para servir ao
Senhor "Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para anunciar as virtudes daqueles que vos chamou das trevas
para sua maravilhosa luz.’’ (1Pe 2:9). Entre as promessas de Deus àqueles
que conhecem devidamente a sua palavra, temos a do profeta Isaías que diz:
"Assim será a palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia,
mas fará o que me apraz e prosperará naquilo que a designei’’ (Is 55:11).
ELA ALIMENTA NOSSA ALMA
"Jesus, porém respondeu e disse,
está escrito, não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede
da boca de Deus.’’(Mt 4:4).
"Achando as tuas palavras, logo as
comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu
nome sou chamado, oh! Senhor Deus dos Exércitos.’’ (Jr 15:16).
"Desejai ardentemente como criança
recém nascida, o genuíno leite espiritual, para que por ele, vós seja dado
crescimento para salvação.’’ (1Pe 2:2).
Não há dúvida que a leitura da Palavra
de Deus traz nutrição para o crescimento de nossa vida espiritual. Ela é tão
indispensável à alma, como o pão para o corpo. Nas passagens citadas ela é
comparada ao alimento, porém, este só nutre o corpo quando é absorvido pelo
organismo. O texto de (1Pe 2:2), fala do intenso apetite dos recém nascidos
assim deve ser o nosso apetite pela Palavra de Deus. Bom apetite pela a Bíblia
é sinal de saúde espiritual.
ELA É O INSTRUMENTO QUE O ESPIRITO
SANTO USA
"Tomai também o capacete da
salvação, e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus’’ (Ef
6:17). Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito
Santo terá o instrumento para operar. É preciso, pois meditar nela.
"Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e nela medita dia e
noite.’’ (Sl 1:2). "Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes
medita nele dia e noite... ’’(Js 1:8). É preciso deixar que ela domine todas as
esferas de nossa vida, nossos pensamentos, nosso coração, e assim molde todo
nosso viver diário. Precisamos ficar alimentados da Palavra de Deus.
Um requisito primordial para Deus responder nossas orações é estarmos
possuídos pela sua Palavra. Aqui está em parte a razão de muitas orações não
serem respondidas: desinteresse pela Palavra de Deus. "Se
permanecerdes em mim e as minhas palavras em vós, pedireis tudo, e vos será
concedido’’ (Jo 15:7). Três fatos nos chamam a atenção aqui:
1º- na oração precisamos apoiar a
nossa fé nas promessas de Deus, e estas estão na Bíblia;
2º- Por sua vez a Palavra de Deus
produz fé em nós (Rm 10:17);
3º- Devemos fazer nossas petições
segundo a vontade de Deus (1Jo 5:14), e o meio de saber a vontade de Deus é a
sua Palavra.
ELA ENRIQUECE ESPIRITUALMENTE A VIDA DO
CRISTÃO (Sl 119:72)
Essas riquezas vêm pela revelação do
Espírito Santo "Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos conceda o Espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento
DELE’’ (Ef 1:17). A pessoa que procura entender a Bíblia somente através da
capacidade intelectual, muito cedo desistirá da leitura. Só o Espírito de Deus
conhece as coisas de Deus. (1Co 2:10)
COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA
Leia a Bíblia conhecendo o seu
autor
Isto é muito importante, é o único
livro que você lê, com o autor te auxiliando, presente na leitura.
Leia a Bíblia diariamente (Dt 17:19)
É estimado que 90% dos crentes não
fazem este exercício diariamente, por isso não podemos estranhar haver tantos
frios nas igrejas. Mais do que isso, são anões, raquíticos, mundanos, carnais,
e indiferentes, nervosos, iracundos e sem crescimento espiritual. Assim
Deus não nos revelará as suas verdades profundas (Jo 16:12; Hb 5:13; Mc 4:33).
Existem pessoas que acham tempo para tudo, menos para ler a Bíblia.
Alimentam-se de tantas outras coisas que se enfadam e não se nutrem da Bíblia.
Não podemos esquecer que muitos líderes de muitas igrejas não levam o povo a
ler a Bíblia. Não basta ir aos cultos, nem só ouvir lindos sermões, comer o que
lhe derem na boca, é necessário urgente voltar para a leitura da Palavra de
Deus. Pois assim se ninguém lhe der de comer morrerás por falta de nutrição
espiritual.
Leia a Bíblia com a melhor atitude
mental e espiritual
Para obter êxito na leitura da Bíblia, para guardar em todo o momento é necessário tomar algumas precauções, tais como: a- Estudá-la como Palavra de Deus e não como obra literária; b- Estudá-la com o coração e atitude devocional, e não apenas com o intelecto. As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor, "Pelo que rejeitando a imundícia e toda superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas’’. (Tg 1:21). Quanto maior for nossa comunhão com Deus, mais humildes seremos. Os galhos mais repletos de frutos são os que mais se abaixam. É preciso ler a Bíblia sem duvidar do seu ensino, aceitá-lo, praticá-lo e ensiná-lo. A dúvida ou descrença, cega o leitor. "E ele lhes disse: Oh! Néscios e tardos de coração para crer em tudo aquilo que os profetas disseram’’ (Lc 24:25).
Para obter êxito na leitura da Bíblia, para guardar em todo o momento é necessário tomar algumas precauções, tais como: a- Estudá-la como Palavra de Deus e não como obra literária; b- Estudá-la com o coração e atitude devocional, e não apenas com o intelecto. As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor, "Pelo que rejeitando a imundícia e toda superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas’’. (Tg 1:21). Quanto maior for nossa comunhão com Deus, mais humildes seremos. Os galhos mais repletos de frutos são os que mais se abaixam. É preciso ler a Bíblia sem duvidar do seu ensino, aceitá-lo, praticá-lo e ensiná-lo. A dúvida ou descrença, cega o leitor. "E ele lhes disse: Oh! Néscios e tardos de coração para crer em tudo aquilo que os profetas disseram’’ (Lc 24:25).
Leia a Bíblia devagar e meditando
Assim fizeram os grandes nomes da
Bíblia "Bendito és tu, oh! Senhor; ensina-me os teus estatutos. Desvia os
meus olhos para que veja as maravilhas da tua lei’’ (Sl 119:12,18). Na presença
do Senhor, em oração, as coisas incompreensíveis passam a ser compreendida.
"Quando pensava em compreender isto, fiquei sobre modo perturbado. Até que
entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.’’ (Sl 73:16,17). A
meditação aprofunda o sentido. Muitos lêem a Bíblia para estabelecer recordes
de leitura somente. Ao lê-la aplica-a primeiro em si próprio, senão, não haverá
virtude nenhuma.
Leia a Bíblia toda
Há nisso uma riqueza incomparável, é a maneira
única de conhecermos a verdade completa do que trata a Bíblia. A revelação de
Deus é progressiva, como entender um livro se não completou a leitura deste.
Não existe ainda no mundo algo tão incomparável como este livro. Nada o
substitui, e nada se iguala. "As profundidades das riquezas, tanto da
sabedoria, como da ciência de Deus. Quão insondáveis são os seus juízos e
inescrutáveis os seus caminhos. Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou
quem foi o seu conselheiro? (Rm 11:33, 34, 1Co 13:12, Dt 29:29). Muitos
começam a ler a Bíblia e param no meio do caminho, não persistem, não buscam em
Deus os recursos necessários para prosseguir. É o Espírito Santo quem revela
para nós, o que não entendemos.
O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA
Jesus é o tema central da Bíblia, ela é
CRISTOCENTRICA, foi ELE que disse: "São estas palavras que vos disse
estando ainda convosco, que convinha que cumprisse tudo que de mim estava
escrito na lei, nos profetas, e nos salmos.’’ (Lc 24:44). E também,
"Examinai as escrituras, porque vos cuidais ter nela as palavras de vida
eterna, e são elas que de mim testificam.’’ (Jo 5:39).
Se observarmos bem ao estudarmos a
Bíblia veremos tipos, figuras, símbolos, profecias que falam apontam para Jesus
em todo Antigo Testamento:
a)- Em Gênesis ELE é a semente da mulher; b)- Em Êxodo ELE é o cordeiro pascoal; c)- Levítico, sacerdote
expiatório; d)- Números, a rocha ferida; e)- Deuteronômio, o profeta; f)- Josué, o capitão dos
exércitos; g)- Juízes, o libertador; h)- Rute, o parente divino; i)- Reis e Crônicas, o rei prometido;
j)- Ester, o advogado; k)- Jó,
o nosso redentor que vive; l)- Salmos, o nosso socorro e alegria; m)- Provérbios, a sabedoria de
Deus; n)- Cantares de Salomão, o nosso
amado; o)- Eclesiastes, o alvo verdadeiro;
p)- Nos profetas, o messias
prometido; q)- Nos evangelhos, o salvador do
mundo; r)- Atos, o Cristo ressurgido e
poderoso; s)- Nas epístolas, o cabeça da
igreja; t)- Apocalipse, o Alfa e o Omega, o
Cristo que volta para reinar.
Se cremos que Jesus é o centro da
Bíblia, podemos definir os 66 livros em quatro partes:
1- Preparação: todo o
Antigo Testamento trata da preparação do nascimento de Jesus. (Mq 5:2). 2- Manifestação: Os evangelhos tratam da
encarnação, manifestação, e vida de Jesus. (Lc 1:28; Jo 1:1). 3- Explanação: As Epístolas dão
a explanação da doutrina de Jesus. 4- Consumação: O Apocalipse trata da consumação de
todas as coisas preditas através de Jesus.
A PROVA DA INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA
Ainda que aceitemos a harmonia e a unidade
da Bíblia como prova contundente de que ela é divinamente inspirada, faz se
necessário dar outras provas dessa natureza, vejamos:
a) Jesus aprovou a Bíblia:
Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus;
crêem que ELE fez milagres, confiam na sua ressurreição e ascensão, mas não
aceitam a Bíblia.
Jesus em relação à Bíblia:
1- Leu: Lc 4:16-20;
2- Ensinou: Lc 24:27;
3- Chamou-a... "Palavra de
Deus...’’ Mc 7:13;
4- Cumpriu a Bíblia: Lc 24:44.
b- O testemunho do Espírito Santo
na vida do crente
A cada pessoa que aceita Jesus como
salvador, o Espírito Santo põe em sua alma a certeza quanto a autoria da
Bíblia. É uma coisa automática. Não seria necessário ensinar isso, quem de fato
aceita a Jesus, aceita a Bíblia num todo como a Palavra de Deus.
"Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.’’ (Jo 17:17). E ainda
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus.’’ (Rm 8:16). c- O cumprimento fiel das Profecias
da Bíblia. Inúmeras profecias da Bíblia se cumpriram no passado, em sentido
parcial ou total; várias outras cumprem-se em nossos dias, e muitas
outras cumprir-se-ão daqui para frente. As profecias sobre o Messias, por
exemplo, proferidas séculos antes do Seu nascimento, cumpriram
literalmente com toda precisão quanto ao tempo,
local e outros detalhes. (Gn 49:10;
Is 7:14; 53; Dn 9:24-26; Mq 5:2; Zc 9:9; Sl 22; etc). O
cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de sua origem
divina. O que Deus disse sucederá, Jeremias 1.12. Graças a
Deus por tão sublime e glorioso livro!
Observemos que a Bíblia é completa e
maravilhosa, mas ainda podíamos dizer que ela é:
1- Sempre maravilhosa e inesgotável;
2- É familiar em cada povo;
3- Familiar em cada indivíduo;
4- Familiar em qualquer lugar;
5- É superior em relação a qualquer livro;
6- Nela contém apenas verdades;
7- Ela é imparcial;
8- Ela nos faz diferentes;
9- Ela influencia pessoas e nações;
10- Ela pode transformar o mundo.
DEVEMOS CONSIDERAR AO ESTUDAR A
BÍBLIA
a- Relação entre séculos e anos
Século I = 1 a 100 anos;
Século II = 101 a 200 anos;
Século III = 201 A 300 anos;
Século XX = 1901 a 2000 anos;
Séculos XXI = 2001 a 2100 anos.
b- A era antes de Cristo (a. C)
A contagem antes de Cristo é
regressiva, isto é parte de Cristo para a criação, que se juntássemos tudo
daria (4004 anos). Exemplo: o profeta Isaias pregou em mais ou menos 800 a.C,
ou seja, após a pregação passaram-se 800 anos e nasceu Jesus.
O TEMPO E SUAS
DIVISÕES
1- O dia natural, ou seja, o
período que há luz, entre os Judeus e os Romanos era contabilizado em 12 horas.
(Jo 11:9), nos dias do Novo Testamento:
a- A hora primeira era as seis da
manhã; c- A hora sexta era ao meio dia; d- A terceira, e a sexta, e a nona hora,
eram de oração, e adoração; e- Antes da terceira hora os Judeus não
comiam, nem bebiam. (At. 2:15).
2- No Antigo Testamento o dia (período
de luz), era dividido em três tempos:
a- Manhã = 6 às 10 horas.
b- Calor do dia =10 às 14 horas.
c- Frescor da tarde =14 às 18 horas.
O dia civil era contado de um por do
sol ao outro (Lv 23:32)
3- As noites no Antigo Testamento eram divididas em três vigílias.
a- Primeira vigília = 6 às 10 que é igual a 18 às 22 horas.
3- As noites no Antigo Testamento eram divididas em três vigílias.
a- Primeira vigília = 6 às 10 que é igual a 18 às 22 horas.
b- Segunda vigília = 10 às 02 que é igual a 22 às 02
horas da manhã.
c- Terceira vigília = 02 às 06 da manhã (Lm 2:19, Jz.
7:19, Ex. 14:24).
4)- As noites no Novo Testamento eram
divididas em quatro vigílias
a- Primeira = à tarde, 6 às 9 (18 às 21 horas).
b- Segunda = meia noite, 9 às 12 (21 às 24
horas).
c- Terceira = cantar do galo, 24 às 03 horas.
d- Quarta = manhã, 03 às 06 horas.
A VIDA, COSTUMES, CURIOSIDADES
DOS POVOS BÍBLICOS
A vida com seus usos, costumes, e leis
diferem entre os povos, vejamos alguns acontecimentos:
O juramento com a mão sob a coxa
Significava submissão, obediência,
irrestrita. Por isso Abraão exigiu que seu servo o fizesse antes de buscar
Rebeca (Gn 24). E Deus prosperou o caminho deles.
Rasgar as vestes (Gn 37:37).
Era demonstração de
luto, lamento, tristeza. A Bíblia traz 28 casos
relatados. Havia um caso especial os Sacerdotes
não podiam fazê-lo (Lv 10:6). Porém houve um caso
em Mateus que um sacerdote rasgou as vestes sem razão (Mt 26:65).
Cavalgar sobre jumentas brancas (Jz
5:10).
Era então costume exclusivo dos Reis,
Juizes, fidalgos sem exceção.
Semeadura de sal (Jz 9:45)
Tal ato significava desolação perpétua
sobre o local, castigo perene.
Maria desposada com José (Mt 1:8)
Na linguagem do antigo testamento, o
termo significa noivos, conforme vemos em (Dt 20:7; 22:23-24). Naqueles tempos,
em Israel, o noivado era ato seríssimo. E de fato o é, os noivos tinham
responsabilidades como se fossem casados. Em Israel, o noivado era o primeiro
ato do casamento. Na ocasião o noivo entregava a noiva o contrato de casamento,
ou uma moeda escrita: "consagrada a mim.".
O vinagre oferecido a Jesus na cruz (Mt
27:48).
Tal procedimento era usado então para
aumentar o sofrimento das vítimas, visto que aumenta as dores e faz sangrar as
feridas.
A ordem de Jesus: A ninguém saudeis
pelo caminho (Lc 5:19)
Não se tratava de indelicadeza, o tempo
que restava era pouco, e as saudações orientais tomavam muito tempo, não
somente devido a troca de expressões formais, mas também devido as poses que o
corpo assumia. Se os enviados por Jesus fossem cumprimentar o povo segundo a
maneira usual, ai do tempo.
O caminho de um sábado (At 1:12)
É o percurso permitido ao judeu
caminhar no dia de sábado. Era o espaço da extremidade de um arraial das
tribos, ao tabernáculo, quando no deserto, equivalente a 2000 côvados ou 1,200
metros (Jz 3:4).
LIVRO DE SALMOS
É um dos livros poéticos, e podemos
aprender muito com os escritores deste livro, vamos observar alguns detalhes importantes:
a- Davi escreveu: 73 salmos.
b- Asafe: 12;
4- Filhos de Core: 9;
5- Salomão: 2;
6- Etã, Hamã, e Moisés: 1 cada.
Tipos de Salmos
Didáticos (1, 15, 50, 94) - visavam instruir
ao povo no caminho do bem e prosperidade espiritual.
Gratidão e louvor (30, 75, 105, 106, 146, 150)
- falava da gratidão e louvor que o Salmista elevava a Deus.
Históricos (77, 81, 114, 137
- são recordações de
acontecimentos e incidentes da história dos Judeus,
envolvendo escravidão, êxodo, guerras, cativeiro, etc...
Imprecatórios (35, 58, 59, 109)
- a palavra imprecar
significa pedir a Deus que amaldiçoe
alguém ou algo. Estes salmos são invocações de males contra os inimigos...
Salmos da lei (19 e 119) - Estes proclamam
a grandeza e a bondade das palavras e decretos de Deus. Salientam
as bênçãos que aguardam aqueles que a praticam.
Salmos da natureza (8, 29, 104).
Estes falam do poder criador de Deus,
manifesto no universo.
Salmos de súplica (5, 17, 71, 86) - Através
deste o salmista clama por socorro.
CRONOLOGIA DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
BÍBLICA
Período antediluviano - 1656 anos
(Gn 2:5).
Adão foi criado em 4004 a.C.
O dilúvio ocorreu em 2348 a.C.
Nesse tempo Babilônia era o berço da
humanidade, atingindo elevado grau de civilização.
Período do dilúvio à dispersão das
raças -100 anos
2348 a 2248 a.C.
Nascimento de Abraão 1996 a.C.
Período dos patriarcas Gn 12 a Ex 12
- 430 anos
Da chamada de Abraão ao Êxodo 1921 a
1491 a.C.
Chamada de Abraão 1921 a.C.
Do dilúvio a chamada de Abraão 427
anos.
Período no deserto, e conquista de
Canaã (Ex 13; a Js 24).
Êxodo a chegada em Canaã 1491-1445
a.C.
Período no deserto 40 anos Nm
10:11; Dt 2:14.
Período da Teocracia = 345 anos (Jz 1 a
1 Sm 10).
Época de Juízes até Samuel 1445-1100
a.C.
Período da monarquia 120 anos (1053 a
933 a.C)
Esse período compreende apenas o
reinado em Israel, sendo Saul, Davi, Salomão.
Período do reino dividido 350 anos
(Israel e Judá 933 a 583 a.C).
Período que inclui cativeiro e
restauração de Israel (583 a 432 a. C).
431 anos a. C até o Novo Testamento (do
livro de Malaquias a Mateus), anos em que Deus ficou em silêncio não falou com
o homem. Quando então foram criados os livros apócrifos, por inspiração humana.
Quem escreveu os livros da Bíblia?
Conferir tabela abaixo. Nem todos os
escritores são conhecidos. O ponto de interrogação assinala este
desconhecimento.
Quando os livros foram escritos?
Conferir tabela abaixo. Nem todas as
datas são precisas ou conhecidas. O ponto de interrogação assinala esta
imprecisão ou desconhecimento.
ANTIGO TESTAMENTO
LIVRO - ESCRITOR(ES) - DATA
APROXIMADA
Gn-Moisés-séc. XIV aC.
Êx-Moisés-séc. XIV aC.
Lv-Moisés-séc. XIV aC.
Nm-Moisés-séc. XIV aC.
Dt-Moisés-séc. XIV aC.
Js-?-séc. XIV-XIII aC.
Jz-?-séc. XIII-XII aC.
Rt-?-séc. XIII-XII aC.
1Sm-Samuel e outros-séc. XI aC.
2Sm-Samuel e outros-séc. XI aC.
1Rs-?-séc. X-VI aC.
2Rs-?-séc. X-VI aC.
1Cr-?-séc. X-VI aC.
2Cr-?-séc. X-VI aC.
Ed-Esdras ou Neemias-séc. VI-V aC.
Ne-Esdras ou Neemias-séc. VI-V aC.
Et-?-séc. VI-V aC.
Jó-?-?
Sl-Davi e outros-séc. XII-V aC.
Pv-Salomão e outros-séc. X-IX aC.
Ec-Salomão-séc. X-IX aC.
Ct-Salomão-séc. X-IX aC.
Is-Isaías-séc. VIII aC.
Jr-Jeremias-séc. VI aC.
Lm-Jeremias-séc. VI aC.
Ez-Ezequiel-séc. VI aC.
Dn-Daniel-séc. VI-V aC.
Os-Oséias-séc. VIII aC.
Jl-Joel-séc. VIII-VII aC.
Am-Amós-séc. VIII aC.
Ob-Obadias-séc. VII-VI aC.
Jn-Jonas-séc. VII-VI aC.
Mq-Miquéias-séc. VII-VI aC.
Na-Naum-séc. VI aC.
Hc-Habacuque-séc. VII-VI aC.
Sf-Sofonias-séc. VII-VI aC.
Ag-Ageu-séc. VI-V aC.
Zc-Zacarias-séc. VI-V aC.
Ml-Malaquias-séc. VI-V aC.
NOVO TESTAMENTO
LIVRO – ESCRITOR (ES) - DATA
APROXIMADA
Mt-Mateus-sec. I dC.
Mc-Marcos (e Pedro)-sec. I dC.
Lc-Lucas-sec. I dC.
Jo-João-sec. I dC.
At-Lucas-sec. I dC.
Rm-Paulo-sec. I dC.
1Co-Paulo-sec. I dC.
2Co-Paulo-sec. I dC.
Gl-Paulo-sec. I dC.
Ef-Paulo-sec. I dC.
Fp-Paulo-sec. I dC.
Cl-Paulo-sec. I dC.
1Ts-Paulo-sec. I dC.
2Ts-Paulo-sec. I dC.
1Tm-Paulo-sec. I dC.
2Tm-Paulo-sec. I dC.
Tt-Paulo-sec. I dC.
Fm-Paulo-sec. I dC.
Hb-?-sec. I dC.
Tg-Tiago-sec. I dC.
1Pe-Pedro-sec. I dC.
2Pe-Pedro-sec. I dC.
1Jo-João-sec. I dC.
2Jo-João-sec. I dC.
3Jo-João-sec. I dC.
Jd-Judas-sec. I dC.
Ap-João-sec. I dC.
O Que Vem a Ser Livros Sinóticos?
A palavra Sinópticos vem do grego sun,
"junto com’’, e ópsis, "visão’’, dando a entender uma visão conjunta
sobre algo, uma visão de um mesmo ângulo. Esse adjetivo é aplicado aos
evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas porque seu ponto de vista sobre a vida de
Cristo concorda e é praticamente o mesmo. Um grande fato relatado e serve
de exemplo de sinótico para nós é a passagem da conversa de Jesus com o
jovem rico. Mt 19:16; Mc 10:17; Lc 18:18. Supõem os estudiosos que
primeiro foi escrito Marcos e os demais são cópias, pois dos 661 versículos de
Marcos cerca de 600 estão inseridos em Mateus, e 330 em Lucas. As
diferenças são que Mateus escreveu para os Judeus, Marcos aos Romanos, e Lucas
aos Gregos. Obs: O evangelho de João foi escrito para a
igreja, que somos nós.
AS POTÊNCIAS MUNDIAIS DOS TEMPOS
BÍBLICOS
O mundo dos tempos bíblicos viveu
dominado por seis grandes potências mundiais. Cada uma dessas teve sua
participação no plano divino, interferindo na história de Israel e contribuindo
de certa maneira para a preparação do mundo para o advento de Cristo.
1- Império Egípcio
1- Império Egípcio
De 1600 a 1200 a.C. da Etiópia ao
Eufrates, Dinastias XVIII e XIX, Israel estava no Egito, Canaã era província
egípcia. O Egito foi fundado por Mizrain, filho de Cão, logo após o dilúvio (Gn
10:6,13).
2- Império Assírio
De 883 a 607 a.C. Destruiu o
Reino do Norte (Israel), em 721 a.C, e cobrou
tributo de Judá. Levou o Reino do Norte em cativeiro (734-721 a.C).
Eram cruéis e inspiravam terror. A Assíria foi fundada
por Assur (Gn 10). Como Império Mundial a Assíria tem mais relação
com o Reino do Norte (Israel).
3- Império Babilônico
De 606 a 536 a.C
Destruiu Jerusalém e o templo de
Salomão. Levou Judá em cativeiro. Foi Império
mundial durante o tempo em que Israel
esteve cativo (70anos). Enquanto o Império
Assírio se preocupou com o Reino do Norte, o Império
Babilônico preocupou-se com o Reino do sul
(Judá). Como Império mundial teve seis reis.
4- Império Medo-Persa
De 536 a 331 a.C. Em 536 Ciro o
Grande venceu a Babilônia e decretou a volta dos judeus, os quais voltaram a se
organizar como nação.
5- Império Grego
Foi o Império que governou a Palestina
entre os dois Testamentos 331 a 146 a.C. Alexandre, O Grande, foi tolerante e
benevolente para com os judeus.
6- Império Romano
Império que governava o mundo quando
cristo apareceu, de 146 a.C a 476 a.D. Nessa época a
igreja foi fundada. Mas conforme a visão que Deus deu a Daniel da
estátua, esse seria o último Império mundial.
DISPENSAÇÕES
Nas Épocas vemos o homem em relação a
Deus; nas dispensações vemos Deus em relação ao homem. Devemos ter em nossa
mente que Deus não somente tem falado de muitas maneiras, mas também em
diversos tempos. A falta de observância dos tempos, ou dispensações da
Bíblia, podem nos conduzir a um caminho errado, criar dificuldades e ofuscar a
verdadeira significação das Escrituras. O estudo das dispensações não deve
ser compreendido dentro da rigidez histórica ou fatalista. Trata-se de uma
tentativa de compreensão teológica da Bíblia, de acordo com os seus relatos.
Dispensação é um período de tempo em que o homem é provado a respeito da
sua obediência, a certa revelação da vontade de Deus.
São Sete as Dispensações
1- Inocência Gn 2:6 a 3:24
a- Palavra chave: inocência. b- Propósito: provar que o homem tem capacidade para manter-se
fiel a Deus em clima de perfeição e circunstâncias absolutamente favoráveis,
bem como seu livre arbítrio, com capacidade para: pensar-intelecto;
sentir-emoção; escolher-vontade. c- Revelação:
pela palavra; e pela presença. d- personagem principal: Adão, e
Eva. e- Concerto Divino: os quatro pontos da aliança Adâmica. Encher a terra; comer do fruto
da terra; guardar o jardim; não comer da arvore do conhecimento do bem e do
mal. f- Ato de desobediência: em relação a
Palavra de Deus: Dúvida; adição; contradição; falsa interpretação; tentação para
desobedecer; transgressão. g- Julgamento Divino: Sobre a serpente; sobre a mulher; sobre o
homem.
2- Consciência Gn 3:1- 8:4 - (1656
anos)
a- Palavra chave: consciência. b- Propósito: provar que o homem tem capacidade para manter-se fiel a
Deus num clima de liberdade, e segundo os ditames de sua própria consciência.
c- Revelação: a redenção do homem.
O sacrifício de Abel prefigura o sacrifício definitivo de Cristo, o cordeiro de
Deus. (Ap.13:8; Hb 11:4; Gn 4:4).
d- Personagens principais: Enoque, e Noé. e- Concerto Divino: a fé em Deus.
(Hb 11:4-7). f- Atos de desobediência: de Caim
a Lameque, existe um aumento surpreendente, progressivo de desobediência, de
modo a absorver a linhagem fiel, os filhos de Sete, levando o mundo da época a
um estado de violência e apostasia. g- Julgamento Divino: o
juízo de Deus manifestou-se através do dilúvio que caiu sobre a terra. (Obs: a
arca representa o refugio de Deus contra seu próprio juízo).
3- Governo humano (Gn: 8:15 a 11:32)
(do dilúvio a dispersão)
a- Palavra chave: governo humano. b- Propósito: provar que o
homem tem capacidade para manter-se fiel a Deus em um sistema de consciência.
c- Revelação: a Palavra de Deus
expressa a Noé, o homem que foi achado justo diante de Deus. d- Personagens principais:
Noé, Sem, Cão, Jafé. e- Concerto Divino: Deus assinala o centro das Suas relações com
a criatura humana. Tal concerto inclui os seguintes postulados básicos: o
povo deveria multiplicar-se; encher a terra; alimentar-se da carne; arco íris
como sinal de aliança. f- Atos de desobediência. Ninrode, neto de Cão, por Cush, criou
o imperialismo e tentou unir o mundo incitando os homens a construir uma torre
que chegaria até aos céus. (Gn 11:4; Ap 16:14- e 19:19). g- Juízo divino: a dispersão.
Outra vez a trindade conferenciou entre si. (Gn 3:22, 6:7, 11: 5 e 7). A confusão de línguas em Babel foi o resultado.
4- Patriarcal (Gn 12:1 a Ex 12:37) Da
chamada de Abraão ao Êxodo do Egito. Cerca de 630 anos
a- Palavra chave: promessa.
b- Propósito: levar Abraão e seus
descendentes a terem fé em Deus e obedecerem a Jeová. Sua família seria a
nação escolhida, que se tornaria precursora do Redentor, o Messias da promessa
de Gênesis 3:15.
c- Revelação: Deus apareceu a Abraão seis
vezes: Gn 12:1-3,7; 13:14,17; 15:1-21; 18:1-33; 22:1-8.
Revelou-lhe Seus propósito e Sua vontade.
d- Personagem principal: Abraão.
e- Concerto divino: com Abraão Gn 12:2,3;
13:15; 15:1; 17:7. com sua descendência Gn 15:4-17,19.
f- Atos de desobediência: são três, desceu
ao Egito contrário a vontade de Deus; tomou Agar por mulher, o que
resultou um mal até nossos dias; mentiu a Abimeleque.
g- Juízo de Deus: sobre o Egito. (Ex
7:14)
Obs: os 430 anos que Israel passou no
Egito (Ex 12:40) foi um período do qual só se tem amargas recordações.
5- Da lei - Desde o Êxodo do Egito
até a crucificação de Cristo. Sendo que Jesus foi o último homem a obrigado
guardar a lei
a- Palavra chave: lei (aparece 516 vezes
na Bíblia).
b- Propósito: testar a obediência de
Israel, capacitando-os a se tornarem instrumentos e porta-voz da revelação de
Deus numa preparação final para a vinda do Messias.
c- Revelação: a Bíblia apresenta uma
tríplice revelação: Os dez mandamentos; ordenanças; cerimônias.
d- Personagens principais: Moisés, Arão,
Josué, Samuel, Davi, e outros.
e- Concerto divino: os dez mandamentos (Ex
20).
f- Atos de desobediência. (Is 1: 11-17).
g- Juízo divino: há um duplo aspecto do
julgamento divino no final desta dispensação: - os pecados de Israel e de
outros povos, punidos e julgados na cruz (Jo 12:27-33; 19:16-30; At 2:36;
Cl 2:14-17; 1ª Pe 2:24 ): – como nação que rejeitou a Cristo,
Israel foi punido com a rejeição de Deus, perda do Seu reino e dispersão milenar.(
Mt 21:33-46; Lc 21:20-24).
6- Da graça - Desde a
crucificação até o arrebatamento da igreja. Visivelmente o inicio da igreja
data do dia de pentecostes (ano 30) em Jerusalém
a- Palavra chave: graça.
Não dispensa ordenanças. Há 1050
mandamentos no Novo Testamento.
b- Propósitos: chamar para fora do mundo
um povo para o nome de Jesus (At 15:14-17; Mc 15:16; Ef 1:4-22).
c- Revelação: existem três aspectos da
revelação de Deus:
Deus revela-se ao homem em forma do
homem; a revelação do Espírito de Deus nos crentes; a revelação escrita, a
Palavra de Deus.
d- Personagem principal: Jesus Cristo.
e- Concerto divino: feito pelo
sangue de Jesus Cristo, seu pacto é extensivo a todos os homens de fé nesta
dispensação. (Gl 3:15; Hb 9:12-20, 10:29; 1ª Pe 1:4).
f- Atos de desobediência: (Ap 22:15; 1ª Pe
4:17 ).
g- Juízo divino: Nota-se dois tipos
de juízos.
h- A grande tribulação para o mundo;
i- O tribunal de Cristo, para os cristãos.
7- Milênio - Seu início se dará
com a manifestação de Cristo e findará com a instalação do Grande Trono Branco
( Ap 20:11-15)
a- Palavra chave: regeneração (Mt 19:28).
b- Propósito: consumar todas as
alianças feitas com o homem; estabelecer a justiça e a paz na terra;
exaltar a soberania universal de Cristo; restaurar a posição de Israel
como cabeça das nações e sede do governo Teocrático; exaltar os santos de todos
os tempos; subjugar todos os inimigos do Senhor.
c- Revelação: governo pessoal de
Deus. (Is 52:7; Lc 1:32-33).
d- Personagens principais: Jesus
Cristo, a igreja, os Santos de todos os tempos e Israel.
f- Ato de desobediência: o principal
ocorrerá no fim do milênio (Ap 20:7-9)
g- Concerto divino: o fim das
dispensações os novos céus e a nova terra, e a continuação da eternidade.
h- Juízo divino: sobre satanás
(Ap 20:10); e sobre os homens. (Ap 20:11-15; 21:1-7).
"Então já não haverá noite, nem
precisam eles de luz da candeia, nem a luz do sol, porque o Senhor Deus
brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos’’ (Ap 22:5).
NOÇÕES DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA BÍBLICA
Geografia Bíblica é a parte
da Geografia Geral que estuda as terras e os
povos bíblicos, bem como a matéria de natureza geográfica, contida no
texto bíblico, que de passagem se diga, é de fato, abundante.
A importância da Geografia Bíblica
É de muita importância o estudo da
geografia bíblica como meio auxiliar no estudo e compreensão da Bíblia.
Mensagens e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros tornam-se claros
quando estudados à luz da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção de grande
volume dessa matéria na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a
cada passo, a Bíblia menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios,
mares e fenômenos físicos da Natureza.
O porquê dessa importância
1. A Geografia é o palco terreno e
humano da revelação Divina. É ela que juntamente com a cronologia, situa a
mensagem no tempo e no espaço, quando for o caso.
2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao
localizar, situar, fixar e documentar os mesmos. Através dela, os
acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as profecias mais expressivas. O
ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil comunicação quando podemos
apontar, mostrar e descrever os locais onde os fatos se desenrolaram. Exemplos:
Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para Jericó") (Dt 1.7) (aí
nós temos uma profunda aula de geografia da Terra Prometida.)
3. O estudo da geografia
bíblica da Palestina (Israel bíblico) e as nações
circunvizinhas esclarecem muitos fatos e ensinos constantes das Escrituras.
4. As nações vêm de Deus, logo o
estudo deste assunto à luz da Bíblia é profícuo sob todos os pontos de vista.
Ler Dt 32:8; At 17:26.
Fontes de estudo da geografia bíblica
1. A Bíblia. É a fonte principal.
Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos, acidentes geográficos, povos,
nações, cidades. É evidente que isto merece um cuidadoso estudo. A Bíblia
contém capítulos inteiros dedicados ao assunto. Exemplo Gn 10; Js 15-21; Nm 33,
34; Ez 45-47. Somente cidades da PalestinOcidental a Bíblia registra cerca de
600. Não registradas, há inúmeras outras como prova a arqueologia. Um
problema com que se defronta o estudante nesse assunto, é o fato de grande
número de países, cidades, regiões inteiras e outros elementos geográficos,
terem atualmente novos nomes. Exemplos: a antiga Pérsia é hoje o Irã; a Assíria
é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia
do tempo de Paulo (2Tm 4.10) é hoje a área da extinta Iugoslávia (Sérvia e
Montenegro, Croácia, e outros países menores), e etc...
2. A Arqueologia Bíblica. Esta, tem
prestado enorme contribuição para a elucidação de dificuldades bíblicas e
trazido à tona a história de povos do passado, considerados como lendários,
como o caso dos hititas, mitânios e hicsos. A arqueologia bíblica teve seu
começo em 1811 com as atividades nesse sentido do cidadão inglês Claude James
Rich, na Mesopotâmia, quando lá se encontrava cuidando de interesses ingleses.
3. A História Geral. Aqui é preciso
certa cautela. Muitos manuais hoje em uso no estudo secular estão cheios de
erros, por seus autores desconhecerem a Bíblia. Existem vários casos
documentados.
4. A Cartografia. A ciência dos
mapas. Certas editoras especializadas editam atlas emapas bíblicos,
apropriados ao estudo da Geografia Bíblica. Os mapas mais
importantes do mundo bíblico são os quatro seguintes:
Mundo Bíblico do AT;
Mundo Bíblico do NT;
A Palestina do AT;
A Palestina do NT.
O profeta Ezequiel, por ordem divina traçou
num tijolo a cidade de Jerusalém, (Ez 4:1). Temos aqui uma noção de mapa
bíblico.
A extensão do mundo bíblico
O mundo bíblico situa-se no atual
Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo. É ele o berço da raça
humana. Mas precisamente a Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigre e
Eufrates. Foi daqui que partiram as primeiras civilizações. Na dispersão das
raças após o Dilúvio (Gn 10 e 11), Sem povoou o sudoeste da Ásia. Cão povoou a
África, Canaã e a península arábica. Jafé povoou a Europa e parte da Ásia.
Limites do mundo bíblico
Ao Norte: Da Espanha ao Mar Cáspio
A Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico
(Oceano Indico)
Ao Sul: Do Mar Arábico à Líbia.
A Oeste: Da Líbia à Espanha.
Regiões, áreas e países do mundo
bíblico
Acidentes naturais. Citaremos apenas
alguns casos, dado o limitado espaço que temos para isso.
1- Mesopotâmia (Gn 24.10; At 2.9; Dt
23.4) Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral
declaram, ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui
existiu o Éden Adâmico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países:
Babilônia, de capital do mesmo nome.
Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11:24); Sinear (Gn 14:1); Súmer. É o sul da
Mesopotamia.
Assíria, (Gn 2:14; 10:11) É o norte da
Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 a.C. A
Oeste ficava o reino de Mari. Os Mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte
da Assíria.
2- Arábia. Capital: Petra (gr); Sela
(heb.) Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Aí, Israel peregrinou em demanda de
Canaã. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente aí (1Rs
9.28). A parte da península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada
aí e o tabernáculo erigido a primeira vez.
3- Pérsia. Hoje parte do Irã. Capitais,
teve as seguintes, pela ordem: Ecbátana, Pasárgada, Susã, Persópolis. Foi
cenário do livro de Ester e parte do de Daniel. Aí, primeiramente floresceram
os medos. Depois os persasassumiram a liderança. Ver At 2.9. A Média, quando na
supremacia tinha por capital Hamadã (entre os gregos Ecbátana.)
4- Elam. Hoje incorporado no Irã.
Capital: Susã (Gn 14:1; At 2:9).
5- Armênia ou Arará: Cap. 6 de
Gênesis.
6- Síria. Mesmo que Arã. (Não
confundir com Haran.) Capital: Damasco, Is 7:8. Seu território não é o mesmo da
Síria moderna, At 11:26: Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana,
da qual fazia parte a Palestina, Lc 2:2. A capital dessa província era
Antioquia. A Síria era na época governada por um legado romano.
7- Fenícia. Hoje, Líbano, em parte.
Cidades principais: Tiro e Sidon. Navegantes famosos. Primitivos exploradores.
Fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Tunis) Nosso alfabeto vem dos
fenícios, cerca de 1500 a.C. Ver Mt 15:21; 11:22; 1Rs 9:26-28.
8- Egito. É o país mais citado na
Bíblia depois da Palestina. Em hebraico seu nome é Mizraim, Gn 10.6. Teve,
várias capitais nos tempos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente
falando, está em Ez 29:15. Fica ao Norte da África.
9- Etiópia. Fica ao Sul do Egito. Segundo
Gn 2:13, existia outra Etiópia na região Norte da Mesopotâmia - a chamada
Terra de Cush (hb). A profecia de Sl 68:31 a respeito da Etiópia, teve seu
cumprimento a partir de At 8:26-39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É
país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a
Abissínia e a Somália.
10- Líbia. Extensa região da África
do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cirene
- cidade da Líbia, Mt 27:32. Igualmente, no dia de Pentecoste estavam
cireneus em Jerusalém, At 2:10.
11- Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos
nada tinha com o atual continente asiático. Era uma província romana situada na
parte ocidental da chamada Ásia menor ou Anatólia. Ler At 6:9; 19.22; 27:2; I
Pe 1.1; Ap 1:4,11. Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga
Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia.
12- Grécia ou Hélade, At 20:2. No
Antigo Testamento, em hebraico, éJavan ou Iônia, Gn 10:4,5. A maior parte da
Grécia Antiga era conhecida pelo nome de Acaia (At 18:12), nome esse derivado
dos Aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era
constituída de Estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital
política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano.
13- Macedônia, At 19.21. Ficava ao norte da
Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a
saber: norte da Grécia, sul da Bulgária, Iugoslávia, e parte da Turquia. O
ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia,
principalmente. A capital da Macedônia era Pella.
14- Ilírico, Rm 15.19. Região européia onde
Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A
parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de 2Tm 4.10.
15- Itália, At 27:1; Hb 13:24. País
banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi
fundado um diminuto reino em 753 a.C, que mais tarde viria a ser senhor
absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou
e pregou o Evangelho como prisioneiro.
16- Espanha, Rm 15.24,28. Paulo
manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da
Bíblia, a cidade de Tarsis mencionada em Jn 1:3; 4:2, ficava ao sul da Espanha,
sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a
Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente
através dos tribunais da sinistra Inquisição.
17- Palestina ou Canaã, Deixamos a
Palestina por último porque dela nos ocuparemos mais demoradamente. É a mais
importante terra bíblica por várias razões
a- Alguns fatos sobre a Palestina
Foi prometida por Deus aos hebreus, Gn
15:18; Êx 23:31. É, sob o ponto de vista Divino, o centro geográfico da terra,
Ez 5:5; 38. 12b. Melhor terra do mundo, Ez 20:6,15; Jr 3:19; Am 6:1. Se
atualmente isto parece contraditório, a palavra profética assegura a sua
restauração e esplendor no futuro. Os judeus seriam um povo destacado dos
demais, Lv 20.24; Dt 33.28; Mq 7:14; Nm 23:9; Jr 49:31. Para que Deus
chamou e elegeu a nação israelita: Gn 3:15; Êx 19:6; Dt 7:6; Rm 3:2; 9:4-5. Em
suma: trazer o Messias ao mundo; produzir e preservar as Escrituras; ser um
povo sacerdotal; e difundir o conhecimento do Senhor entre as nações.
b- Nomes pelos quais é conhecida a
Palestina:
Canaã, Gn 13:12;
Terra dos Hebreus, Gn 40:15;
Terra do Senhor, Os 9:3;
Terra de Israel, 1Sm 13:19; Mt 2:20;
2Rs 5:2;
Terra de Judá, Judéia, Ne 5:14; Is
26:1; Jo 3:22; At 10:39;
Terra Formosa, Dn 8:9;
Terra Formosa, Dn 8:9;
Terra Gloriosa, Dn 11:41;
Terra da Promessa, Hb 11:9;
Terra Santa, Zc 2:12; Sl 78:54 ARA;
Israel (modernamente).
Não há modernamente nenhum país chamado
Palestina. O antigo país deste nome está hoje dividido entre a Jordânia e o
moderno Israel.
c- Limites da Palestina
Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro
el-Arish, na Arábia. (el Arish é o "rio do Egito" mencionado em Gn
15:18.)
Limite norte: Síria e Fenícia.
Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na
Bíblia chamado Mar Grande, Dn 7:2.
Limite leste: Síria e Arábia.
d- Superfície da Palestina
Mais ou menos como a do nosso Estado de
Alagoas. Comprimento: cerca de 250 km, de Dã a Berseba. Hoje: 416 km. Largura:
88 km (a maior). Hoje: 100 km. Essa extensão variou com as épocas e situações
de sua história. Por exemplo: na época das 12 tribos - 26.400 km². A
extensão atual é de cerca de 156.000 km².
e- Clima
O tipo de relevo do solo da Palestina
resulta numa superfície muito variada, com muitas regiões elevadas e baixas,
originando por isso toda espécie de climas, desde o tropical, no Jordão, até o
de intenso frio no Hermom, a 2.815 metros de altitude. A faixa litorânea tem
uma temperatura média de 21 graus C. No vale do Jordão a temperatura vai a 40
graus. A temperatura média de Jerusalém é de 22 graus. Janeiro é a época mais
fria do ano, quando o termômetro. chega a 4 graus. É por essa variedade de
climas que a Palestina presta-se a toda espécie de culturas.
f- Divisão política da
Palestina
No Antigo Testamento foi a Palestina
dividia entre as 12 tribos de Israel. Três tribos ficaram a leste do Jordão:
Manassés (parcialmente), Gade, Rúben. Cinco ficaram na área litorânea: Aser,
Manassés (em parte), Efraim, Dã (em parte), Judá. Quatro se estabeleceram na
região central: Naftali, Zebulom, Issacar, Benjamim. Duas ficaram nas extremidades
Norte-Sul: Dã (Norte), Simeão (Sul). A divisão política da Palestina mudou
com o correr dos tempos e dos governos. Nos tempos do Novo Testamento a divisão
política constava de cinco regiões: Judéia, Samaria, Galiléia, Ituréia, Peréia.
Durante o ministério de Jesus, seus
governantes eram
Judéia e Samaria: Pôncio Pilatos (26-36 aD.)
Pilatos era procurador romano. Sua capital política era Cesaréia; à
beira-mar.
A capital religiosa: Jerusalém.
Galiléia e Peréia: Herodes Antipas (4 aC. a 39 aD.)
Era filho de Herodes, o Grande. Jesus passou a maior parte de Sua vida no
território sob a jurisdição desse Herodes. Às vezes, todo o leste do Jordão era
chamado Peréia (Mt 4.25; Mc 3.8). O vocábulo Peréia significa literalmente
"região além", isto é, além do Jordão, Mt 4:15; 19:1; Jo 10:40.
Ituréia e outros distritos menores: Herodes Felipe II (4 aC. a 34
aD.) O moderno território de Golã, em parte ora ocupado por Israel, integrava
essa jurisdição (a antiga Gaulanites, Dt 4:43; Js 20:8.) É mencionada apenas
uma vez no NT, em Lc 3:1. A Iduméia, no extremo sul do pais, integrava a
jurisdição da Judéia. É mencionada apenas uma vez no Novo Testamento: Mc 3:8.
g- Mares
Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado
Mar Grande, Dn 7:2; Nm 34.7. Outros nomes: Mar Ocidental (Dt 11:24; Jl 2:20) e
Mar dos Filisteus, Êx 23:31. Mar da Galiléía, Mt 4:18; Mc 7:31. Outros
nomes: Mar de Quinerete (Nm 34:11), palavra essa que originou Genezarete, outro
nome desse mar, Lc 5.1. Também Mar de Tiberíades, Jo 6:1. É mar interior, de
água doce. Mar Morto, Ez 47:8 ARA. Aparece com vários nomes no Antigo
Testamento: Mar Salgado (Gn 14:3); Mar de Arabá (Dt 3:17); Mar da Planície (2Rs
14:25); Mar Oriental (Ez 47:18; Zc 14:8); Mar da Campina, Js 12:3. Fica situado
a 395 metros abaixo do nível do mar. Evaporação média diária: 8 milhões de
metros cúbicos de água! É 25% mais salgado que qualquer outro mar.
h- Rios
Todos os cursos d'água da Palestina
(com exceção do Jordão) são de pouca expressão. Jordão, Corre no sentido
norte-sul. Nasce no Monte Hermom e deságua no Mar Morto. Querite,
Desemboca no Jordão, margem oriental, defronte a Samaria. É umuádi, rio
temporão. Cedron, Corre a leste de Jerusalém. Jaboque, Gn 32:22; Js
12:2. Afluente do Jordão, margem oriental. Iarmuque. Afluente do Jordão,
margem oriental. Não mencionado na Bíblia. Deságua 6 km ao sul do Mar da
Galiléia. Arnom, Nm 21:13; Js 12:2. É hoje o Mojib. Deságua no Mar Morto,
margem oriental. Era o limite sul da Palestina, na frente oriental.
Quisom, 1Rs 18:40. Deságua no Mar
Mediterrâneo, Monte Carmelo.
i- Montes.
São
de muita importância na Bíblia, Js 11:21.
Tabor, Jz 4:6; 8:18. Fica na Galiléia.
Altitude: 615 metros. Crê-se que aí ocorreu a transfiguração de Jesus (Mt
17:1,2.).
Gilboa, 1Sm 31.8; II Sm 21.12. Fica em
Samaria. Altitude: 543 metros.
Carmelo, 1Rs 18:20. Fica em Samaria.
Ponto culminante: 575 metros. Fica no prolongamento que forma a baía de Acre,
onde se localiza a moderna cidade de Haifa, Ebal e Gerizim, Dt 11:29;
27:1-13. Dois montes de Samaria. Moriá, Gn 22:2; 2Cr 3.1. Fica em
Jerusalém. Aí Abraão ia sacrificar Isaque. Nele Salomão construiu o templo de
Deus. Sião. Em Jerusalém. Altitude: cerca de 800 metros. O
local e o termo Sião são usados de modo
diverso na Bíblia. No Sl 133:36 Jerusalém. Em Hb 12:22 e Ap 14:1 é uma
referência ao céu. Monte das Oliveiras. Em Jerusalém, Mt 24:3; Zc 14:4; At
1:13. Aí, Jesus orou sob grande agonia na noite em que foi
traído. Sobre esse monte Jesus descerá quando vier em glória para julgar
as nações.
Calvário, Pequena elevação fora dos
muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco. Ver Lc 23:33.
Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em aramaico é Gólgota
- crânio, caveira, Mt 27:33; Jo 19:17. No local acima, em 1885 o general
inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram
nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de
Cristo.
j- A Capital da Palestina: Teve
várias sede, a saber
Gilgal. No tempo de Josué, Js 10:15.
Siló. No tempo dos juizes, 1Sm 1:24.
Gibeá. No tempo do rei Saul, 1Sm 15:34;
22:6.
Jerusalém. Da época de Davi em diante,
2Sm 5.6-9. Seu primitivo nome foi Salém, Gn 14:18, depois Jebus, Js 18:28 e por
fim Jerusalém, Jz 19:10. Nos dias do Novo Testamento a capital política da
Judéia era Cesaréia, não Jerusalém, como já mostramos.
Mispá, Jr 40:8. Por pouco tempo foi
capital, durante o cativeiro babilônico.
Tiberíades. Foi outra capital da
Palestina. Isso, após a revolta de Bar-Cócheba, em 135 a.D.
Detalhes complementares sobre Jerusalém
como capital da Palestina. Fundada pelos hititas, Ez 16:3; Nm 13:29. Fica a 21
km a oeste do Mar Morto, e a 51 a leste do Mar Mediterrâneo. Nos tempos
bíblicos tinha cinco zonas ou bairros: Ofel, a sudeste; Moriá, a leste; Bezeta,
ao norte;Acra, a noroeste; Sião, a sudoeste. Na distribuição da terra de Canaã,
Jerusalém ficou situada no território de Benjamim, Js 18:28. Foi conquistada em
parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim, Jz 1:8,21. Tinha povo de Judá
e Benjamim, Js 15:63. Não ficava no território de Judá (Is 15:8.) É chamada
Santa Cidade, em Ne 11:1; Mt 4:5.
A cidade de Jerusalém, saindo do jugo
romano, caiu em poder dos árabes em 637 a.D, e, salvo uns 100 anos durante as
Cruzadas, foi sempre cidade muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em
1917, os britânicos assumiram o controle, ficando a Palestina depois sob seu
mandato por delegação da então Liga das Nações. A partir de 1948 passou a ser
cidade soberana (isto é, o setor novo), porém, na Guerra dos Seis Dias em 1967,
foi reconquistada aos árabes, os quais dela tinham se assenhorado na guerra de
1948. Reedificada sempre sobre suas próprias ruínas, Jerusalém (não Roma)
permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém que se há de
estabelecer na consumação dos séculos. Jerusalém será então metrópole mundial.
Isso, durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor, Is
2:3; Zc 8:22; Jr 31:38. Nesse tempo Israel estará à testa das nações. Na
Jerusalém de hoje nada pode ver-se da Jerusalém de Davi, de Salomão, de
Ezequias, de Neemias e de Herodes. Tudo se acha sepultado sob os escombros de
muitos séculos, sob metros e metros de entulho.
1- Outras cidades da Palestina
Outras cidades importantes: Jericó, Hebrom, Jope, Siquém,
Samaria, Nazaré, Cesaréia, Cesaréia de Filipe, Tiberíades, Capernaum
(Cafarnaum).
Cidades visitadas por Jesus: Nazaré, Lc 4:16; Betânia, Jo
1:28; Caná, Jo 2:1; Sicar, Jo 4:5; Naim, Lc 7:11; Capernaum, Jo 6:59; Betsaida,
Jo 12:21; Corazim, Mt 11:21; Tiro e Sidom, Mt 15.21; Cesaréia de Filipe, Mt
16:13; Jericó, Lc 19:1; Betânia, Jo 11; Emaús, Lc 24:13-14, 18.
Resumo histórico da Palestina até o
tempo presente
Conquistada pelos israelitas sob Josué
em 1451-1445 a.C.
Governada por Juízes: 1445-1110 a.C.
Monarquia: 1053-933 a.C.
Reinos divididos de Judá e Israel:
933-606 a.C.
Sob os babilônicos: 606-536 a.C.
Sob os persas: 536-331 a.C.
Sob os gregos: 331-167 a.C.
Independente sob os Macabeus: 167-63
a.C.
Sob os romanos 63 AC a 634 a.D.
Sob os árabes: 634-1517 AD.
Período das Cruzadas:
1095-1187. As Cruzadas
foram tentativas do "Cristianismo" para libertar a
Palestina das mãos dos muçulmanos árabes.
Sob os turcos (Império Otomano):
1517-1914. Os turcos são também muçulmanos, apenas com mais influência
oriental.
Sob os ingleses, como protetorado, por
delegação da Liga das Nações: 1922-1948. Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa
data foi proclamado o Estado de Israel, com a estrutura de república
democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em
diante cumprir-se-á; Am 9:14,15.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Módulo Avançado - 3.0 – SBB
Bíblia – ARA - SBB
Bíblia Sagrada - ARC- SBB/1995
LIVRO DA EETAD - ANTONIO GILBERTO
- BIBLIOLOGIA
SOMBRAS TIPOS, MISTÉRIOS DA BÍBLIA
- CPAD - JOEL LEITÃO MELO
INTRODUÇÃO BIBLICA – PASTOR J. CABRAL
MANUAL DO ESTUDANTE - CPAD
R. N Champlin, Ph.D, J. M. Bentes,
ENCICLOPEDIA HISTORIA, FILOSOFIA, TEOLOGIA;
O NOVO TESTAMENTO COMENTANTADO
VERSÍCULO POR VERSÍCULO Milenium
R. N Champlin, Ph.D, J. M. Bentes, O
ANTIGO TESTAMENTO COMENTADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO
Pr. Jorge
Albertacci
Jubilado
da Assembleia de Deus do Retiro
Retiro
– 27281-360 – Volta Redonda - RJ
E-mail: prjorgealbertacci@yahoo.com.br