Que Tipo de Líder Você Tem Sido Para a Igreja?
TEOLOGIA DO OBREIRO > Teologia do Obreiro II
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O QUE CONFIRMA A AUTENTICIDADE DO LÍDER DA IGREJA
Êxodo 34:30
INTRODUÇÃO
Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; pelo que temeram de chegar-se a ele. “A liderança de Moisés foi confirmada pela luz da glória de Deus refletida no seu rosto. Em temerem achegar-se a ele, não significa que estavam com medo, mas o respeito imposto pela manifestação da glória de Deus em seu rosto.” A manifestação da glória de Deus na vida da pessoa a torna mansa, amorosa, dedicada às outras pessoas, temorosa a Deus. Bondosa, humilde e respeitável. “Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que a muito ensinam a justiça refulgirão como as estrelas sempre e eternamente” Dn 12:3.
O LÍDER EM RELAÇÃO AOS SEUS LIDERADOS
O líder para adquirir respeito dos seus liderados, não precisa de imposições. Não precisa mostrar quê quem manda é ele, não precisa fazer realçar sua autoridade como superior a eles. O líder deve entender que respeito não se impõe, mas, se adquire. O respeito quando é adquirido sem imposição, é duradouro, mas, quando o líder é um impostor, o respeito que ele recebe dos seus liderados é falso - não chega ser respeito, mas, precaução para evitar atrito com o chefe. Ojeriza é a palavra que melhor define o sentimento dos liderados pelo seu líder odiento. O líder que lidera segundo a orientação emanada da Bíblia Sagrada não tem dificuldade para formar equipe para o trabalho. De cinquenta homens Jesus formou vinte e cinco equipes de dois e no caso da evangelização, uma equipe de dois, produz quase que o mesmo que uma de cinquenta. O líder para merecer respeito, deve procurar não se destacar como tal entre seus liderados, mas, ser amigo de todos e ter a perspicácia para discernir o comportamento de cada um. Procurar manter uma vida consagrada perante o Senhor e confiar tarefas importantes aos seus liderados e nunca corrigir algum deles públicamente, e quando houver necessidade de correção, que esta seja feita em forma de orientação. É de suma importância não fazer menção do nome de nenhum outro e nunca tomar o exemplo mau ou bom de outro para aplicar no que está sofrendo a correção.
DA MORDOMIA À HONRA
O ministro chamado por Deus para
apascentar o rebanho que custou o preço do sangue do Senhor Jesus Cristo
vertido na cruz do Calvário pela humanidade toda, torna-se um mordomo, a partir
do momento em que entra para o trabalho. Quiçá, estes homens reconhecem não
somente o privilégio, mas, a honra, e de quem mereceu tais honrarias! Honra de lutar contra as hostes infernais, em
defesa dos santos do Senhor. Honra pelas inspirações do Espírito Santo que
passa ser o seu fiel companheiro, orientador, e consolador, inclusive, sendo
morada Sua: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles” (Ex 25.8). Assim
definiu o Rev. Hernandes Dia Lopes, este privilégio dos filhos de Deus: “O Deus transcendente, que nem o céu dos céus pode contê-lo, decidiu vir
morar com o seu povo. Moisés é ordenado a fazer um tabernáculo e nesse
tabernáculo a presença manifesta de Deus seria notória no meio do povo. Mais
tarde, o tabernáculo móvel foi substituído pelo templo de Jerusalém e, mais uma
vez, a presença de Deus encheu aquela casa. Na plenitude dos tempos, o próprio
Filho de Deus desceu e se encarnou. Habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. O Filho de Deus
viveu entre nós, morreu por nós, ressuscitou para a nossa justificação e
retornou ao céu vitoriosamente. Então, enviou o Espírito Santo, o outro
Consolador, para estar para sempre conosco, habitando em nós. Nosso corpo,
frágil vaso de barro, é o santo dos santos, onde o Espírito Santo habita. Somos
o morada de Deus!” – Que o Espírito Santo de Deus capacite a cada um
dos que foram chamados para o santo ministério, e que se mantém firmes, como
bom soldado, e nunca se enveredando pelas sendas de Judas Iscariotes. João 6:70-71.
RESPEITO MÚTUO
Os liderados por sua vez, também merecem respeito: a) como homem; b) como cidadão; c) como obreiro do Senhor; d) como companheiro no ministério; e) como membro do Corpo do Senhor; f) como ajudador; g) como cidadão do céu; h) como aquele que Deus confiou sob a mordomia do líder. Quando não há respeito mútuo, a desordem é inevitável na Igreja e o líder desqualificado para o exercício ministerial. Quando chega a este ponto, Deus pode agir com Sua sábia forma incisiva.
ORIENTAÇÕES PRÁTICAS
Quando estudamos, dispensando toda nossa atenção às Epístolas 1 e 2 Timóteo, e Tito. Aprendemos que estas cartas, em geral, são consideradas um conjunto, como uma enciclopédia para líderes, já que foram dirigidas a dois jovens pastores que cuidavam do rebanho do Senhor juntamente com Paulo. O conteúdo delas está repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida na Igreja. Estes conselhos fazem destas cartas verdadeiros manuais eclesiásticos para a liderança das Igrejas de hoje. Estas epístolas formam um conjunto literário, devocional e doutrinário, em que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo estilo e os mesmos propósitos para qual foram escritas. A estrutura foi elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com solenes ensinos e advertências da parte de Deus.
UMA LIÇÃO PARA OS PASTORES DE HOJE
1 Timóteo 1:1-2; Tito 1:1-4
O centro do ensino de Paulo a Timóteo concentra-se no modo de vida que é apropriado dentro da Igreja. As suas lições falam de oração (2:1-8), da escolha de ‘bispos’ (3:1-7) e ‘diáconos’ (3:8-13) e concluem com uma liturgia de louvor (3:14-16). Estas lições têm o objetivo de ajudar Timóteo a saber ‘como convém andar na Igreja do Deus vivo. A seguir, Paulo passa a falar do próprio Timóteo. É aparente que, embora Paulo amasse muito Timóteo, e o enviasse em importantes missões. Timóteo, por natureza, era tímido e hesitante. Por isto as palavras de Paulo parecem, às vezes, ir além do incentivo e da exortação. Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as Igrejas, e que o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4:1-10). Mas Timóteo deve fazer ainda mais. Ele deve ‘mandar e ensinar’ a verdade, e não permitir que alguém ‘despreze’ sua ‘mocidade’. E as exortações prosseguem: Timóteo deve ‘meditar nestas coisas’, ‘ocupar-se nelas’ e ‘perseverar nelas’ (4:10-16)” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, p. 467).
MENSAGEM PARA A LIDERANÇA
1. Administração eclesiástica. Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito 1.5-9, vemos um conjunto de qualificações que aqueles que desejam liderar uma Igreja necessitam ter. Infelizmente, em muitas Igrejas, nem sempre estas recomendações são observadas. Porém, a liderança exige esforço. É necessário que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível. É preciso esforço e disciplina. Observe com atenção, algumas das qualificações necessárias ao líder: Irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.
2. Ética ministerial. Na Segunda Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a Deus “aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da verdade” (2.15). A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho, muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local. Paulo tinha condições de ensinar liderança e ética, pois sua vida era exemplo para a igreja e para os de fora (Fp 3.17; 1Co 11.1). O líder cristão não é o que “manda”, mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mt 20.24-28).
PAULO AOS ROMANOS 12:3-10
Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
CONCLUSÃO
A liderança é essencial à vida e missão da Igreja. Sem ela, a Igreja tropeça e cai num curso incerto em sua peregrinação rumo a um lugar melhor. Sem liderança, a Igreja não é capaz de cumprir seus propósitos de ministrar eficazmente aos de dentro e alcançar os de fora, nem pode render a Deus a glória que Ele merece.
O pastor é a pessoa chamada para prover a liderança final da Igreja, não importando o sistema administrativo dela. O sucesso da Igreja depende em grande parte de sua capacidade de liderança.
Liderança é bíblica. A ideia de alguém liderando outros está fundamentada nas Escrituras. Assumir papel de líder na Igreja de Deus e esperar que outros sigam seu exemplo não é egoísmo, autoritarismo, condescendência nem pecado. Temos certeza disso porque as Escrituras deitam as bases e os princípios da liderança cristã” (MACARTHUR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.294-5).
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Pr. Jorge Albertacci - Missionária Alcenir Albertassi e Albertacci
E-mail: prjorgealbertacci@yahoo.com.br