Há três que vos miram
TEOLOGIA DO OBREIRO > Teologia do Obreiro
Há mais de cinquenta anos passados, S. D. Gordon escreveu que há pelo menos três pessoas que sabem que espécie de crentes somos nós. Há três poderes que, noite e dia, têm seu olhar sobre a nossa vida, e observam se somos fervorosos ou hipócritas; crentes ou interesseiros; sabem se em nós há luz ou se somos pedras de tropeço, se amamos a Deus ou se zombamos da fé. Interessam-se em verificar se somos uma influência no mundo para o bem, ou se ocupamos o lugar das virgens loucas. Não lhes passa despercebido se nos oferecemos cada dia ao serviço do Cristo, ou se lançamos as pérolas aos porcos.
Esses três nos acompanham com interesse invulgar, pois todos eles têm espacial interesse na atitude que assumimos, no trabalho que realizamos, no testemunho que oferecemos, na dedicação que professamos ou no descuido a que nos atiramos.
Todos nós sabemos quem está interessado em conhecer nossa conduta e medir a nossa fé. Satanás acompanha de perto a nossa atividade como cristãos zelosos, também conhece se nós, apenas, confessamos Cristo com os lábios e o negamos com as ações; alegra-se se o nosso cristianismo for apenas nominal; se nos envergonhamos de confessar o nome de Jesus publicamente e se a nossa conduta como cristão não puder ser exposta à luz do dia. Satanás é um dos que não perde de vista o cristão, nem cessa de tecer laços que embaracem, prendam e derrubem o crente.
O mundo, é outro interessado que mira o crente a, seu modo, e sabe dizer em público qual a nossa conduta, e, muitas vezes, quando vacilamos, ele é o primeiro a apontar-nos as faltas e a lançar-nos em face a nossa fraqueza, hipocrisia ou a falta de coragem. Pedro foi inquirido por uma criada e escondeu sua crença, mostrou-se dobre, mas o mundo não se satisfez com sua negativa; a escusa apenas serviu para o enlaçar ainda mais.
O amargor será grande e continuo, se a nossa atitude não for corajosa diante do mundo que nos espreita. O mundo não teme quando andamos desordenadamente, com um pé no caminho largo e outro na vereda da vida, mas teme se a nossa vida, pregar a graça, se a nossa conduta mostrar que Cristo vive.
Se alguém consentir nas ações do mundo e se conformar com suas obras e delas participar, pensando que assim lhe agrada, armará, com isso, um laço para a sua alma, porque mais tarde ou mais cedo o mundo o condenará, apontando-lhe a sua fraqueza e covardia. O mundo nos mira, mas para mal não para nos admirar, mas para nos julgar.
Há ainda um terceiro que nos mira e que toma grande e especial interesse por nossas vidas. Este terceiro que nos olha, é Jesus, o Filho de Deus, e seu olhar, longe de condenar, desencorajar ou amedrontar, enche de esperança, dá vida e paz, e anima na jornada até aos domínios da fé.
Se o mundo e Satanás nos olham; se nos cercam e nos tentam; se nos atacam e acusam, vede que o Deus Forte, da profecia de Isaías, também nos segue e nos contempla, esperando que a nossa decisão seja digna de um cristão, e que a nossa atitude seja a repetição dos fatos e triunfos dos heróis da fé.
Qual será nossa atitude ante os três que nos miram? A nossa atitude como cristãos pode preparar o caminho para os homens verem Jesus, mas também pode fechar a porta da graça. O cristão está colocado no mundo, como a luz, para alumiar; como sal, para evitar a corrupção e se falhar em sua missão, a derrota será grande, não haverá alegria no céu.
Transcrito do Livro: O Domínio da Fé – Pastor Emílio Conde – CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus – Filial I - Av. Vicente de Carvalho, nº 1083 - Vila da Penha - Rio de Janeiro – Brasil.
Pr. Jorge Albertacci
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